quinta-feira, 21 de junho de 2012

UMA HOMENAGEM A SEVERINO BEZERRA - Cleudia Pacheco




Natural de Santa Cruz, nasceu em 06-02-1907 e faleceu com 61 anos de idade em 26-03-1968. Filho de Manuel Severino Bezerrra e Benedita Leopoldina Bezerra de Menezes Cavalcanti.

Cresceu na Fazenda Boa Hora, de propriedade de seus pais. Casou-se com Auta Pinheiro Bezerra, filha de João Batista Pinheiro Borges (Iêiê) e Joana Ferreira da Rocha (Noca), filha do Capitão José Ferreira da Rocha, o Senhor das Queimadas, que foi Presidente da Intendência em Santa Cruz.

Desde criança, Severino Bezerra Cavalcanti trabalhava na agricultura com seus irmãos e o seu pai. Conheceu sua esposa quando levava gado, nas grandes secas, para Ceará Mirim, onde escapava o rebanho. Numa das viagens a cavalo, pediu D. Auta em casamento. Ela morava na Fazenda Queimadas, município de Lagoa de Velhos. Casou-se e veio morar na Fazenda Serra Branca, que herdou dos seus pais, município de Santa Cruz. Do matrimônio nasceram quatro filhos: José Pinheiro Bezerra, Manuel Pinheiro Bezerra, Francisco Pinheiro Bezerra e Cleudia Bezerra Pacheco.

Severino Bezerra era um homem simples e de boa convivência. Quem teve a alegria de conhecê-lo e a oportunidade de com ele conviver, a ele se refere como sendo um exemplo de pessoa, que em toda a sua vida mostrou dignidade, sabedoria, humanismo e solidariedade.

Sempre foi um homem muito trabalhador, honesto e inteligente. Tinha grandes amigos na cidade de Santa Cruz. Com o seu trabalho, conseguiu juntar algum dinheiro e comprar a Fazenda Queimadas, próxima a do seu sogro, em Lagoa de Velhos. Fez algumas economias e também comprou a Fazenda Boa Hora, em Santa Cruz, que foi dos seus pais e pertencia à família Ferreira de Souza.

Organizou toda a Fazenda Boa Hora. Plantava muito algodão, feijão e milho. Tinha muitas fruteiras e verduras. Criava gado, ovelhas e cavalos. Construiu o Açude Boa Hora, um dos maiores da Região, apenas botando barro, em jumentos, na parede. Enfrentou grandes secas, mas nunca desistiu de trabalhar na agricultura. Vivia a pulsação de seu tempo com a paixão inerente do homem do campo, envergado ao sol ardente, abrindo passagem para os seus descendentes, a quem emprestou a força de sua coragem e o brilho de seu engajamento ético, político e moral.

Com muito sacrifício conseguiu formar todos os filhos e sempre dizia: “a maior riqueza que deixo é a educação para os meus filhos”. Numa grande seca, chegou a vender a última cabeça de gado para comprar o anel de Formatura em Medicina, para um dos seus filhos.

Ajudou na construção da Igreja Matriz de Santa Rita de Cássia, de quem era devoto fervoroso, levando muitos moradores que trabalhavam semanas, quando o pároco era Monsenhor Emerson Negreiros, seu grande amigo.

As terras que hoje formam o Bairro do Paraíso foram dos seus pais; depois ficaram para seu Severino e seu irmão Pedro Severino. A sua mãe Benedita, mulher muito católica, doou um terreno para a construção da Capela de São João Batista, no Paraíso, o que é registrado em cartório. O terreno em que foi construída uma escola municipal, na gestão do Prefeito José Péricles Farias da Rocha, na entrada do Alto de Santa Rita de Cássia, sempre pertenceu ao Sr. Severino Bezerra Cavalcanti e depois passou para os quatro filhos que preservaram aqueles terrenos, na área urbana, em memória dos seus antepassados. Só recentemente, com a construção do santuário e a expansão urbana de Santa Cruz, é que venderam para a prefeitura com a solicitação de construir obras públicas em benefício da população do bairro do Paraíso.

Na Fazenda Boa Hora, foi organizado o Museu do Sertão Auta Pinheiro Bezerra numa homenagem àqueles que tanto defenderam a Educação e a Cultura. Lá também se encontra o Cruzeiro, no local onde ele faleceu, para lembrar o ideal de um homem que defendeu e incentivou por toda a sua vida o ensino, a educação e a cultura.
A sua biografia é uma página que merece destaque.

Eis, então, por que nada mais justo do que homenagear Severino Bezerra Cavalcanti como patrono de uma escola municipal de Santa Cruz, o que permite fazer o resgate da história e recuperar pequenas ações humanas de um grande Homem.


Um comentário:

Comentários com termos vulgares e palavrões, ofensas, serão excluídos. Não se preocupem com erros de português. Patativa do Assaré disse: "É melhor escrever errado a coisa certa, do que escrever certo a coisa errada”