sábado, 2 de abril de 2022

JESUÍNO BRILHANTE¸O CANGAÇO E A GUERRA CONTRA A FOME NO SERTÃO - Jair Eloi de Souza

 


Foto do bando de Jesuíno Brilhante



JESUÍNO BRILHANTE¸O CANGAÇO E A GUERRA CONTRA A FOME NO SERTÃO


Tempos idos. Triênio 1877-1879. Seca mortífera nos sertões. Cícero Romão ordenado desde l874. O Juazeiro uma pequena urbe, com trinta e seis casebres de taipa e uma capela. Nessa década, e nesse período o Ceará possuía apenas vinte e dois padres. Nos sertões assoladas pela secas, grupos de cangaço se proliferam em todos os quadrantes do semiárido nordestino. Na Serra do Cajueiro, Patu, neste Estado, moravam os Brilhantes. Homens afeitos à faina agropastoril, mas, eram exímios tropeiros, pois, oficiavam na almocrevaria.
Não muito distante do feudo dos Brilhantes, havia um clã dos negros Limões no Camucá. Valentes e desafiadores. Protegidos do Cel. Valentim Lobato, (Brejo do Cruz). Certa noite, desaparece uma cabra no terreiro dos Brilhantes, pertencente a um amigo que pernoitara. Os brilhantes, gente de valores e nobreza do Sertão, pela manhã, tiram roçoi e pegam o rastro fresquinho da miunça e do seu condutor.
Sem maiores dificuldades vão dar na casa de um dos Limões, no Camucá, e descobrem a criação salgada dentro de um pote, e a trouxeram. Passados alguns dias, em represália, o negro Honorato desafia na feira de Patu Jesuíno Brilhante. Luta aberta e corporal, Jesuíno “coze” na faca Honorato. Guerra declarada entre os negros de Camucá e os Brilhantes de Fazenda "Tuiui", na Serra do Cajueiro, Patu (RN).
Os Brilhantes tornaram-se proscritos, procurados pelas volantes e inimigos por rixa de família. Tornaram-se cangaceiros sob o comando e liderança de Jesuíno Brilhante. Foram cinco anos (1874-1879) de tropelias e refregas no oeste potiguar e Sertão paraibano. Jesuíno, muitas vezes, fora desfaçado a Areia Branca, e lá arrombava os paióis de mantimentos, principalmente grãos de cereais, carregava-os em lombo de burros, para distribuir com os famintos da seca, conhecida como seca dos três setes.
De bem ressaltar, que nessa travessia, isto é durante esses anos ruins, no Ceará morreram trezentos mil cearenses.
Por essas ações de rapinas e a redistribuição de gêneros entre os famintos daqueles sertões, Jesuíno Brilhante, ficou conhecido na história do cangaço, como, o cangaceiro romântico da Serra do Cajueiro, ao lado do mítico Sinhô Pereira, da Vila de São Francisco, em Vila Bela, no Pajeú das Flores.
OS BRILHANTES*: Os Brilhantes têm no Município de Jardim de Piranhas, parentes bem próximos. O Velho Petronilo Ribeiro, pai de Joaquim Ribeiro, Chico, João, Cota. Um seu neto, Ribeiro. médico afamado, mora no Rio de Janeiro. Especialista em transplante de fígado.

Abaixo imagens da gruta, conhecida como "casa de Pedra", coito de Jesuino, e a Serra do Cajueiro - Patu-RN.


















Jair Eloi de Souza: poeta, prosador, advogado e educador.







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