quarta-feira, 4 de julho de 2012

3 ESTROFES ANTOLÓGICAS (Por Hélio Crisanto)


Sem ter chuva no sertão
Coqueiro não bota cacho
Um boi cava com a unha
A barreira de um riacho
Jogando terra pra cima
Pra ver se tem água em baixo

(Aldo Neves)

Meu coração hoje arrisca
Encontrar outra pessoa
Mas lhe machucaram tanto
Com tanta promessa a toa
Que as feridas inflamadas
Até com as próprias pancadas
Quando acelera magoa

(Dudú Morais)

Já nas avenidas belas
Cada edifício é um nome
Num bonito apartamento
Um burguês que tudo come
Ocupa os vãos que um pedreiro
Construiu passando fome

(Sebastião Dias)

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