sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

NAS QUEBRADAS DO SERTÃO - Professor Ismael André

Já vi meninada alesada Pelejando na quintura As tripas tendo gastura Comida peba sonhada Com uma reca incagada Com um bodoque na mão Procurando um gavião Para fazer-lhe um guizado Deixando-os empazinados Nas quebradas do sertão. Um forró estive a olhar No oitão de seu José Homem, menino e mulher Todos a se rebolar A fivela arriar Num ralabucho do cão Não tinha nem trupicão Que atrapalhasse a mundiça Nem a inhaca carniça Nas quebradas do sertão. Vi um moço arretado Bravo pra mais de uma légua Mandando a baixa da égua Um beradeiro entojado Que estava abestado Pôr cabritas em ilusão “Aquiete seu frivião E venha com mais respeito Fio da bexiga, sujeito!” Nas quebradas do sertão. Num boteco bem do lado Vi um pinguço pedir Uma de pinga a ingerir Para esquecer a gaia Surge então uma minissaia De beiços num vermelhão Quando viu a arrumação O biriteiro pensou assim: “Vou tapear essa pra mim” Nas quebradas do sertão.


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