terça-feira, 2 de agosto de 2022

QUEM FOI QUE MORREU MESMO? - Heraldo Lins

 


QUEM FOI QUE MORREU MESMO?

Sexta-feira... sextou!!!Muita alegria, não só por passar dois dias desocupados, mas também por fazer planos de lazer. Dias de futebol na telinha, churrasco e missa. Não se pode deixar passar em branco! Para quem ama as letras, a melhor opção é colocar leituras em dia ou escrever o que lhe vem à cabeça. O difícil é encontrar aplausos para assuntos sem pé nem cabeça assim como na TV, YouTube ou na esquina.  

Parece que há uma necessidade natural de se expressar, e quem negar isso ficará reprimido e traumatizado para o resto da vida. O que não se deve ter é medo que alguém não queira ler o que se produz. 

Manter o diálogo e escavar assuntos banais é a melhor terapia. O leitor pode se chatear e dizer que irá cobrar cachê porque não tem tempo a perder com algo que não traga conhecimento. Aí a coisa pega. Nem sabe que quem ama o corre-corre está sendo influenciado pela expressão "tempo é dinheiro" que toma conta do juízo sem dar espaço para mais nada. 

Quase ninguém se permite ficar boiando. A receita da globalização prega que ou se é consumidor ou produtor. Ninguém é estimulado a permanecer na calma natural. Queremos ser “Platões” ou “Alexandres Magnos,” menos, Diógenes. Queremos tudo, só não desejamos ficar à toa. 

Quando não se tem o que fazer, opta-se por chorar. A questão não é chorar o leite derramado, o difícil é não ter o leite para derramar. O que diferencia o riso do choro são os diferentes estímulos. Às vezes uma piada causa choro, o tanto quanto uma tragédia causa gargalhada. Depende de qual lado se está. 

Recentemente, eu estava discutindo com um parente que está com labilidade emocional. Vai para frente e vai para trás, chegamos a um consenso. Então, morreu Maria Preá, eu disse. Ele começou a chorar de forma desproporcional: “ai meu Deus, morreu Maria Preá. Maria Preá morreu foi?” Tenha calma, homem... É um “ditado popular.” Uma piada? Sim, é uma forma de dizer que tudo está resolvido. 

Então conte como é a piada, pediu ele enxugando as lágrimas. Foi o seguinte: havia uma beata por nome Maria Preá e o padre tinha um chamego com ela. Certa vez, o padre estava no bem bom com ela e o sacristão os flagra. Desse dia em diante, tudo que o sacristão queria o padre tinha que conceder com medo que seu ajudante espalhasse a notícia. Ao ver que o padre queria se negar, ele ameaçava: e Maria Preá? 

Um ano depois, o padre saiu para uma celebração fora da cidade e o sacristão não foi. No meio do caminho, o sacerdote voltou para pegar as hóstias. Quando abriu a porta, o sacristão estava fazendo o papel de Eva. O vigário ficou sem ação, e quando ia saindo horrorizado, o sacristão, ainda em trajes de freira, entregou-lhe a comida de anjo e disse: padre!... morreu Maria Preá. 


Heraldo Lins Marinho Dantas

Natal/RN, 1⁰.08.2022 — 10:42


https://youtu.be/9oOh5i8mONw










Heraldo Lins Marinho Dantas

Natal/RN, 1⁰.08.2022 — 21:28



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