terça-feira, 3 de maio de 2016

UMA HISTÓRIA EM DOIS GÊNEROS (por Professor Ismael André)


A BELEZA DESATINA (miniconto)

Professor Ismael André


Uma tarde até fria. Um carro lotado. Um senhor nos para. Uma moça bonita é sua atenção. Documentos aceitos. Liberados, saímos. De repente, uma sirene nos cerca. Paramos. Entrego novamente os documentos. Não eram os meus que ele queria. Foi a desatenção com a moça bonita que fizera entregar os documentos alheios.






BLITS EM DOSE DUPLA (Crônica)

Professor Ismael André

Depois de um dia de aula, saímos (eu e meus colegas) de volta aos nossos aconchegos. A cem metros da rodoviária da Polícia Federal, percebi que o policial fazia seu trabalho de averiguação e sinalizara minha parada. Olhei o retrovisor central e comentei:
- Todos estão com cintos?
- Não!!! Disse meu colega atônito de susto que, viajava de passageiro ao meu lado.
Nestes segundos atropelados pelo nervosismo, parei o carro, baixei o vidro da minha porta e fui mirado:
- Por favor, os documentos do veículo – disse o policial em tom meio que grosseiro. Até achei que foi para me intimidar.
Olhando ressabiado para dentro do carro, o policial detém seus olhos a duas belas mulheres que estavam no banco de trás... não se contendo em não usufruir de tamanha venustidade a distância, ele exclama:
- Abra o vidro da porta traseira!
Já assustado com tamanha incivilidade, cedi apenas um pouco do vidro. Mas o guarda não se conteve.
- Baixe todo o vidro, rapaz!
Baixei o vidro, olhei o retrovisor central, minha amiga que estava de passageira já estava com uma face em tom de medo. O agente leva a sua mão na direção do galante comprido cabelo daquela jovem mulher, numa sutileza que aumentou as aceleradas do coração da moça.
O gesto se conteve em menos pesadelo, quando suavemente ele tocou o cinto de segurança para saber se estava preso. Olhando a outra bela mulher que se encontrava no lado oposto, disse:
- Puxe seu cinto!!!
A mulher puxando o cinto confirmara que estava presa e cuidadosamente viajava amputando aspectos de insegurança.
Depois de mais umas três ou quatro perguntas, o cidadão me entregou os documentos e afirmou que estava liberado. Seguimos viagem comentando os feitos daquele momento que causara um desconforto emocional.
Quando os assuntos mudaram, passando uns vinte minutos estrada a fora, olhando para o retrovisor vejo uma viatura em alta velocidade se aproximar com a sirene ligada. Torno a observar e aí vem um aperto no coração, o motorista daquele carro policial dar uns famosos “cortes de luz”, sinalizando assim, que eu parasse. Não tendo outra alternativa e já assustado, parei.
Quando olho de lado, o bendito policial que me parara anteriormente se apresenta. Sem titubear, baixo logo os dois vidros das portas (tanto dianteira, quanto traseira). Pensei comigo: “ou ele quer ver novamente as belas mulheres ou pratiquei um grave crime e não sei o que é!”
Num olhar indulgente de atenção, ele exclama:
- Moço, por favor, olha se não te entreguei documentos demais. É que perdi os documentos do outro rapaz que eu tinha barrado. Se eu não o encontrar serei processado.
Para sorte daquele desastroso senhor, tivera me entregado todos os documentos em um.
Naquele momento, acabei percebendo que a legalidade da lei pode condenar a própria lei, tudo é questão de ótica.

Sexta-feira, 29 de abril de 2016.

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