quinta-feira, 22 de setembro de 2022

A MULHER AURORE, A ESCRITORA GEORGE

 

A MULHER AURORE, A ESCRITORA GEORGE

Liliane Mendonça 22/09/2022

 

Como a Suíça, George Sand domina seus vizinhos,

ela sabe como olhar para eles, os contemplar.

Gustave Flaubert.


 



 

George Sand nasceu em 1º de julho de 1804 e morreu em 8 de junho de 1876. Era filha de Maurice Dupin, bisneto do rei da Polônia Augusto II, e de Sophie Delaborde, que tinha sido uma criança pobre cujo pai era um vendedor de passarinhos.

Sand escreveu mais de noventa romances, muitos contos, inclusive para crianças, artigos em jornais e peças de teatro. A escritora também trocou uma longa correspondência, composta por mais de 20 mil cartas com diversos escritores, políticos e intelectuais, entre eles podemos citar Marie d’Agoult, Balzac, Charles Augustin Sainte-Beuve, os dois Alexandres Dumas (pai e filho), Delacroix, Pauline Viardot, Louis Blanc, Pierre Leroux, François Buloz, o príncipe Napoléon-Jérôme, Gustave Flaubert, e o músico Frédéric Chopin, com quem teve uma relação amorosa.

Sand escreveu romances urbanos e rurais, nestes usando vários termos da variação linguística do Berry, região do interior da França onde cresceu: champi para abandonado, de suite para imediatamente, em vez de tout de suite. Entre os romances rurais que escreveu estão La Mare au Diable, François le Champi, e La Petite Fadette, nos quais a escritora acaba trazendo a experiência de sua relação visceral com a terra para sua escrita.

Sand se preocupava com o meio ambiente do qual se sentia “uma parte, pedra, planta ou pássaro (mais que borboleta)” (PERROT, 2018, p. 283). Em maio/2022 foi citada num programa da “rádio francesa” como primeira ecologista francesa, por ter escrito um manifesto para proteger a Floresta de Fontainebleau do desmatamento. Suas últimas palavras também foram para a natureza, ela diz: “Deixem... vegetação”.

Romancista romântica, Sand foi esquecida depois de sua morte em 1876, ainda que tenha virado nome de ruas e de escolas na França, mas enquanto viveu era uma autora muito presente no meio intelectual francês do século XIX. Foi a única mulher a participar dos “jantares literários” frequentados por escritores e editores da época, como Saint-Beuve, Louis Hyacinthe Bouilhet, os irmãos Jules e Edmond de Goncourt, Hippolyte Adolphe Taine, Théophile Gautier,  Ivan Tourgueniev e Gustave Flaubert.

A escritora sofreu preconceitos por causa de suas escolhas. Em “História da Minha Vida”, sua autobiografia, Sand conta que ao saber que ela trabalharia como escritora, sua então sogra teria dito “Eis uma ideia estapafúrdia!”, além de pedir à escritora que não colocasse o sobrenome da família “em capas de livros impressos”. Sand ainda seria considerada por muitas pessoas da sociedade como uma mulher “perdida”, simplesmente porque escrevia.

 

 

No Brasil entre 2014 e 2021, cinco de seus livros foram traduzidos, quais sejam: O Carvalho Falante (2014), História da Minha Vida (2017), François, o Menino Abandonado (2017), As Damas Verdes (2020) e Lendas Rústicas (2021).





 

 

 

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