Fotos tiradas em 24.12.2011. A poetisa mostrou-se muito lúcida
e nos fez refletir com perguntas e observações oportunas (Gilberto)
Francisca de Oliveira Confessor, aos 98 anos de idade, bem humorada e uma mente fértil.
Desde a infância começou a ensaiar seus primeiros versos e teve através do Programa
Movimento Brasileiro de Alfabetização seu primeiro reconhecimento como escritora na
pessoa de Lourdinha guerra. Seus versos passaram a ser publicados e divulgados em escolas.
Participou por anos seguidos do concurso “Talento da Maturidade”, uma iniciativa do Banco
Real com sua poesias e com publicações através da Academia Norte-rio-grandense de Letras,
além de participar da composição do hino da cidade. Um dos momentos de que mais se
orgulha foi quando visitou Câmara Cascudo e o presentou com alguns versos . Foi ao chegar à
sua presença que disse:
Aqui uma cabeça vem
Varia sem ter estudo
Distante de muito além
Vê o que é um cascudo.
Na época, embora com problemas de audição, Câmara Cascudo se divertiu com ela , enquanto
saboreava seu cachimbo.
TÍTULO : CRÔNICA
Segundo a autora ,esta poesia foi escrita por
ocasião da partida de uma de sua amigas para
RECIFE , onde foi submetida a uma cirurgia .
Uma viagem distante
Um carro corre veloz
Uma saudade pra nós
A tristeza de um semblante
A ausência de um amante
O voo de um avião
Uma triste ilusão
Que o tempo vai levando
Uma volta não sei quando
Chora triste um coração.
Um adeus numa partida
Numa viagem além
Uma saudade de alguém
O pranto de uma querida
Sem abraço a despedida
Um mundo de confusão
Medonha perturbação
Uma mágoa que passei
Uma volta que não sei
Chora triste um coração.
Uma pessoa doente
Por este mundo além
A saudade vai e vem
No coração de quem sente
Um filho que está ausente
Sem seus pais na solidão
Deixa assim perturbação
A incerteza vagando
Uma volta não sei quando
Chora triste um coração.
A saudade matadora
Traz incerteza da vida
No pranto de uma querida
Torna-se consoladora.
Uma ausência isoladora
Até parece ingratidão
Meu Deus, tende compaixão!
Adivinhe o que notei:
Uma volta que não sei
Chora triste um coração.
Dona Chiquinha, uma lenda viva da nossa história, tive o prazer de visita-la em sua casa juntamente com Marcos Cavalcanti.
ResponderExcluirInfelizmente ainda não tive o prazer de conhecê-la, mas escreve extraodinariamente bem.
ResponderExcluirInfelizmente ainda não tive o prazer de conhecê-la, mas escreve extraodinariamente bem.
ResponderExcluirBela visita que fizemos Hélio. Dona Francisquinha merece a comenda Mestre Antônio da Ladeira e ter sua obra publicada. Me emocionei com as fotos da poetisa!
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