sexta-feira, 30 de março de 2012

SABENÇA MATUTA - Hélio Crisanto


Quando no céu aparece
O carreiro carregado
Gambá foge disparado
Carregando a filharada
Tetéu parte em revoada
Paturi corre no chão
Mangangá na solidão '
Voa pro oco do pau
Tudo isso é sinal
Que há chuva no sertão

Quando a perereca raspa
Caboré foge de casa
Quando o cupim cria asa '
Cururu pula da terra
E o juazeiro na serra
Enfeita a vegetação
Tanajura no verão
No meio do matagal
Tudo isso é sinal
Que há chuva no sertão

Quando nasce a bolandeira
Na força da lua cheia
E a aranha tece a teia
Construindo a morada
Formiga fazendo estrada
Cardeiro com floração
Quando se houve a canção
Do tristonho bacurau
Tudo isso é sinal
Que há chuva no sertão

6 comentários:

  1. ou poesia boa e matuta. ADOREI!

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  2. EITA POETA BOM DA PIULA. ESSAS POESIAS É BOM P/ O CABA LER NA VARANDA DA CASA A LUZ DE LAMPARINA,COMENDO CUSCUZ COM TRIPA ASSADA NO FOGÃO DE LEMHA E SE BALANÇANDO NUMA GRANDE REDE OUVINDO O BARULHO DA CHUVA E A GOTEIRA CAINDO NO MEIO DA SALA.

    LUÍS

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  3. Hélio,

    Assim como "Feira dos Bichos", essa poesia tem musicalidade, ritmo, maravilhosa rima e, principalmente, faz a gente ter um "baita" orgulho deste nosso Nordeste.

    Valeu, incomparável Hélio!

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  4. Valeu Teixeirinha e caros amigos anonimos, agradeço pelos comentários.

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  5. Valeu Teixerinha e caros amigos anonimos, agradeço pelos comentários.

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  6. parabéns grande vate e amigo Hélio Crisanto, seus poemas sempre excelentes!

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