quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

METAVERSO - Heraldo Lins



 METAVERSO


Esta nova febre no mundo da internet está deixando as pessoas esperançosas para entrarem na realidade virtual de forma mais aprofundada. Com a chegada do coronavírus esse desejo de transformar tudo em realidade virtual apressou os programadores. A vontade de conectar todos de forma que ninguém saia de casa, passou a ser o objetivo a ser alcançado a curto prazo.  

Com o Metaverso poderemos participar de reuniões vendo nossos chefes em forma de avatares e sermos vistos por eles como forma assim designado. Espero que dona Maricota, minha chefe, escolha uma “avatar” bem bonitinha para que possamos aguentar sua voz estridente dizendo quais os objetivos que devemos alcançar até o final do mês. 

Eu também poderei criar meu ambiente virtual e os avatares poderão adentrar à minha loja para comprar o que desejarem. A pessoa, da sua própria casa, usando óculos especiais, irá me ver como um boneco, e também será visto por mim de acordo com a aparência que ela escolher. Com certeza, nesse ambiente eu não irei colocar esgoto nem lixo. Isso não existirá para evitar que as pessoas se afastem. 

Com o tempo os lugares serão tão bem planejados, tão bonitos, tão limpos e tão aperfeiçoados, que iremos ter vergonha de ir para a vida real. Uma pessoa feia só existirá fora da realidade virtual, e, com certeza, irei morar por lá a vida eterna, sim, porque mesmo que eu venha a falecer de verdade, meu avatar irá ficar vivo sem que se perceba que eu morri na vida real. Quando alguém perceber que vim a falecer poderá herdar meu avatar e passar a conviver com a personalidade emprestada. 

Se o avatar fizer alguma coisa errada no mundo virtual, poderá ser desconectado sem que sofra qualquer punição, bastando o dono apagar aquele avatar e construir outro. Os crimes, mesmo assim, existirão pois quando se recebe uma mensagem grosseira, apesar de não conhecer o autor, fica-se triste, o mesmo acontecerá no mundo dos avatares. Os sensores expressarão sentimentos reais no boneco virtual, e não  terei como fingir, apesar de estar avatar.

Acredito que meu avatar irá andar com armas escondidos debaixo da roupa, e se um avatar atrevido inventar de xingar-me, ah! aí a coisa fica feia. Como será os crimes e a forma de desvendá-los, só o tempo dirá. Podemos pensar nos avanços, mas não podemos ignorar  os perigos como aconteceu com o famoso jogo de suicídio “Baleia Azul”.  

A tecnologia empregada está sendo aperfeiçoada. Isto é apenas o projeto inicial, mas, com certeza, a qualidade dos sensores, a tela dos óculos, a transmissão dos dados em tempo real, importará para que essa nova ideia possa dar certo. O dono do WhatsApp já está vendo que é necessário boa qualidade nos equipamentos e preço acessível para que o projeto tenha sucesso. O norte-americano, dono do Instagram, prevê uma internet ultrarrápida para que possamos sair com nosso avatar para o cinema, assistir ao filme junto com outros avatares, e voltarmos para casa num ônibus lotado de avatares. Se no ônibus houver um “avatar” de fio dental à nossa frente, a mulher em casa terá que emprestar as partes para que possamos sentir a “avatar” de biquini, senão fica só na ilusão. Mas como há uma teoria que defende que nunca nos encostamos uns nos outros, que nossos átomos se repelem, a realidade virtual irá fazer com que o cérebro ache que estamos "acochando" alguém e passe a transmitir a mesma sensação do real. 

Digo isso porque comprei uns óculos para assistir em 360 graus, fui à uma montanha russa e me senti enjoado. Na montanha real, além da vista panorâmica que surge em cada curva, o corpo sente os solavancos. Na realidade dos óculos virtuais não se sente solavancos, apenas podemos visualizar o que vai passando, com isso, a mente não compreende o que está acontecendo e tende ao desmaio. Espero que não aconteça com a invenção de Mark Eliot Zuckerberg, dono também do Facebook.  


Heraldo Lins Marinho Dantas

Santa Cruz/RN, 15.01.2022  ─ 10:04



2 comentários:

Comentários com termos vulgares e palavrões, ofensas, serão excluídos. Não se preocupem com erros de português. Patativa do Assaré disse: "É melhor escrever errado a coisa certa, do que escrever certo a coisa errada”