terça-feira, 15 de maio de 2012

SE DEUS NÃO FIZER CHOVER O SERTÃO ESTÁ PERDIDO (Adriano Bezerra)



Os pastos se acabaram
A terra está ressequida
Poços e açudes secaram
E sem ter água ou comida
O sertanejo entristece,
Fica sem gosto, esmorece,
Vendo tudo consumido
Sem nada poder fazer
SE DEUS NÃO FIZER CHOVER
O SERTÃO ESTÁ PERDIDO.

O gado berra sedento
Bebendo restos de lama
Muge pedindo alimento
E sem ter capim nem grama
Rumina o vazio insosso
Reduzido a couro e osso
Sem forças ao chão caído
Com fome e sede à morrer
SE DEUS NÃO FIZER CHOVER
O SERTÃO ESTÁ PERDIDO.

Por ali não há mais vidas
Só galhos secos e espinhos
As plantas nuas, despidas,
Tiram das aves seus ninhos
E o sol ardente escaldante
Só piora a cada instante
Deixando o solo partido
E o sertanejo à sofrer
SE DEUS NÃO FIZER CHOVER
O SERTÃO ESTÁ PERDIDO.

8 comentários:

  1. Adriano,

    Que versos profundos! Fazem doer na "carne do viver"! Quanto sofrimento provém da falta de chuvas!
    Mas devemos lembrar que o sofrimento de nosso Nordeste também tem "raízes" políticas.

    PARABÉNS!

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  2. Concordo Teixeirinha que se os políticos de poder se mobilizassem poderiam mudar muita coisa nessa triste realidade. Obrigado!

    Valeu grande Gilberto! Mais uma vez, obrigado.

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  3. Parabéns poeta,pelos versos descritivos sobre a seca que já está assolando o Nordeste.

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  4. ou poeta bom da peste! rs

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  5. PARABÉNSS POETA...É A SECA BRAVA!

    ANA

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  6. A apoesc tem revelado grandes talentos e adriano é um deles, fantastico isso.

    Ana Meire

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