Já vi meninada alesada
Pelejando na quintura
As tripas tendo gastura
Comida peba sonhada
Com uma reca incagada
Com um bodoque na mão
Procurando um gavião
Para fazer-lhe um guizado
Deixando-os empazinados
Nas quebradas do sertão.
Um forró estive a olhar
No oitão de seu José
Homem, menino e mulher
Todos a se rebolar
A fivela arriar
Num ralabucho do cão
Não tinha nem trupicão
Que atrapalhasse a mundiça
Nem a inhaca carniça
Nas quebradas do sertão.
Vi um moço arretado
Bravo pra mais de uma légua
Mandando a baixa da égua
Um beradeiro entojado
Que estava abestado
Pôr cabritas em ilusão
“Aquiete seu frivião
E venha com mais respeito
Fio da bexiga, sujeito!”
Nas quebradas do sertão.
Num boteco bem do lado
Vi um pinguço pedir
Uma de pinga a ingerir
Para esquecer a gaia
Surge então uma minissaia
De beiços num vermelhão
Quando viu a arrumação
O biriteiro pensou assim:
“Vou tapear essa pra mim”
Nas quebradas do sertão.
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