Na foto: Marcos, Iraci (nora de Cosme Marques), Alena, Polyanna (nora de José Mário), Andreo, Gabriela, José Mário, Vicentinho e Railma
Na última quinta-feira, dia 26, eu e o poeta Marcos tivemos a grata satisfação de nos encontrar com alguns ilustres descendentes do poeta Cosme Ferreira Marques. O encontro ocorreu na Praça Tequinha, à noite. Ali estavam seu filho José Mário (procurador federal), sua neta Alena (advogada), seu neto Andreo Aleksandro (juiz substituto em Santa Cruz), Polyanna (psicóloga e nora de José Mário), a bisneta Gabriela e Iraci Nobre (nora de Cosme Marques e professora aposentada). Foi um momento de descontração e de muito aprendizado sobre a vida daquele que tanto fez pela cultura santacruzense em tempos pretéritos.
Vicentinho, pai do poeta Diego Rocha, e sua esposa estiveram conosco e chamaram nossa atenção para importantes aspectos da história do município.
Marcos Cavalcanti trouxe da casa da professora Teresa Lúcia o livro "CANASTRA VEIA". Folheamos aquela relíquia com o maior respeito e cuidado. Minha atenção foi despertada para o seguinte soneto:
MEUS ANOS
A mim no meu 34º aniversário
Sem festa, sem música e sem flores,
assisto o dia de meu aniversário;
ao lado de Maria, esposa dos amores,
dos filhos, minha mãe e um amigo solitário.
Ao parco almoço, teço meus louvores,
aos pratos de sabor extraordinário...
pratos excelentes, desprendiam olores...
- a galinha substitui o meu feijão diário. -
Sentia-me alegre, satisfeito e bem disposto,
pois assim demonstrava o próprio rosto
e o apetite voraz com o qual estava,
Guardarei deste dia grata lembrança,
pois ainda mandei que enchessem a pança
de um pobre faminto que passava.
6 de outubro de 1942
Eu e Marcos ficamos a refletir sobre as circunstâncias que induziram o poeta a escrever tal texto e rimos com o desfecho inusitado. O que só saberíamos pouco depois, para nossa grande surpresa, é que em circunstâncias um pouco parecidas, naquela noite, seu filho José Mário completava 66 anos.
Falamos sobre aspectos geográficos de Santa Cruz no tempo de Cosme Marques, sobre a Difusora Uirapuru onde este, diariamente, revelava seu talento para a prosa através de crônicas.
Além de tão revigorante mergulho no passado, foram traçados planos para digitalização do livro Canastra Veia e lançamento de uma segunda edição. Também pensamos em maneiras de comemorar o centenário de nascimento deste grande vate que, oficialmente, ocorrerá em 06 de outubro deste ano. Planejamos algo a ser feito na Escola Cosme Marques, onde ensino.
José Mário manifestou desejo de dar continuidade à rica entrevista publicada em http://apoesc.blogspot.com/2011/09/coluna-de-entrevistas.html e de fazer uma visita ao Museu Auta Pinheiro Bezerra.
Esperamos que encontros desta natureza, tão enriquecedores, venham a se repetir em breves dias.
Amigo Gilberto, parabéns pelo registro desta noite memorável, regada a um bom vinho português, boa comida e de sobremesa poesias de Cosme Marques e as histórias de Dr. José Mário e de Vicentinho. Uma garoa deu à noite o tom nostálgico de que precisávamos. Foi um mergulho no passado com um olho voltado para o futuro, pois se tudo der certo, uma "Canastra Nova" vem aí para homenagear um dos mais ilustres conterrâneos nossos, pioneiro na publicação individual de um livro de poemas em nossa cidade. Valeu Gilberto!
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