sexta-feira, 30 de março de 2012

SABENÇA MATUTA - Hélio Crisanto


Quando no céu aparece
O carreiro carregado
Gambá foge disparado
Carregando a filharada
Tetéu parte em revoada
Paturi corre no chão
Mangangá na solidão '
Voa pro oco do pau
Tudo isso é sinal
Que há chuva no sertão

Quando a perereca raspa
Caboré foge de casa
Quando o cupim cria asa '
Cururu pula da terra
E o juazeiro na serra
Enfeita a vegetação
Tanajura no verão
No meio do matagal
Tudo isso é sinal
Que há chuva no sertão

Quando nasce a bolandeira
Na força da lua cheia
E a aranha tece a teia
Construindo a morada
Formiga fazendo estrada
Cardeiro com floração
Quando se houve a canção
Do tristonho bacurau
Tudo isso é sinal
Que há chuva no sertão

quinta-feira, 29 de março de 2012

Convite para o coral - Ranieri

Ranieri Fernandes
É com bastante alegria na alma, que convido todos os amigos, conhecidos e desconhecidos, de Santa Cruz e região do Trairi, que desejem cantar, para serem parte integrante do CORO MUNICIPAL DE SANTA CRUZ.
Venham todos, estamos aguardando por vocês!

 Mais informações: coromunicipalsc@hotmail.com

A Primeira vez que a Angélica me viu


Angélica causou-me uma emoção,
foi Talvez, a maior da minha vida;
quando ela olhando assim enternecida,
me perguntou com ar de compaixão:
Por que só tens uma perna e não duas?
Se das pessoas que andam pelas ruas
nunca vi uma assim igual a tu;
mas por favor não vá se entristecer,
vou comprar uma perna pra você
Quando eu for com vovô no “Carrefu.”

–Ademar Macedo/RN–

quarta-feira, 28 de março de 2012

EXCELENTES TEXTOS DE MILLÔR FERNANDES







"É o meu conforto:
da vida só me tiram morto".






















Simpatia Political - Maestro Camilo


Quando é ano de eleição
Nos assola uma epidemia
Que embriaga e contagia
De Maria a João
Manda beijo e dá com a mão
E com muita maestria
Esbanjando alegria
Vai é enganando o povo
Só vai dar você de novo
Nesta falsa simpatia

Você que não existia
Logo vira conhecido
Sempre é bem recebido
Nobre é sua companhia
Minha mãe já me dizia
Meu filho tenha cuidado
Não deixe ser enrolado
Nem passado para trás
É assim que ele faz
Quando está do seu lado

Estende logo a mão
Abre um largo sorriso
Esse é o primeiro aviso
Cuidado com o espertalhão
Depois que ele passa a mão
E o seu voto ele faz conta
Logo, logo ele apronta.
Passa na rua e não fala
Agora você é o mala
De longe ele nem aponta

Simpatia é o sintoma
Political é a doença
Talvez ele lhe convença
O voto ele lhe toma
E com ele faz a soma
Pra o mandato obter
Abra o olho para ver
Esse tipo de sujeito
E bata a mão no peito
E bote todos pra correr

terça-feira, 27 de março de 2012

POR UMA BANDEIRA - Prof Francisco Maciel



Eu disse outro dia em seção na Câmara de Vereadores: quando meu filho

nasceu nossa bandeira já existia e se os senhores, enquanto representantes

de todos os japienses permitirem, eu quero mostrá-la também para os

meus netos. Minha neta apressadinha está a caminho e espero que sejamos

capazes de segurar nossa bandeira por mais tempo. Eu fui apelativo porque

sabia que apesar das enquetes nas redes sociais e de documentos oficiais

apontando o desejo de uma maioria ali representada ser pela permanência

da nossa bandeira, a decisão final estava mesmo era entre os legisladores

e espero ainda que apesar da insistência por parte do poder executivo

municipal, sejamos capazes de conquistar a esta altura, a simpatia de quem

de fato deveremos.



Por algum tempo me detive na impressão de que nossa bandeira já

estivesse segura e protegida. Ainda mais quando estive na Câmara de



Vereadores dias depois por duas vezes. Primeiro participando de audiência

pública sobre nossos limites territoriais e depois em nova audiência

para decidir a aplicação da emenda de iniciativa popular no valor de R$

400.000,00 aqui no município. Nestes dias eu a vi tremular e não tremer

entre os nossos vereadores e, por último, nossa bandeira estava como

se quisesse abraçar o prefeito. Foi o que afirmei ali. Ela estava em seus

fascínios, exuberando um deslumbramento que lhe era oficial, num lugar

que lhe era de fato e de direito, de onde pensei que nunca haveria de sair.

Encantei-me com a cena e assim imagino outros também, mas hoje lamento

pelo possível reverso da história e por dentro sofro, enquanto que na

bandeira é quase isso o que antevejo por fora.



Foi observando a natureza das coisas que desde cedo aprendi que não é

apenas o vento, mas também o tempo que lança distante o eco, até que

se cria um ambiente favorável para que se estabeleça o contraditório. Com

a passar do tempo voltou a proposta de substituição da bandeira aqui no

município e no projeto de lei, enviado pelo prefeito à Câmara Municipal,

no art. 5° “a antiga Bandeira não será incinerada e sim, arquivada como

elemento histórico e de pesquisa”. A verdade é que com a substituição não

mais veremos nossa bandeira onde antes estivera, ou haveria de estar. E

sorte minha e dela que não conhecemos a ditadura pela ditadura e sim

através da História, porque tanto quanto ela ainda está aqui; eu, no foco,

brincava inocentemente nas quatro ou cinco ruas que tínhamos, enquanto

se baixava decretos para que se emudecesse de vez e sem voz, sem força

ficasse, ou que a força não fosse suficiente para se levantar bandeiras.



É verdade que pouco temos assistido de sua imponência, pois seus dias

têm sido bem empoeirados, vitimados também pelo descaso do percentual

desastroso de analfabetismo que nos persegue, mas creio que não só em

mim existem lembranças, boas lembranças, de suas aparições ostensivas,

nos raros momentos de civismos pontuais em que esteve presente, ladeada

de outras, ao seu modo irredutível. Lembro as poucas vezes quando esteve



a devolver reverência em testemunho aos filhos de nossa terra por suas

conquistas e quando aqui ou além-fronteiras por nós velava os presentes

só de corpo, onde por vezes eram bem poucos e ela, somente, por último, a

vê-los em despedida para que só então partissem... de vez.



Antes até se cogitou o exagero de um plebiscito para seu destino. Ideia de

gente que como eu foi convidada a dá palpites. Quisera eu, estivéssemos

a fim realmente de irmos ao mais profundo do sonhado exercício

democrático. Distante disso, a historiadora e escritora Anadite Fernandes,

bem ao jeito dela, foi quem enxergou na bandeira um equívoco histórico

e desconfiou de sua capacidade de nos representar decentemente. Até

então, só conheço seus rastos, mas é ao menos nela ainda que espero a

chance de ter o tão cobrado argumento único que me seja tanto e quanto

convincente do porquê de tal mudança: unzinho somente.



É natural que arrisque aqui minha desconfiança no aval daqueles

que desacreditam nas traças e dos que insistem em fazer história em

detrimento da História para que o destino de nossa bandeira ganhasse

forças bem nas mãos da escritora, no seu traçado, nos seus traços,

desenhos, toques e retoques na outra, que insiste em querer se impor em

sua pujança, embora a nossa já esteja fincada e com raízes na história, em

cujos deveres cívicos constam não poder ser arriada, assim, a qualquer

hora, ainda mais na negritude do momento.



Mesmo assim torço para que não se confirme minha desconfiança de que

isto que agora nos acontece seja o anúncio ou prenúncio de coisa pior e

para que caso consigam o que querem com a nova bandeira, que com o

tempo ela consiga devolver-me ao menos o carisma que só quem tem é

bandeira envelhecida.



Prof. Maciel. Japi/RN.

NOMEAÇÃO DOS PROFESSORES ESTADUAIS OCORRERÁ ATRAVÉS DA CLASSIFICAÇÃO DO CANDIDATO - Prof. Ivanilson



Percebe-se que as DIRED´s ainda não foram informadas quanto à questão dos critérios
para nomeação dos professores estaduais. Em conversa com a diretora da 7ª DIRED,
Karla França, a mesma não soube informar como se dará a nomeação dos professores da
jurisdição, tendo em vista que Santa Cruz, de acordo com a demanda, tem 8 vagas para
professor dos anos iniciais.
Uma luz pode nortear todo esse processo de convocação uma vez que de acordo
com as bases legais para a lotação, toma-se como base o critério da classificação
do candidato no concurso. Os candidatos, portanto têm a seu favor a Constituição;
a jurisprudência que direciona para a escolha da lotação inicial pelos candidatos
aprovados obedecendoa necessidade e disponibilidade de vagas, observado o princípio
proibitivo da quebra da ordem de classificação, bem como os princípios da moralidade
e impessoalidade; e a LEI COMPLEMENTAR Nº 322, DE 11 DE JANEIRO
DE 2006, Dispõe sobre o Estatuto e o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração do
Magistério Público Estadual, referente à Educação Básica e à Educação Profissional,
e dá outras providências. Entrei em contato com a Secretaria de Estado de Educação
e Cultura – SEEC e ela confirmou que a nomeação se dará através da classificação do
candidato.
Art. 20. A designação do Professor e do Especialista de Educação para o exercício
em Unidade Escolar pertencente à Rede Pública Estadual de Ensino obedecerá à
ordem de classificação em concurso público e a existência de vaga.
Vemos que é um direito claro e objetivo a escolha para a lotação na cidade/escola de
acordo com as vagas e necessidades, o critério de ordem de chegada, ou qualquer outro
critério escuso, feri e prejudica o direto dos concursados que estão classificados em
posições melhores.
LEI COMPLEMENTAR Nº 322, DE 11 DE JANEIRO DE 2006 - http://
www.gabinetecivil.rn.gov.br/acess/pdf/leicom322.pdf

segunda-feira, 26 de março de 2012

APOESC RECITANDO O SERTÃO para Equipe Italiana


Graças à boa aceitação do público e empenho dos envolvidos, tivemos mais um espetacular momento no Teatro Candinha Bezerra em 24.03.2012.
Sentimo-nos honrados com o expressivo número dos que ali estiveram, com os aplausos vigorosos, com a atenção e permanência até o final do show.
Muitos nos procuraram ao final para dizer que esta nossa terceira apresentação superou as anteriores.
Que bom, não é? Agradecemos de coração a todos que de um modo ou outro nos têm incentivado, a blogueiros e autoridades.





O MAIOR RELIGIOSO DO MUNDO (charge)

DOIS POETAS EM SETILHAS


[...]

10 - Ademar
Na inspiração do poeta
sinto um pouco de magia,
porque toda estrofe sua
me fascina e me extasia;
e em cada verso que faço
vou mastigando um pedaço
do pão da minha poesia.

11- Zé Lucas
Minha doce fantasia
é, no mundo, haver guarida
pra meus pequenos poemas
e, no instante da partida,
subir para o outro universo
nas asas do melhor verso
que eu tenha feito na vida.

12 - Ademar
Com minha alma enternecida,
nas asas do verso eu vou
no sertão buscar saudade
pois foi lá que ela ficou;
nesta saudade eu mergulho,
sentindo um enorme orgulho
do sertanejo que sou.

 13 - Zé Lucas
O meu sertão me ensinou
a trilhar nos matagais,
a manejar uma enxada
pra trabalhar com meus pais,
correr atrás de galinhas
e atirar pedra em rolinhas
por dentro dos juremais.

14 - Ademar
O sertão me ensinou mais
a gostar dos cantadores;
do meu pobre homem do campo,
aprendi sentir as dores;
imitar os passarinhos
e correr pelos caminhos
sentido o cheiro das flores.

15 - Zé Lucas
No sertão de meus amores,
eu passei a infância inteira
montando em jumento lerdo,
tangendo vaca leiteira,
correndo pelas campinas,
subindo, a tirar resinas,
em galhos de catingueira.

[...]

FONTE:





sábado, 24 de março de 2012



Hoje, 24. no Teatro Candinha Bezerra, a partir das 19:30 h, reapresentação do APOESC Recitando o Sertão.
Entrada franca.
Convide seus amigos.
Vá e leve sua família.

“Estradeiro” Representa o RN no II Festival de Músicas do Cangaço




                               Poema de Hélio Crisanto, musicado por Zeca Brasil com música interpretada pela cantora Lysia Condé, “Estradeiro” está classificada para a final do II Festival de Músicas do Cangaço, que ocorrerá no próximo dia 28 de abril, na Estação do Forró, na cidade pernambucana de Serra Talhada, terra natal de Virgulino Ferreira da Silva, “Lampião”, o Rei do Cangaço.


                                                                                        Reprodução
Capa de Retrato Sertanejo de Hélio Crisanto


                             “Estradeiro” está no livro Retrato Sertanejo, do poeta Hélio Crisanto, editado pela Supercopia Gráfica Express, de Santa Cruz, na região do Agreste Potiguar, no ano de 2008.

                                    
                                                                   Foto: Cedida
Hélio Crisanto com Gilberto Cardoso no palco


                                “Na vereda do destino/Já pisei muitos espinhos/No lodo do meu caminho/Tropecei entre o cascalho/Sou terra seca no malho/Semente que não germina/Sou a luz da lamparina/Clareando a vastidão/Sou a lua do sertão/No decote da colina”. A primeira estrofe da obra resume como o poeta define sua criação: “Estradeiro é um pouco da estrada da vida”.

                                                   
                                                                           Foto: Tiara Andrade
Zeca Brasil, Dudé Viana e Epitácio Andrade


                                Musicada pelo laureado cantor Zeca Brasil, que na foto aparece com pesquisadores do cangaço, a segunda estrofe da poesia ilustra a sua harmonia com a música: “Trago na mala/A viola e o repente/E o grito dessa gente/Que tem sede e quer o pão/Numa nação/Que despreza os desvalidos/E a dor dos oprimidos/Faz doer o coração”.

   
                                                                 Foto: Lilian Holanda
Epitácio Andrade, Gilberto Cardoso e Hélio Crisanto



                             Não é a primeira vez que Hélio Crisanto incursiona pelo universo do cangaço. No período de 08 a 10 de julho do ano passado, na companhia de Epitácio Andrade, Gilberto Cardoso e outros cangaceirólogos, participou ativamente das atividades socioculturais do cortejo “Cangaço e Negritude”, por várias cidades do interior do Rio Grande do Norte e da Paraíba, como registra a foto da passagem pelo Instituto Cultural “Casa do Beradero”, do ativista cultural Chico César, em Catolé do Rocha.


                                 A estrofe seguinte, com humor e arte, alude ao cangaço: “Sou estradeiro/Sou o fogo do corisco/Sou a faca que fez risco/No bucho de Lampião/Sou cantador, sou fulô que não se cheira/Sou raiz da catingueira/Ressequida pelo chão”.

                                                    
                                                                                    Reprodução
Cantora Lysia Condé

                                    “Não sou herói/Bandoleiro ou vagabundo/Carrego as dores do mundo/Nos meus ombros de menino/Fujo a galope nas asas da ventania/Meia noite, meio dia/Vou correndo em desatino”, conclui-se o poema “Estradeiro”, de Hélio Crisanto, cuja música de  Zeca Brasil, parece ter sido criada para a graciosidade e suavidade da intérprete Lysia Condé.


Texto: Epitácio Andrade

sexta-feira, 23 de março de 2012

DIAMANTE LÍQUIDO - Teixeirinha Alves




Ontem, 22 de março, Dia Mundial da Água, presenciei algo revoltante para um
cidadão minimamente consciente: uma caixa d’água, em uma residência no centro de
Santa Cruz/RN, derramando, pelo ladrão, litros e litros do mais precioso de todos os
líquidos.
O proprietário, certamente um perfeito imbecil, não possui a parca inteligência
de utilizar uma boia (objeto baratíssimo e simples de instalar). Se alguém o atentar para
o absurdo do desperdício, ele provavelmente dirá que paga pela água distribuída em sua
casa e que, por isso, a consome como quiser.
Assim como esse “cidadão”, muitas pessoas desperdiçam água cotidianamente:
lavando veículos e calçadas com mangueira; promovendo”intermináveis” banhos de
bica; não reparando os vazamentos nas instalações hidráulicas domiciliares; entre outras
formas de mandar, pelo ralo, nosso diamante líquido.
Hoje grande parte da humanidade já precisa racionar drasticamente o consumo
de água. Em poucas décadas, isso será agravado, considerando o aumento populacional
em relação à imutável quantidade de água potável disponível no planeta; não
esquecendo outros fatores, como a poluição. Daí a premente necessidade de
economizarmos permanentemente cada gota de que dispomos.
Se não cuidarmos, a 3ª Grande Guerra será por água (sem exageros!). E,
tomando a História por base, os países mais afortunados levarão vantagem na “sedenta”
disputa.
Desperdício de água deveria ser crime inafiançável e imprescritível; punido com
prisão perpétua em uma penitenciária no meio do mais seco deserto.

Precisamos fazer um movimento... – Rodrigues Lima –







Já não ouço a canção de Marcolino
de Humberto, Zé Dantas e Zé Mocó,
João do Vale cantando em  Maceió
eu lembro que vi quando menino;
que saudade do Trio Nordestino,
da voz de Lindú, cancioneira,
Zé do Norte e a Mulher Rendeira,
não ouvir tudo isso, é um tormento;
precisamos fazer um movimento
em defesa da música Brasileira.