segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

EU VI A MORTE FRENTE A FRENTE - Por João Maria de Medeiros


Ontem eu vi a morte frente a frente, acreditem. E não pensem que foi à noite, de madrugada, na escuridão. Não, não foi. Eram cinco da tarde, de um lindo dia ensolarado. Local: quem conhece a cidade de Santa Cruz, deve saber bem onde se localiza o cemitério do centro, o Cemitério São Miguel, ali próximo ao Hospital Ana Bezerra.
Entre o cemitério e o hospital há duas vias de mão única. São vias de trânsito preferenciais. Eu vinha descendo numa delas, na do lado direito, quando dei de frente com ela. Mas não pensem leitor, que era aquela morte horrível, magricela, pintada e cantada em canto e verso com uma foice na mão à procura do moribundo. Não era.
Era uma moça linda, alta  e de cabelos longos, montada numa moto Bross 150. Feia foi sua ação: não parou antes de cruzar a via em que eu vinha. Colocando em risco minha vida, nossas vidas. Por sinal, havia até uma placa de sinal de trânsito a sua frente que dizia: PARE!
Não parou. Quando a vi, vinha ao meu encontro e aí  percebi, ali naquele instante, que eu bateria bem no meio da sua moto.  A pancada seria fatal, principalmente para mim que descia uma ladeira. Os freios não seriam suficientes para evitar o impacto.
Local perigoso aquele. Algumas vezes, quando comentávamos sobre a situação de trânsito aqui na cidade, eu sempre dizia que naquele local Deus devia está com sua mão salvadora a proteger muita gente, pois constantemente eu observava jovens fazer o que aquele moça fez: Cruzar a preferencial, desrespeitando a placa de trânsito, as normas de trânsito.
Pois isso aconteceu sábado, exatamente comigo. Deus, como eu dizia sempre estava mesmo ali e me salvou da morte que seguiu em frente à procura de outro, sem sequer olhar para mim, pois não era meu dia. 
Devo a vida, acima de tudo a Deus, a minha prudência ao dirigir e aos freios da minha moto. Se não fossem eles eu não estaria entre os vivos.
Está muito difícil dirigir aqui. 

*João Maria de Medeiros é professor, poeta e cronista.

12 comentários:

  1. Ainda bem que a morte não insistiu em tê-lo! Seria uma grande perda para Santa Cruz! Em todo cruzamento sempre está lá a morte, travestida com as roupas de um imbecil imprudente, sem perícia, sem qualificação! Que bom que Deus esteve com você nesse momento!

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  2. Caro João, espero que alguma autoridade leia esse seu texto, esta cada vez difícil transitar nas nossas avenidas, é uma loucura,a quantidade de crianças e adolescentes guiando motos de forma irresponsável, ainda bem que nada de mais te aconteceu.

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  3. João Maria é um cara de sorte, mesmo quando tem a sua vida ameaçada. rsrsrs

    Triste realidade, João.

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  4. Muito obrigado a todos vocês! Deus estava comigo e me salvou...

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  5. Caro Professor João Maria,com toda sinceridade, não quero condenar ninguém. Estou numa incerteza dos diabos: será que nosso dia de morrer está já acertado? Na sua experiência de vida, de conhecimento, de estudo, de observação, me responda se tens dúvidas também sobre essa ida ou parada única do ser que nasceu.
    Um abraço do seu amigo,
    Mauricio Anisio.

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  6. Caro amigo Maurício Anísio,
    Com toda certeza,durante nosso dia a dia, temos várias incertezas e essa é uma delas.
    Usei o termo "não era meu dia" porque não esperava, frente a frente com a morte,sinceramente, me livrar daquele acidente.Uma força superior me livrou e acho que só pode ter sido Deus. É o que penso...

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  7. Caro amigo Maurício Anísio,
    Com toda certeza,durante nossos dia a dia, temos várias incertezas e essa é uma delas.
    Usei o termo "não era meu dia" porque não esperava, frente a frente com a morte,sinceramente, me livrar daquele acidente.Uma força superior me livrou e acho que só pode ter sido Deus. É o que penso...

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  8. Situação ruim no transito, mas belo texto, professor João Maria.

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  9. Eu também quase ja fui esmagada por um adolescente desvairado numa moto perto da praça, eu pergunto: onde andam os pais dessas criaturas meus Deus, cadê a educação desse povo, cadê as leis para coibir tudo isso, tiro o meu chapeu professor para o seu texto.

    Raquel

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  10. E ELES AINDA OLHAM PRA VC COM OLHAR AGRESSIVO E CARA DE MANDÕES, COMO SE DISSESSEM QUE QUEM COMANDA SÃO ELES.

    ARNALDO

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  11. Esse assunto tem que ser mais debatido com veemencia, não é possivel continuar da forma como está, virou a india isso aqui.

    Sebastião - Cravina

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  12. Realmente, o professor tá certo: está muito difícil dirigir por aqui.

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