quarta-feira, 15 de junho de 2011

A RIBEIRO DE PORTUGUÊS - Naílson


RIBEIRO era uma dessas raras inteligências que ainda existem por aí. Ele era uma espécie de Gramática Ambulante, um Manual de Consulta, uma Enciclopédia. Não, na verdade ele era muito mais do que isso; isso é muito pouco para adjetivá-lo. Substantivá-lo seria melhor, pois Ribeiro não era apenas a qualidade do ser; Ribeiro era o próprio ser. Aliás, até o próprio dicionário o tem como adjetivo e substantivo. Acho que ele era mais do que isso; ele era o verbo (lembra quando Deus fez do verbo a carne?), a conjunção etc.

Lembro-me, como se fosse hoje, de que Santa Cruz, ou melhor, a nossa região, tirava as dúvidas com ele, e ele, sem reticências, pleonasmos, viciosos ou elegantes, era um objeto direto.

Mas ele era muito mais do que esse termo integrante. Em seus discursos, fosse onde fosse: festas, colações, palanques, igreja, não fazia uso de ambigüidades, prolixidades, cacofonias ou quaisquer outras maldades lingüísticas, muito pelo contrário, ele era conciso, muito claro, correto e elegante; ele era Ribeiro.

Professor, poeta, comunicador, católico, vascaíno, apesar de ser tão bem composto, era um sujeito simples; Ribeiro era um termo essencial.

Ele sabia ser uma poesia, uma crônica, um romance ... Em qualquer redação: oficial, escolar ou literária, ele era o tópico frasal, a idéia central, a sinopse do enredo, o tempo, o espaço, o personagem principal; ele era a PALAVRA: a palavra de apoio, a palavra de ação; afinal, ele era a palavra intelectual, e ponto final.

José Naílson de Medeiros Costa

12 comentários:

  1. Caríssimo Gilberto, valeu pela lembrança daquele que fez história, daquele que era uma grande referência para nós, simples mortais, daquele que sempre estará na memória de quem teve/tem/terá a cultura como a razão mestra de suas vidas. Ribeiro nunca morreu, as estrelas nunca morrem, brilham para todo sempre, sem fim, amém! Um abraço do amigo Nailson.

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  2. Tive o privilégio de ser aluno do grande Ribeiro, e posso comprovar a veracidade de tudo o que Nailson escreveu.

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  3. Nailson,

    Texto de uma criatividade excepcional!

    Não fui aluno de Ribeiro nem o conheci, mas pelos elogios que todos os ex-alunos, como você, fazem, certamente foi um grande gênio de nossa terra.

    Teixeirinha

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  4. Esse cara era humano? hehehe É muita hipérbole,não? Valeu cara,vc é muito sábio!

    Santos de São Tomé/RN

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  5. no portugues era fera, já em matematica....

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  6. Nailson, vc é o cara e está vivo...prefiro vc!
    Parabénsssssss Mestre!


    Uma voz anônima.

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  7. Infelizmente não conheci o professor Ribeiro. Mas por ser uma lenda na cidade, já mostra sua grandeza. Belo poema, criativo e inteligente.

    Ribeiro foi homenageado à altura.

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  8. O conheci pelo nome,não sei se era td isso...mas fica para a história!

    Rita de Cássia.

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  9. Tinha também, como nós mortais, grandes defeitos.
    Disso não se pode negar.

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  10. Professor Ribeiro naquela época, já fazia uso da interdisciplinaridade, uma vez que, suas aulas eram recheadas por uma diversidade de conteúdos envolvendo outras áreas do conhecimento, além da Língua Portuguesa. Ele ainda era um ser crítico bem humorado, cômico e divertido. Tive a honra de tê-lo como mestre. Parabéns Nailson, seu texto foi perfeito...

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  11. Professor Ribeiro, naquela época, já fazia uso da interdisciplinaridade, uma vez que, não se limitava apenas a Língua Portuguesa. Suas aulas eram recheadas por uma diversidade de conteúdos envolvendo outras áreas do conhecimento. Ele, era um ser crítico, cômico e divertido... Tive o privilégio de tê-lo como mestre!
    Parabéns Nailson, pela originalidade do texto.

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