sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O DISFARCE DE COBRA NANA - Gilberto Cardoso dos Santos




Cobra Nana se disfarça
de maneira eficiente
você só percebe a farsa
depois que ela mete o dente
com aparência de banana
esta cobra sempre engana
o comedor distraído
sempre o sujeito se lasca
pois assim que tira a casca
quem vai morder é mordido.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O DIA EM QUE OS CARROCEIROS DERAM UMA LIÇÃO AOS PROFESSORES



Imagem meramente ilustrativa


Num dia de sol forte, caminhava eu ali próximo a Caixa Econômica Federal, quando percebi o barulho de pessoas, de carro de som vindo em direção à Prefeitura Municipal. Pensei comigo mesmo: deve ser um protesto, uma movimentação do sindicato dos professores, pois naquele período estava havendo mais uma greve dos educadores da rede estadual. 

Grande foi meu espanto, quando se aproximaram de mim não os professores grevistas daquele momento, com seus gritos de ordem, com suas bandeiras vermelhas, as cores da insatisfação , da revolta! 

Não eram eles; Mas sim os carroceiros; gente humilde. Ali não haviam bandeiras. A bandeira que defendiam não tinham cores partidária, mas a bandeira da defesa do direito ao trabalho, ao sustento, da defesa ao pão de cada dia!

Averiguei e soube o que estava ocorrendo. É que o Ministério Público Estadual exigia que a Prefeitura delimitasse uma área, fora do perímetro urbano onde os carroceiros passassem a prestarem seus serviços de fretes. Esse local ficaria muito distante da população, e consequentemente, traria para eles grandes dificuldades, praticamente o fim da atividade.

Apesar dos meus afazeres, parei para ouvir aquele ato. E que ato! Além de pacífico e ordeiro, eles deram uma demonstração de união, de convicção, de cidadania. Qualidades que gostaria de ver na categoria que forma opinião.

Passaram ali naquela rua entre a Caixa e o Banco do Nordeste e caminharam até a Prefeitura. Já lá, solicitaram que fossem recebidos pelo prefeito. O prefeito estava num evento no Bairro Maracujá. Fica acertado com sua assessoria que a comissão dos carroceiros seria recebida à tarde.

No outro dia, soube que o prefeito, juntamente com a Comissão dos Carroceiros foi na tarde anterior até a Promotoria Estadual e lá foi feito um acordo: os carroceiros ficariam no local onde sempre prestaram seus serviços, onde estavam, com uma condição de mantê-lo limpo.

Fiquei feliz demais por eles, mas triste com minha categoria.

**João Maria de Medeiros é professor, poeta e cronista.


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

BAIANIDADE GREGA - Goimar Dantas





Baianidade grega

Vênus de Milo,
beleza clássica.
Contorno suave,
quadris faceiros.
Vem requebrando:
brejeira, suada, molhada.
Em pleno sertão baiano.
Cantora lírica, nata.
Graves e agudos
ecoam no açude
quase seco.
Supersticiosa.
Dengosa.
Vem toda prosa.
Lenta,
cheia de malemolência.
Equilibrando
a trouxa grande na cabeça.
Sedenta:
de amor, água e sorte.
Brasileira.
Forte!
Nordestina,
menina:
Maria, Bonita
.

domingo, 26 de janeiro de 2014

A COPA, O POVO E A ELEIÇÃO - Ubirajara Rocha


Na véspera da copa, a grana rola,

durante a copa, quem rola é a bola,


depois da copa vem a bolada

,
para os organizadores tudo e para o povo nada!


Nos discursos, o político enrola;


na eleição, o eleitor se enrola;


após o pleito se vê a burrada;


de uma multidão desorientada,


que padece na copa e na eleição


e continua pagando pela falta de visão.


Quero que adivinhe, qual é a nação?

sábado, 25 de janeiro de 2014

ESPASMOS DE GAFIEIRA - Jessier Quirino



A madrugada sonâmbula
Desperta de cara inchada
E quando espreguiça os braços
Espalha brechas de luz.
Pelas gretas da janela
Assisto a uma cena bela
Musicada a rouxinol
É uma aurora escanchada
De pele rubra borrada
Parindo gema de sol.
Có-ró-có-cós espaçados
De galos gogós-de-sola
E encarrilhados tô-fracos
Dos guinés, frangos-de-angola
Mugidos, silvos, trinados
E restos de conversados
Ruídos de mundo afora.
Canecos dão seus tibungos
Lá no pote da biqueira
E banham lerões de nylon
Com seus Colgates pastosos
De hálitos brancos frescosos
Nos céus-das-bocas riseiras.
E o sino alegre blom-blim-bla
Um blom-blin-blá animado
E as velhas de boca funda
Que insistem em ter pecado
Mastigam seus Pai-nossos
E Credos, bem mastigados.
Cá pra nós os pecadores
Uma brisa viajeira
Trás um cheiro de pão doce
Crioulo, brote e carteira
Mas não haverá café…
…Sinto um fervor de fogueira:
No arame, tua saia
Maldosamente ensaia
Espasmos de gafieira.

A GUERRA DO GOLFO PÉRSICO - Chagas Rodrigues (violeiro)



Dia 15 de janeiro
Travou-se a luta sangüenta                                                                       
Três dias de bombardeios
Via-se a mata cinzenta
Dentro do nosso planeta
A coisa vai ficar preta   
Nesta década de noventa

O grande Sadan Hussein
Entrou em subterrâneos
convidou seus companheiros
Para usarem seus crâneos
Lutar contra os aliados
Com mais de cem mil soldados
Queimando seus conterrâneos

De Bagdá a Omã                         
O povo se maldizendo           
Tem muita gente brigando   
Um gritando outro gemendo           
Quantas mães não têm chorando                                        
E as crianças pagando                                                         
Pelos  que estão devendo 

George Bush das fronteiras
Ordenou para mandar
Seus aviões de guerra
Passarem cruzando o ar
Devido a sua grandeza           
Com as armas de defesa
Para afundar Bagdá.

Não sei quem estão errados                                                                
Se são eles, ou sou eu
É tanta gente brigando
Por coisas que Deus nos deu                   
Pois a causa da guerra
É pelo taco de terra
Que nunca lhes pertenceu

Envolveu vários países                 
A Turquia, a Alemanha             
Toda Arábia Saudita
Inclusive a Grã-Bretanha
Os irmãos Americanos      
Contra os Iraquianos
Vai-se ver quem perde ou ganha.

Vejo a hora eles entrarem
no nosso torrão natal
a quem quero tanto bem
Meu Brasil nacional
segundo o que estou pensando
nosso mundo está entrando
pra terceira mundia

Um conflito entre as nações
Um sentimento profundo
Desde entre o catastrófico                                         
Não esqueço um só segundo                                                                
Que não se prolongue mais
Peço a Deus que a Santa Paz 
Permaneça em todo mundo.


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

CORDELISTA QUE FAZ PLÁGIO ENVERGONHA A POESIA (Mote e estrofes: Marciano Medeiros)



Quem é falsificador
Merece reprovação,
Pois engana seu irmão
Falando ser escritor.
Não passa de impostor
Esta figura vazia,
É mestre da covardia
Seu ato gera contágio
Cordelista que faz plágio
Envergonha a poesia.

Pois até mesmo o Pavão
De Camelo de Melo
Sentiu maldoso cutelo
Dum safado de plantão
Que falou pelo sertão
Ter muita categoria,
Mas agiu com fantasia
Marchou num triste apanágio
Cordelista que faz plágio
Envergonha a poesia.

Ouvi falar de um cabido
Que está falsificando
Lindos textos copiando
Este falsário atrevido,
É muito desprecavido
Não mostra sabedoria
Nossa lei o pega um dia
Eu senti o presságio
Cordelista que faz plágio
Envergonha a poesia.

Precisamos combater
Através de intervenções,
Dizendo pras multidões
A boa não perder,
Pois é preciso conter
Esta psicopatia,
Terrível patifaria
De quem merece naufrágio
Cordelista que faz plágio
Envergonha a poesia

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

No túnel do tempo entrei Com esta fotografia - Gilberto Cardoso dos Santos


Minha amiga Vitória
E ex-aluna brilhante
A saudade nesse instante
Invadiu minha memória
Imagem de nossa história
Que desperta a poesia
Recordo com alegria
O tempo em que lhe ensinei
No túnel do tempo entrei
Com esta fotografia.

Era o meu aniversário
Que vocês organizaram
E certamente tornaram
Meu dia extraordinário
Em meio ao labor diário
A gente se divertia
De tudo que acontecia
Eu nunca me esquecerei
No túnel do tempo entrei
Com esta fotografia.

Você era tão novinha
E eu também, como se vê
Feito um astro de tevê
Imensa beleza tinha
A orelha pequenininha
Braços fortes possuía
Tão feliz naquele dia
Muito me emocionei
No túnel do tempo entrei
Com esta fotografia.

Professor Carlos (Fusquinha)
João de Deus e Barbosa
Naquela tarde ditosa
Com bastante fome vinha
Veraneide, de franjinha,
Olhava ao lado e sorria
O professor João Maria
Pensava em quê? Eu não sei...
No túnel do tempo entrei
Com esta fotografia.

Barbosa era magrinho
João de Deus não barrigudo
Carlos era bigodudo
João Maria bem novinho
De calçado bem branquinho
Veraneide se exibia
Vitória Souza sorria
Com um batom rosa chegay
No túnel do tempo entrei
Com esta fotografia

A vida nos separou
Do contato pessoal
Mas no mundo virtual
Vitória me encontrou
Meu ser se regozijou
Foi como uma epifania
- Viva a tecnologia! -
Com emoção exclamei
No túnel do tempo entrei
Com esta fotografia.


"MEU BRASIL BRASILEIRO" E GRAVE DENÚNCIA DO SBT SOBRE SEGURANÇA NO RN

O caso do delegado de Natal que levou adolescente ao motel

"MEU BRASIL BRASILEIRO"

Vai aqui o meu repúdio
Reclamar nunca é demais
Falar mal do meu país
Nunca pensei ser capaz
Mais a coisa só piora
Ou eu falo tudo agora
Ou não falarei jamais

Muita coisa está errada
Nem sei como começar
Segurança, educação
Estradas ou bem-estar
Dependendo de política
A coisa fica mais crítica
A tendência é piorar 

Vou começar com saúde
Dizendo o que me apraz
O povo morrendo à mingua
Num sistema ineficaz
Hospitais superlotados
Pacientes revoltados
Um governo incapaz

Dos postos de saúde
Não adianta falar
Da falta de remédios
Nem sei onde reclamar
Atendimento ruim
Mesmo fazendo motim
Não sei se vai melhorar

Segurança um desastre
Assalto a toda hora
Policia despreparada
Pra chegar uma demora
Quem quiser ache ruim
Minha cidade é assim
Nós dentro e os presos fora

Educação nem se fala
Não tem aula, só tem greve
Aluno falando errado
Nem ler e nem escreve
Professor despreparado
Diretor apadrinhado
De político almocreve

As estradas esburacadas
Parecendo uma peneira
Fecha aqui fecha acolá
Parece até brincadeira
Muita gente pra ganhar
Ninguém para consertar
É questão politiqueira

Os culpados somos nós
Que não sabemos votar
Escolhemos governantes
Que só sabem enganar
Só pensamos no momento
Esquecendo o sofrimento
Que nos fizeram passar

Autor: Edimar Monteiro  http://www.edimarcordel.blogspot.com

Pendão (Ao poeta Manuel Bandeira) - Marcos Cavalcanti


Manuel Bandeira
De Bandeiras rasgadas,
De conversas fiadas ou afiadas
Afiançando a vida
Nos monturos de lixo das Pasárgadas,
Reconhecendo o bicho-homem
Roedor de vidas amortalhadas.
Manuel de bandeira universal,
De uma tosse pura e corrosivamente carnal.
Bandeira dos manuéis,
Bandeira dos bordéis,
Bandeira do Brasil,
Bandeira, o que tu és?
Um poeta que pariu!


Mástil

Al poeta Manuel Bandeira

Manuel Bandeira
De banderas rasgadas,
De Conversaciones fiadas o afiladas
Afianzando la vida
En los montones de basura de las Pasárgadas,
Reconociendo el bicho hombre
Roedor de las vidas amortajadas.
Manuel de bandera universal,
De uma tos pura y corrosivamente carnal.
Bandeira de los manueles,
Bandeira de los burdeles,
Bandeira del Brasil
Bandera, lo que eres tú?
¡Un poeta que parió!





terça-feira, 21 de janeiro de 2014

O Raqueiro - Carlos Fialho


Ele tem um notável problema de dicção. Como um Cebolinha mal programado troca o “V” pelo “R” sem a menor cerimônia. Isso não o atormenta. Diz ser coisa do sotaque interiorano, pois cresceu no campo, em meio a criações de gado e safras das mais diversas. E foi precisamente no saudável ambiente interiorano, de pessoas humildes e trabalhadoras, mas também rudes e pouco intruídas, onde cresceu e apreendeu valores que permeiam sua vida inteira. Porém, acabou por se identificar muito mais com a rudeza e ignorância do que com a humildade e o trabalho que enobrece o homem e lhe atribui caráter.

É que o Raqueiro autêntico, que gosta de raquejada, de Carraleiros do Forró e de se mostrar pro porro, nunca precisou dar um prego numa barra de sabão. O pai já trabalhou por ele. É fazendeiro rico, criador de gado, produtor de muitas toneladas de grãos, dono de terras e dos mais modernos equipamentos para otimizarem o cultivo, desde ordenhadores computadorizados a tratores de último tipo.

Com tanto dinheiro sobrando e já havendo outro trabalhado por ele, só resta ao Raqueiro curtir uma vida boa, andar pelos interiores do RN, tal qual um Ojuara sem nenhum caráter, na sua suntuosa picape de novo rico e gastar a polpuda mesada que nunca falta. É verdade que ele também costuma vir ao litoral e à nossa capital (que aliás é uma cidade do interior à beira-mar) e se sente em casa por aqui. Ainda mais nessa época de veraneio, quando pode ir de Pirangi a Muriu, ver concertos dos mais variados repertórios (os Aviões, os Solteirões, os Raparigueiros, os Plays, Rictor & Léo) e atolar seu 4×4 em areias, recebendo socorro de veranistas desavisados e bem-intencionados. Tenho a impressão que atolar seu veículo é um momento de glória, pois dá a ele a oportunidade de exibir sua condição de vida confortável para toda uma turba de pessoas que se amontoam como moscas em redor do seu possante.

Nas vaquejadas, chega a um bar e paga cinquentinha ao sanfoneiro para não parar de tocar um instante, mais cinquentinha ao garçom pra não arredar do seu lado e pede todo tipo de bebida pra não faltar nada nem pra ele nem pro seu séquito de bajuladores e marias-botinas que mantém o seu ego inflado com elogios incessantes, além de darem ouvidos a suas incríveis peripécias e violentas pelejas em que dera cabo de 3 ou 4 no braço e puxara uma arma para outros tantos.

O Raqueiro, por ter tido sempre tudo nas mãos, acabou por não se habituar a ser contrariado, tendo portanto, desenvolvido no âmago do seu ser uma natureza deveras violenta. Traduzindo para uma linguagem que até ele entenda: é um valentão sem cérebro doido por uma briga. Vive provocando intriga e contando seus causos cheios de exageros e inverdades em que enfrentaram não-sei-quantos e atiraram em não-sei-quem. O Raqueiro anda armado e em bando. É capaz de partir para cima de um pobre rapaz solitário e espancá-lo com a ajuda de 5 comparsas e depois sair bradando por aí que estava quieto, na dele, e foi atacado em sua honra.

Aliás, honra para ele, é algo exclusivamente masculino. O Raqueiro é representante de toda uma cultura coronelista e machista nordestina. Coisa muito da nossa. Logo, por uma questão de conservação da moral e dos bons costumes, todo Raqueiro que se preze deve tratar as mulheres como lixo. Sobretudo as namoradas. Muitas vezes chama as mulheres de vacas (algumas vezes de raparigas). E pra combinar com a saborosa ruminante, ainda orna sua cabeça com belos pares de chifres. Sai escondido, trai todas as semanas e dá em cima até das amigas da namorada. Tudo isso além de gritar, humilhar, diminuir e destratar sua “querida” sempre que possível. Dirige-se a ela sem qualquer cortesia e é incapaz do menor gesto de carinho (beijar em público é feio!). E assim segue sua vida e arranjando garotas subservientes que se submetem aos seus caprichos de menino mimado e ignorante de olho nas posses, no sobrenome da família e nos hectares da fazenda.

Cortesia e gentileza são atributos desconhecidos do Raqueiro, assim como são muitas as fontes de sua completa jumentice. Por favor e Obrigado, por exemplo, nunca fizeram parte do seu vocabulário de pouco mais de 100 palavras.

É fácil reconhecer um Raqueiro. Fala alto como se a cidade inteira precisasse saber quanto custou o cavalo de raça que adquiriu na última Festa do Boi. Conta vantagens sem parar de coisas que fez e surras que deu e raparigas que comeu. Sai ciscando por aí e cantando pneu com sua caminhonete cabine dupla importada. Chama os amigos alternadamente de “major” ou “meu patrão”, uma vez que desconhece quaisquer outras formas de se referir às pessoas.

Se você encontrar um tipo assim por aí (e acredite: você vai encontrar), corra como se estivesse fugindo da doença da vaca louca ou de uma manada de zebus enfurecidos. Porque se ele lhe pegar pra prosear, major, num rai ser muito bom não.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

APOESC RECITANDO EM 2014 E LANÇAMENTO DO LIVRO DE HÉLIO CRISANTO


Na noite do dia 08.02.2014, a partir das 19:30 h, a APOESC realizará mais um espetáculo de música e poesia no Teatro Candinha Bezerra.
Na ocasião, será lançado o mais novo livro de Hélio Crisanto, o Prosa de Cancela.


Entrada franca.
Espetáculo sem censura.

Apoio cultural. 






ROSSICLÉIA NO FAUSTÃO


Após longo tempo, a inteligente humorista cearense Rossicléia retornou ao Faustão. Quando eu soube, já havia sido transmitido. Lamentei não ter visto, pois a acho engraçada. Procurei na net e encontrei o vídeo no site da Globo com a seguinte manchete:
"Saco de Risadas: Rossicléia volta ao Domingão e é aplaudida de pé"
Mais curioso ainda e orgulhoso por ver uma artista nordestina sendo tão bem aceita, acessei o vídeo.
No geral foi realmente boa a apresentação dela, embora tenha me parecido menos animada no palco que de costume. Quanto às piadas, todas já conhecidas, com nova roupagem. Certamente encantam mais àqueles que ainda não as conhecem.
De fato, o público de modo espontâneo (aparentemente) se pôs de pé e a aplaudiu. Mas eu acho que escolheram a hora errada. Foi quando ela voltou-se para uma senhora idosa da plateia e começou a brincar com ela, a rir da cara dela. Humor negro da pior espécie. Posso ter interpretado mal, mas percebi um certo constrangimento na face da anciã que insistia em sorrir diante da piada inesperada.
Fiquei a imaginar o quanto somos contraditórios e mesquinhos. Estranho que não tenha aparecido ninguém para contestar a qualidade daquela piada. Foi precisamente aí que a plateia se pôs de pé e a aplaudiu. Fico me perguntando se apenas eu tive essa reação negativa.

Vejam no link abaixo e tirem suas próprias conclusões.


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Solidão - Sabrina Oliveira


De uma vida efêmera e fria
Brota no peito a agonia
De um amor que contagia
Da conquista que outrora  perseguia
Do abandono que agora esfria
Oh! Triste solidão
Que assola na escuridão
Roubando o sono
Machucando o coração
Ego, Id e Super ego no chão
Orgulho quebrado
Orgulho ferido
Orgulho humilhado
Quão suave e melancólica
São as lembranças
Do riso faceiro
Do olhar estrangeiro
Que ficara pra trás.

Sabrina Oliveira

Santa Cruz 14/01/2014.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O PROTETOR DO GARÇOM NA PADARIA MERCATTO - Marciano Medeiros


O Protetor do Garçom na Padaria Mercatto, novo cordel do poeta Marciano Medeiros

O evento ocorrido no dia 29 de dezembro de 2013 na padaria Mercatto, envolvendo um desembargador, um garçom e outro cliente, foi amplamente divulgado na imprensa escrita e em dezenas de blogs do Rio Grande do Norte. Houve um acirrado debate com Alexandre Azevedo, cliente que presenciou um ato de humilhação, onde o desembargador teria feito ameaças abusivas, falando inclusive em prender o garçom e depois o próprio Alexandre, após sua interferência na discussão. O poeta Marciano Medeiros viu neste episódio um bom tema para redigir este novo folheto de cordel educativo, onde mostra que esta época da “carteirada” passou. No cordel fez uma reportagem poética e procurou levar o leitor a uma reflexão sobre este abuso de autoridade, que ficou conhecido em toda a Natal e alastrou-se pelo Brasil, tendo saído inclusive na Folha de São Paulo. Marciano disse que divulgou em cordel pela existência de vídeos, dezenas de testemunhas e que num possível processo todo este arsenal humano e tecnológico, pode ser amplamente mobilizado. “O povo potiguar repudiou tal conduta e acredita que o desembargador deve ser punido, após a investigação, que o Tribunal de Justiça afirmou que fará”, disse o cordelista. O folheto pode ser adquirido com o escritor ou na Casa do cordel, que fica na Rua Vigário Bartolomeu próximo à prefeitura de Natal. Além dos detalhes ocorridos e que Marciano contou nas estrofes, ele trouxe uma informação nova, o nome do garçom e que pode ser conhecido mediante a leitura do folheto.

ALGUMAS ESTROFES DO CORDEL:

O mundo precisa ter
Justiça sem preconceito,
Onde a força nunca vença
Aquilo que for direito.
Defendamos nossa Pátria,
Pois esta Nação tem jeito.

Precisamos acabar
Os resquícios da maldade,
Desenvolvendo bastante
Amor e fraternidade,
Sem concordar que exista
Abuso de autoridade.

Pois quem é trabalhador
Prossegue no dia a dia,
Desejando conseguir
Alcançar a melhoria
Pra viver com realismo,
Sem uso de fantasia.

Enfrenta longa distância
Vencendo todo atrapalho,
Pegando diversos ônibus
Num trânsito bastante falho,
Tem que chegar com rigor
Para fazer seu trabalho.

Não devemos insultar
Nosso proletariado,
Quem fizer isso precisa
Ser na justiça acusado,
Pelo cidadão que foi
Covardemente humilhado.

Houve ocorrência em Natal,  
Era domingo relembro.
Li tudo em dois mil e treze
No Facebook, me lembro.
Foi na data vinte e nove,
Em pleno mês de dezembro.

Na padaria Mercatto
Às dez horas da manhã,
O cidadão Alexandre
Virou moderno titã,
Ao precisar de bravura
Não teve atitude vã.

Juntamente a sua esposa
Quando tomava café,
Alexandre viu de longe
Um desconhecido em ,
Dizendo ser importante
E evangélico de .

O “seguidor” de Jesus,
Falava com prepotência.
Reclamando do garçom
Mandou chamar a gerência,
Exigindo que o rapaz:
Lhe tratasse de excelência.