Adriano Bezerra
No alto da cumeeira
Uma casa de besouro,
No fogão uma chaleira,
No torno um chapéu de couro,
Na porta antiga uma trava,
Na sala um paió de fava,
No alpendre a rede armada,
E a brisa mansa a soprar
TUDO ISSO FAZ LEMBRAR
DA MINHA VELHA MORADA.
Lá no canto da cozinha
Um pote e o velho pilão,
Sob a mesa uma quartinha
E a panela no fogão,
Lá no tripé o leiteiro,
A caçarola, o poncheiro,
E a carne dependurada
Num pau exposta a secar
TUDO ISSO FAZ LEMBRAR
DA MINHA VELHA MORADA.
O colchão feito de palha,
A cama e o camiseiro,
Os cambitos, a cangalha,
Os bichos lá no terreiro,
A tarrafa e uma rede,
Uma foto na parede
Pelo tempo desgastada,
E um velho rádio a tocar
TUDO ISSO FAZ LEMBRAR
DA MINHA VELHA MORADA.
O barulho da enchente,
O canto dos passarinhos,
O bafo da terra quente,
O piado dos pintinhos,
O gado lá no curral,
O feijão e o milharal,
A chuva e a trovoada,
E o céu a relampejar
TUDO ISSO FAZ LEMBRAR
DA MINHA VELHA MORADA.
Mais um belo texto, poeta. Parabéns!
ResponderExcluirNa minha também tinha tudo isso poeta, grandes versos!
ResponderExcluirValeu Gilberto, valeu Hélio! Abraço!
ResponderExcluirESSE POETA ADRIANO É MUITO TALENTOSO MEUS PARABENS ADRIANO BEZERRA
ResponderExcluirJOSE ACHIETA
Obrigado José Anchieta pelos incentivos. Abraço!
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