CANTO PARA MINHA MÃE
(POR TODA A VIDA)
Valdenides Cabral
(POR TODA A VIDA)
Valdenides Cabral
A fala de minha Mãe
me chega aos ouvidos, em sonho,
para se perder
na realidade circundante.
Agora mesmo
Ela acaba de me instrucionar
e já não me lembro.
Quem sabe me dizia:
“menina, aguar a horta,
trançar alhos e cebolas...”
Talvez varrer o terreiro
com vassourinha,
ou catar feijão, cedinho,
ouvindo o barulho da desnatadeira.
me chega aos ouvidos, em sonho,
para se perder
na realidade circundante.
Agora mesmo
Ela acaba de me instrucionar
e já não me lembro.
Quem sabe me dizia:
“menina, aguar a horta,
trançar alhos e cebolas...”
Talvez varrer o terreiro
com vassourinha,
ou catar feijão, cedinho,
ouvindo o barulho da desnatadeira.
Talvez, por amar demais,
a fala de minha Mãe
esteja presa nos cantos
da casa velha, aonde nasci
ou até perdida
por entre as pedras do quarador,
embaixo das juremas do açude.
a fala de minha Mãe
esteja presa nos cantos
da casa velha, aonde nasci
ou até perdida
por entre as pedras do quarador,
embaixo das juremas do açude.
A fala de minha Mãe está presa
em mim, na infância que não quer
(e não há de ir) ir embora.
Ela é o meu tesouro,
espargindo-se sob o céu das Cacimbas
da minha infância
que nunca há de sair de mim.
É só fechar os olhos.
em mim, na infância que não quer
(e não há de ir) ir embora.
Ela é o meu tesouro,
espargindo-se sob o céu das Cacimbas
da minha infância
que nunca há de sair de mim.
É só fechar os olhos.
Valdenides e sua filha
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