PAGAR PRA VER - Heraldo Lins

 

PAGAR PRA VER

"Tudo Em Todo O Lugar Ao Mesmo Tempo" deixou-me com dor de cabeça. O filme muda as cenas sem, aparentemente, ter relação uma com a outra, endoidecendo quem tem pouco juízo. Em certo momento, os personagens são pedras com olhos que continuam dialogando.

 Também nunca vi tanta gente feia junta. Até a filha do casal é horrível, não por ser lésbica, mas por ter a cara de lua depressiva, sem contar com a vilã que se parece bastante com um folião no último dia de carnaval. 

As duas, mãe e filha, são inimigas e amigas ao mesmo tempo. Num momento estão lutando, noutro, abraçando-se. São reencarnações que acontecem constantemente e que me deixaram "doidim" da cabeça. 

Preciso assisti-lo mais vezes para, quem sabe, entendê-lo completamente ou perder o resto do juízo. Do meio para o final fiquei torcendo para que terminasse. Por falar no final, várias vezes levantei-me da poltrona achando que havia chegado a ele. Acho que ouvi os diretores rindo da minha cara, por trás das câmeras, já que o propósito de me torturar estava sendo atingido. 

Até dor de barriga me deu na saída do cinema. Minha esposa disse que tinha sido do molho que comi no jantar, que nada! Foi a viagem que fiz pelos bilhões de galáxias retratadas na película.  "Finalmente, de volta à realidade," disse quando as luzes se acenderam. 

Ainda hoje estou com aquela projeção na mente, e eu achava que era maluco! Perdi feio para os diretores. Agora mesmo tentei saber o nome deles e encontrei reportagens dizendo que está sendo um dos melhores filmes de todos os tempos, aclamado pela crítica de forma esplendorosa. Depois dessa publicação, estou com receio de ser chamado de cinéfilo analfabeto, mas quem já viu um negócio daquele ser bom!? Só eu sei o que passei. 

Heraldo Lins Marinho Dantas

Natal/RN, 30.06.2022 — 08:12