O BEIJO DE ESTELA
É recorrente em Estela
Não tão jovem, mas donzela
Uma lembrança amiúde
De seu sonho lhe roubado
Um pedido mal-amado
Que lhe deixou sem saúde
“Beija ela, beija, beija ela”
Ouvir isso queria Estela
No seu palco encantador
Estela desde menina
Jovem bela, culta e fina
Sonhava em se ter amada
Ela se via na passarela
As luzes em volta dela
Passada a cada passada
Mas o sonho de Estela
Desfilar no palco dela
Acordou num pesadelo
Numa noite, em Salvador!
Um rufião galanteador
Alto, bonito, um modelo
Verdes olhos e sensual
Ela pensou, ‘nada mal’,
Era sonho dela tê-lo?
Pediam os hormônios dela
“Beija ela, beija, beija ela”
Àquele viril rufião
Que a levou para uma esquina
Ainda inocente menina
Partindo-lhe o coração
Naquela noite de gala
Ele mostrou a sua bengala
Àquela linda donzela
Ereto, longo, sem alça
Saindo de dentro da calça
Muito espanto causou nela
“Beija ela, beija, beija ela”
Pedido dele para ela
Numa frase que não realça
Com a da linda menina
Que culta, donzela e fina
Não a via dentro de uma calça
“Beija ela, beija, beija ela”
Era, sim, o sonho dela
E Não uma importunação
Coitada da linda Estela
Que ficou com a sequela
Dum abuso sem noção!
A essa frase beije não!
Não dê ouvidos a essa mala
Nada de beijar bengala
Daquele imbecil rufião!
Nailson Costa
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