SILVANA
Na minha infância havia Silvana.
Não era santa, nem era a outra.
Mas era menos ingênua do que eu.
À noite ela chegava e brincávamos
de esconde-esconde.
Longe dos olhares adultos, entrávamos
no primeiro beco disponível.
Sob o luar prateado ela me ensinava
beijos molhados.
Não fui bom aluno, era baixinho,
mal conseguia tocar os lábios dela.
Mas todo aprendizado é prazeroso.
Eu tive o meu.
Nelson Almeida. Natal, 11/12/20. 23:55.
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