Mas lá são buracos pequenos
Os buracos que aqui surgem
são buracos enormes, obscenos
Lá nossas ruas têm mais luzes
Nossas calçadas são planas
Nossos canteiros são limpos
Nossas praças são bacanas
Em andar de carro à noite
mais prazer encontro eu lá
Minha cidade tem estacionamento
Onde eu posso parar
Minha cidade tem mais árvores
Tem mais flores e amores
Mas aqui na capital
só encontro medo e temores
Lá tem borboletas e rosas
Riquezas da fauna e flora
Mas aqui a rosa inferniza
E a borboleta apavora
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá
Visitar os meus amigos
Terra onde posso cantar.
- José da Luz
No dia 26 de abril deste ano, na BR 101, próximo ao Sam's, caí num buraco de aproximadamente 30cm de profundidade por não sei quantos de diâmetro. Não vou dizer que perdi a roda porque é feio, mas tive um prejuízo de R$ 220,00 (pneu e aro). Nesse dia, noite na verdade, estava me dirigindo ao aeroporto pra pegar minha filha, vinda de suas merecidas férias no RJ. Agora me deparo com uma poesia de meu amigo e parente Zé da Luz sobre os buracos de Natal e a saudade de sua terra Natal, e vieram-me à mente as muitas meiotas de pitu com tripa assada, lavadas religiosamente com as geladas cervejas do Bar de Carminha, do Bar da Bica, do Bar de Bolivau, dos bares de Santa Cruz... e à mente me vieram, sobretudo, as muitas poesias desse maravilhoso poeta. Foram muitas odes e hinos dedicados às suas muitas musas e feitas de improviso naqueles românticos e etílicos momentos de cada brinde. Canção do Exílio em Natal fez-me lembrar de muitas outras criações literárias suas, nunca por ele publicadas e, talvez, perdidas ou esquecidas, por entre as folhas das ávores de Santa Cruz, ou por entre as rosas do Paraíso, ou das borboletas do Bar do Maracujá, ou dos grilos do Dente de Ouro, ou ainda, quem sabe, dançando com os ventos matinais da bela Baixa-Verde, em São Bento do Trairi, ou se exibindo para o incomparável pôr-do-sol do Beira-Rio com suas deliciosas brisas coloridas dos inesquecíveis finais de tardes de nossa querida Santa Cruz. Zé da Luz é uma enorme mina a ser explorada ainda! Vamos ao trabalho!
ResponderExcluirParabéns, prof. Zé da Luz,
ResponderExcluirPor mais um excepcional poema!
Obrigado por abrilhantar este blog com seu talento!
Homem culto e alma nobre
ResponderExcluirZé Darci
Professor Zé da Luz, contar com a sua inteligência neste espaço,seja em prosa, poesia ou aforismos, é sem desaforo, uma grande alegria para todos nós.
ResponderExcluirRoberto Gabriel: KKKKKKKKKKKK, A rosa é da roseira de Mossoró e a borboleta é a prefeita micarla.....kkkkkkk!!!!!
ResponderExcluirParabéns pela criatividade.
Caros amigos,
ResponderExcluirMesmo a distância, como é bom interagir com todos vocês!
Fico feliz em ser alvo de tantas manifestações de apreço e amizade.
Aos 51 anos, (re)descobri que é uma boa ideia revisitar minhas gavetas - atualmente virtuais - para brindar parentes e amigos com alguns escritos quase esmaecidos pelo tempo...
Abraços,
J. Luz