A BELEZA DESATINA (miniconto)
Professor
Ismael André
Uma
tarde até fria. Um carro lotado. Um senhor nos para. Uma moça bonita é sua
atenção. Documentos aceitos. Liberados, saímos. De repente, uma sirene nos
cerca. Paramos. Entrego novamente os documentos. Não eram os meus que ele
queria. Foi a desatenção com a moça bonita que fizera entregar os documentos
alheios.
BLITS EM DOSE DUPLA (Crônica)
Professor
Ismael André
Depois de um dia de aula, saímos (eu e
meus colegas) de volta aos nossos aconchegos. A cem metros da rodoviária da
Polícia Federal, percebi que o policial fazia seu trabalho de averiguação e
sinalizara minha parada. Olhei o retrovisor central e comentei:
- Todos estão com cintos?
- Não!!! Disse meu colega atônito de susto
que, viajava de passageiro ao meu lado.
Nestes segundos atropelados pelo
nervosismo, parei o carro, baixei o vidro da minha porta e fui mirado:
- Por favor, os documentos do veículo –
disse o policial em tom meio que grosseiro. Até achei que foi para me
intimidar.
Olhando ressabiado para dentro do carro, o
policial detém seus olhos a duas belas mulheres que estavam no banco de trás...
não se contendo em não usufruir de tamanha venustidade a distância, ele
exclama:
- Abra o vidro da porta traseira!
Já assustado com tamanha incivilidade,
cedi apenas um pouco do vidro. Mas o guarda não se conteve.
- Baixe todo o vidro, rapaz!
Baixei o vidro, olhei o retrovisor
central, minha amiga que estava de passageira já estava com uma face em tom de
medo. O agente leva a sua mão na direção do galante comprido cabelo daquela
jovem mulher, numa sutileza que aumentou as aceleradas do coração da moça.
O gesto se conteve em menos pesadelo,
quando suavemente ele tocou o cinto de segurança para saber se estava preso. Olhando
a outra bela mulher que se encontrava no lado oposto, disse:
- Puxe seu cinto!!!
A mulher puxando o cinto confirmara que
estava presa e cuidadosamente viajava amputando aspectos de insegurança.
Depois de mais umas três ou quatro
perguntas, o cidadão me entregou os documentos e afirmou que estava liberado.
Seguimos viagem comentando os feitos daquele momento que causara um desconforto
emocional.
Quando os assuntos mudaram, passando uns
vinte minutos estrada a fora, olhando para o retrovisor vejo uma viatura em
alta velocidade se aproximar com a sirene ligada. Torno a observar e aí vem um
aperto no coração, o motorista daquele carro policial dar uns famosos “cortes
de luz”, sinalizando assim, que eu parasse. Não tendo outra alternativa e já
assustado, parei.
Quando olho de lado, o bendito policial
que me parara anteriormente se apresenta. Sem titubear, baixo logo os dois
vidros das portas (tanto dianteira, quanto traseira). Pensei comigo: “ou ele
quer ver novamente as belas mulheres ou pratiquei um grave crime e não sei o
que é!”
Num olhar indulgente de atenção, ele
exclama:
- Moço, por favor, olha se não te
entreguei documentos demais. É que perdi os documentos do outro rapaz que eu
tinha barrado. Se eu não o encontrar serei processado.
Para sorte daquele desastroso senhor,
tivera me entregado todos os documentos em um.
Naquele momento, acabei percebendo que a
legalidade da lei pode condenar a própria lei, tudo é questão de ótica.
Sexta-feira, 29 de abril de 2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários com termos vulgares e palavrões, ofensas, serão excluídos. Não se preocupem com erros de português. Patativa do Assaré disse: "É melhor escrever errado a coisa certa, do que escrever certo a coisa errada”