domingo, 1 de outubro de 2017
TROVAS INSPIRADAS EM OBRA DE PAWEL KUCZINSKY
01
Era quase meio dia
e terminei de cavar,
um crime por covardia,
tenho outro para enterrar.
(Antônio de Pádua)
02
O tempo vive a ceifar
toda e qualquer forma viva,
não temos como escapar
de sua ação destrutiva.
(Gilberto Cardoso / RN)
03
A morte nunca cativa
para muitos é mistério,
mas na hora decisiva
todos vão pro cemitério.
(Adriano Bezerra/RN)
04
O tempo em seu magistério
sem distinção em seus crivos,
iguala sem ter critério
quem está no rol dos vivos.
(Zé Ferreira)
05
Da finitude cativos
na arte achamos suporte,
ou em outros lenitivos
como cachaça e esporte.
(Gilberto Cardoso SC / RN)
06
Finitude não tem sorte,
é por demais ilusória,
impedir jamais coorte,
ao desfilar com a vitória.
(Antônio Cabral Filho - RJ)
07
Para descansar na glória
de Deus Pai, Nosso Senhor,
basta seguir a história:
ser bom e trabalhador.
(Aurineide Alencar- Dourados/MS)
08
Quem fica chora de dor
pelo seu ente querido,
mas quando também se for
por outros será sentido.
(Adriano Bezerra/RN)
09
O poeta extrovertido
no seu tempo precioso,
faz poemas com sentido
e a arte de um ser saudoso!...
(Luiz Cláudio)
10
Tão triste, mas mui ditoso
emprega os versos com fé.
Ergue o poema lacrimoso
E ora ficando de pé.
(Prof. Roque)
11
É temeroso ou não é,
saber que a morte vem?
Da cova ou da chaminé
não vai escapar ninguém.
(Adriano Bezerra/RN)
12
Falo sem nenhum desdém
que enfrento com coragem,
o embarque nesse trem
que leva à última viagem.
(Zé Ferreira - Natal/RN)
13
É pecado a sacanagem
de matar uma pessoa!
Deus vê tal crocodilagem
como coisa nunca boa!
(Oliveira Caruso)
14
Deus é bom e Ele perdoa
Pequenas falhas do dia.
Mas matar uma pessoa
Isso é suprema heresia.
(AFPereira)
15
Os plebeus e a burguesia
se equiparam na morte,
pra que tanta hiprocrisia
se terão a mesma sorte?
(Maria Zilnete-Campos dos Goytacazes/RJ)
16
Sem nenhum medo da morte
ciente da hora chegar,
eu sigo a vida mais forte
e já me pus a rezar.
(Antônio de Pádua)
17
Todos irão viajar
já nascem com passaporte,
ninguém escolhe o lugar,
o desembarque é a morte.
(Aurineide Alencar)
18
Agora dou grande corte
passado pra mim é tempo,
a imagem faz esse aporte
cova não é passatempo!...
( Luiz Cláudio/RN)
19
Sempre haverá contratempo
pra motivar nossa ida,
busquemos no entretempo
nos preparar pra partida.
(Adriano Bezerra/RN)
20
Começa cedo a corrida
Desde o primeiro vagido.
E quantos ao fim da vida
Chegam sem terem nascido.
(AFPereira)
21
Por antes nunca morrido,
sobrevivo na alegria.
Jamais serei esquecido
nem terei melancolia.
(Prof. Roque)
22
Chegado o fim do dia
Eu percebi, com torpor
Que a cada trova morria
Um pouco do trovador.
(Zé Ferreira)
quinta-feira, 28 de setembro de 2017
terça-feira, 26 de setembro de 2017
CONVOCAÇÃO PARA ELEIÇÃO DA DIRETORIA DA ANLIC E DO CONSELHO FISCAL (triênio 2017-2019)
EDITAL DE CONVOCAÇÃO
Assembleia Geral Ordinária
Assembleia Geral Ordinária
Por este edital, ficam convocados os senhores membros
acadêmicos da Academia Norte-rio-grandense de Literatura de
Cordel, situado à Rua Guaramirim nº 51, Conjunto dos Bancários, Pitimbu, Natal/RN, para participarem da Assembleia Geral Ordinária de eleição, trienio 2017-2019, que se realizará no dia: 18 de novembro de 2017, na Rua Professor Olavo Montenegro,2967, Capim Macio, Natal/RN, a partir das 08:00h até as 17:00h, em primeira convocação, conforme o quórum previsto no parágrafo 2º do art. 23, qual seja: “1/4(um quarto) dos acadêmicos; Se acaso o quórum for insuficiente, será realizada uma nova Assembleia, conforme preceitua o parágrafo 3º do artigo 23, descrito a seguir: § 3º-Não havendo número para deliberação, nova Assembleia a ser convocada, na forma ordinária, para daí a 10 (dez) dias da data de
convocação, quando, então, passados trinta minutos da hora marcada, se deliberará com qualquer número, salvo para alterações estatutárias de destituição de administradores e de dissolução da entidade, que não poderão ser feitas sem a presença, em última convocação, de pelo menos 1/3 dos acadêmicos”. A fim de deliberarem sobre a seguinte pauta:
1 - ELEIÇÃO DA DIRETORIA DA ANLIC E DO CONSELHO FISCAL para
triênio 2017-2019;
Informando que as inscrições para
candidaturas devem-se ater ao que
preceitua o paragrafo 5º do Art. 23- “Tratando-se da eleição da
diretoria, o prazo mínimo de 30 (trinta dias) para convocação deverá ser
anterior ao término do respectivo mandato, exceto se ocorrer o que foi previsto
no parágrafo único do artigo 17, o qual também se correlaciona com o artigo 24,
todos deste estatuto; previsão permitida apenas para a diretoria provisória de
fundação” e o “paragrafo 1º do art 24 -A eleição da diretoria far-se-á por voto
secreto, obedecidas às mesmas regras para eleição de acadêmicos, com a
diferença de que a inscrição de candidaturas, poderá ser feita na secretaria,
no prazo de 15 (quinze) dias anteriores à eleição, podendo ser avulsa e não
depende de homologação”.
Na oportunidade, lembramos aos Srs.
Acadêmicos que só terão direito a voto os que estiverem em dia com suas
obrigações.
Contamos com a honrosa presença de todos e
solicitamos aqueles que não puderem comparecer “in loco”, que procedam conforme
o previsto no “Art 23, parágrafo 4º: Na Assembleia Geral Ordinária destinada à
eleição da diretoria (art. 24, § 1º), os votos por correspondência e os
entregues na secretaria serão computados para efeito de “quorum”.
Natal/RN, 25 de setembro de 2017.
José Acaci Rodrigues
Presidente
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
EDITAL PARA ADMISSÃO DE MEMBRO DA ANLIC José Acaci
AOS POETAS CORDELISTAS QUE TÊM PRETENSÃO DE ASSUMIR UMA CADEIRA NA ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LITERATURA DE CORDEL:
EDITAL Nº. 01/2017
EDITAL PARA ADMISSÃO DE MEMBRO ACADÊMICO EFETIVO
EDITAL PARA ADMISSÃO DE MEMBRO ACADÊMICO EFETIVO
O Presidente da ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LITERATURA DE CORDEL (ANLiC), no uso das atribuições que lhes são conferidas pelo Estatuto da Entidade, em seu artigo 6° e §1°, que disciplina o processo de provimento de vagas em suas Cadeiras Acadêmicas e, faz saber a quem interessar possa, que:
1. DO OBJETO
1.1 – O objeto do presente Edital é o provimento de vagas acadêmicas, com a admissão de 04 (quatro) interessados para titulá-los como MEMBROS ACADÊMICOS EFETIVOS da Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel.
1.1 – O objeto do presente Edital é o provimento de vagas acadêmicas, com a admissão de 04 (quatro) interessados para titulá-los como MEMBROS ACADÊMICOS EFETIVOS da Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel.
2. DAS CADEIRAS VAGAS
2.1 – Serão providas as seguintes Cadeiras Acadêmicas vagas:
Cadeira n° 16 – Patrono: Luiz Gonzaga Brasil,
Cadeira n° 23 – Patrono: Manoel Macedo Xavier
Cadeira n° 27 – Patrono: João Albino da Costa
Cadeira n° 32– Patrono: José Celestino Alves.
2.1 – Serão providas as seguintes Cadeiras Acadêmicas vagas:
Cadeira n° 16 – Patrono: Luiz Gonzaga Brasil,
Cadeira n° 23 – Patrono: Manoel Macedo Xavier
Cadeira n° 27 – Patrono: João Albino da Costa
Cadeira n° 32– Patrono: José Celestino Alves.
3. DOS REQUISITOS PARA A TITULAÇÃO
3.1 – Artigo 6º, § 1º - Podem candidatar-se pessoas de expressão no meio cultural do Estado, com folhetos ou livros publicados em Cordel ou a respeito dessa temática, inclusive a Xilogravura, devendo a intenção ser formalizada através de requerimento dirigido ao Presidente da Academia, acompanhado de três exemplares do(s) trabalho(s) publicado(s) e currículo.
3.1 – Artigo 6º, § 1º - Podem candidatar-se pessoas de expressão no meio cultural do Estado, com folhetos ou livros publicados em Cordel ou a respeito dessa temática, inclusive a Xilogravura, devendo a intenção ser formalizada através de requerimento dirigido ao Presidente da Academia, acompanhado de três exemplares do(s) trabalho(s) publicado(s) e currículo.
4. DA INSCRIÇÃO
4.1 – As inscrições deverão ser feitas no período de 25 de setembro a 15 de outubro de 2017, através de requerimento feito ao Presidente da ANLiC;
4.2 – No ato da inscrição, o candidato deverá juntar os seguintes documentos:
a) Curriculum Vitae contendo biografia resumida do candidato, acompanhado de três exemplares do(s) trabalho(s) publicado(s);
b) O requerimento, o curricullum vitae e os três exemplares do(s) trabalho(s) publicados deverão ser postos em envelope lacrado e entregues, em Natal/RN, na Estação do Cordel, Rua João Pessoa, número 58, Centro, Cidade Alta, Natal/RN; ou na Rua Antônio Delmiro, Número 1394, Lagoa do Mato, Mossoró/RN.
c) O requerimento deve conter a indicação, através de texto simples, de qual Cadeira o candidato pretende concorrer.
4.3 –Recebida a documentação, a Secretaria verificará a sua conformidade com os termos do Edital e encaminhará à comissão de acadêmicos designada pelo Presidente, a qual analisará o(s) trabalhos(s) encaminhado(s) no período de 16 a 30 de outubro de 2017 (15 quinze dias);
4.1 – As inscrições deverão ser feitas no período de 25 de setembro a 15 de outubro de 2017, através de requerimento feito ao Presidente da ANLiC;
4.2 – No ato da inscrição, o candidato deverá juntar os seguintes documentos:
a) Curriculum Vitae contendo biografia resumida do candidato, acompanhado de três exemplares do(s) trabalho(s) publicado(s);
b) O requerimento, o curricullum vitae e os três exemplares do(s) trabalho(s) publicados deverão ser postos em envelope lacrado e entregues, em Natal/RN, na Estação do Cordel, Rua João Pessoa, número 58, Centro, Cidade Alta, Natal/RN; ou na Rua Antônio Delmiro, Número 1394, Lagoa do Mato, Mossoró/RN.
c) O requerimento deve conter a indicação, através de texto simples, de qual Cadeira o candidato pretende concorrer.
4.3 –Recebida a documentação, a Secretaria verificará a sua conformidade com os termos do Edital e encaminhará à comissão de acadêmicos designada pelo Presidente, a qual analisará o(s) trabalhos(s) encaminhado(s) no período de 16 a 30 de outubro de 2017 (15 quinze dias);
4.4 – O(s) nome(s) do(s) candidato(s), que tiver(em) seu(s) trabalho(s) aprovado(s) pela comissão, será(ão) levado(s) para apreciação na Assembleia Geral Ordinária de Eleição para Acadêmico, convocada pelo Presidente, no dia 18 de novembro de 2017.
5 – As deliberações tomadas pela Assembleia Geral são soberanas e irrecorríveis.
5.1-Para o candidato ser conduzido a condição de acadêmico efetivo terá que receber 50% (cinquenta por cento) mais um dos votos dos acadêmicos efetivos, seguindo todas as previsões normativas estatutárias do capitulo III - Da eleição para escolher candidato a acadêmico;
5.1-Para o candidato ser conduzido a condição de acadêmico efetivo terá que receber 50% (cinquenta por cento) mais um dos votos dos acadêmicos efetivos, seguindo todas as previsões normativas estatutárias do capitulo III - Da eleição para escolher candidato a acadêmico;
6. DA POSSE
6.1 – O Presidente comunicará ao eleito o resultado do pleito e marcará a data da posse, com previsão para janeiro de 2018, conforme o que se fizer ajustado entre as partes, pelas normas estatutárias; a posse poderá ser realizada até 06(seis) meses após a data que o candidato foi eleito, previsão do artigo 10 do estatuto;
6.2. O candidato eleito deverá apresentar, no dia da posse, um relatório sucinto sobre a obra e a biografia do seu patrono escolhido.
6.1 – O Presidente comunicará ao eleito o resultado do pleito e marcará a data da posse, com previsão para janeiro de 2018, conforme o que se fizer ajustado entre as partes, pelas normas estatutárias; a posse poderá ser realizada até 06(seis) meses após a data que o candidato foi eleito, previsão do artigo 10 do estatuto;
6.2. O candidato eleito deverá apresentar, no dia da posse, um relatório sucinto sobre a obra e a biografia do seu patrono escolhido.
7. DISPOSIÇÕES GERAIS
7.1 – O presente Edital é regido pelas normas constantes do Estatuto desta Academia.
7.2 – O resultado deste processo seletivo será formalmente comunicado a todos os interessados.
7.3 – O presente Edital será publicado nas redes sociais, em Associações de poetas, em livrarias de Natal e num jornal de circulação no RN;
7.4 – Fica eleito o Foro da Comarca de Natal RN, para dirimir possíveis conflitos de interesses entre esta Academia e os concorrentes ao processo seletivo de que trata o presente Edital.
7.1 – O presente Edital é regido pelas normas constantes do Estatuto desta Academia.
7.2 – O resultado deste processo seletivo será formalmente comunicado a todos os interessados.
7.3 – O presente Edital será publicado nas redes sociais, em Associações de poetas, em livrarias de Natal e num jornal de circulação no RN;
7.4 – Fica eleito o Foro da Comarca de Natal RN, para dirimir possíveis conflitos de interesses entre esta Academia e os concorrentes ao processo seletivo de que trata o presente Edital.
Natal/RN, 25 de setembro de 2017.
José Acaci Rodrigues
Presidente da ANLIC
José Acaci Rodrigues
Presidente da ANLIC
FORMULÁRIO DE REQUERIMENTO
Ilmo. Sr. Presidente da Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel – ANLiC.
Eu, __________________________________________, RG:__________________,
CPF: ______________________, Venho requerer à Vossa Senhoria, minha inscrição para concorrer a cadeira número:_________, cujo patrono é: ________________________________________________, conforme documentos anexos.
CPF: ______________________, Venho requerer à Vossa Senhoria, minha inscrição para concorrer a cadeira número:_________, cujo patrono é: ________________________________________________, conforme documentos anexos.
Nestes termos pede requerimento.
Local/data
______________________________________
Assinatura
Assinatura
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
terça-feira, 19 de setembro de 2017
VERSOS SOBRE CURA GAY - Jadson Lima
Doença?
Doença é seu preconceito!
Vamos amar sem medida
Só o amor é perfeito
Não encha o peito de ódio
Exclua esse preconceito
Doença é intolerância
Desrespeito e arrogância
Pois cada qual tem sei jeito.
Ao invés de criticar
Junte-se, ame também
Não se importe com o outro
Pois pra o mundo, o que convém
É somente nosso amor
Felicidade e pudor
E hoje poucos o têm.
Não trate como doença
As mil formas de amores
Doença é ter no país
Imorais como os senhores
Estuprando a educação
Assassinando o irmão
E milhões trabalhadores.
O ódio mostra os desastres
Em notas, dentro das malas
Mostra a educação
Sendo agredida nas salas
E o grito da insegurança
No choro de uma criança
Se desviando das balas.
Defendo de peito aberto
Qualquer forma de amar
Se o amor é a chave
Se abra pra o bem entrar
Pois se existe uma doença
Vou lhe dar uma sentença...
AME se quer se curar.
Jadson Lima
Bom Jesus-RN
Setembro de 2017
HOMENAGEM EM VERSOS A MARCELO REZENDE
Hoje Marcelo Rezende
Começou nova jornada
Marciano Medeiros
Marcelo saiu do ar
Deixou nossa dimensão
Legando para o Brasil
Imensa recordação
Quando combateu o crime
Em nossa televisão.
Foi imensa a provação
Contra a doença brutal
Seus olhos mostravam medo
Da morte fera letal
Mas agora emancipou-se
No plano espiritual.
Deixou a vida carnal
Plantando muita saudade
Foi jornalista decente
Teve grande austeridade
Combatendo os desatinos
Da tal criminalidade.
Lutou com serenidade
Sem perder seu otimismo
Querendo viver bastante
Falava com realismo
Mas a morte o conduziu
Pela lei do fatalismo.
Ficou triste o jornalismo
Vestindo luto fechado
Marcelo partiu do mundo
Fazendo o grande translado
Acredito que Jesus
O fez ficar preparado.
Será muito relembrado
Pelas tevês do Brasil
Por ter usado a palavra
Mais forte do que fuzil
Para combater o crime
De modo muito viril.
Olhando o céu cor de anil
Irei meu cântico entoar
Pra que os anjos dedicados
O botem num bom lugar
Aliviando o sofrer
Na dimensão singular.
Desejo homenagear
Registrando num cordel
Os passos que deu na vida
Nesse planeta cruel
Onde lutou fortemente
O jornalista fiel.
Sou um simples menestrel
Falei com simplicidade
Pra família de Marcelo
Envio sem falsidade
Meu abraço caloroso
Com solidariedade.
O prazo de validade
De modo firme escorreu
A morte não discrimina
Conduz de rei a plebeu
Mas somente o corpo morre
Voltando ao chão que nasceu.
A divulgação se deu
De forma emocionada
Conforme a notícia triste
Que se tornou divulgada
Hoje Marcelo Rezende
Começou nova jornada.
Feito a noite de 16/09/2017.
Sobre a própria ausência - Cecília Nascimento
Sobre a própria ausência
Onde estará aquela garota que trazia sempre um fone nos ouvidos e um chiclete a mascar? Seu semblante era tão triste... volta e meia a víamos cantarolar suas músicas que imaginávamos ser de rock, devido às roupas que usava... jamais parecia empolgada... sempre cabisbaixa, vez ou outra deixava cair suas lágrimas ao pedalar a bicicleta, correr na esteira ou usar qualquer máquina... Nenhum exercício parecia produzir nela a endorfina que a nós outros. Era como se ela viesse pra academia apenas para exercitar os músculos faciais, pois mais chorava que treinava aquela garota.
Por que será que ela parava tanto tempo naquela janela? O que será que estava a imaginar? Será que percebia que alguém a estava a observar? Provavelmente não; tão distraída que sempre foi, parecia até que se achava invisível. Mas o fato é que aquele ar tristonho, aquela aparência sombria inundava este lugar... Não importava o quão animados os ritmos da ginástica estivessem tocando, era só ela entrar que tudo parecia um campo solitário, onde pensamento algum passava despercebido mesmo em detrimento do barulho exterior.
Que fim levou aquela garota? Terá se encontrado? Terá se perdido? Terá recebido algo inesperado? Não se sabe... O que eu sei é que depois que ela se foi eu não tive mais com o que me distrair e agora a única tristeza que encontro por aqui é a minha.
Cecília Nascimento
domingo, 17 de setembro de 2017
VAZIO - Nelson Almeida
Tenho dentro de mim Um vazio de outrora Carrego dentro de mim A dor e a nulidade do agora Cresce dentro de mim A vontade de ir embora Agora que não existo Morro de dentro para fora.
Nelson Almeida
sábado, 16 de setembro de 2017
A REALIDADE NÃO EXISTE - Ramilton Marinho
A REALIDADE NÃO EXISTE
Monstros, Sereias, Harpias & Minotauros
Você sonhou estar em um labirinto? Sem pista alguma a apontar o seu início ou fim? Um labirinto eterno cujas paredes, altas e escurecidas, parecem possuir a propriedade de se estenderem para onde tudo for sempre?
Não se assuste! Esse quase pesadelo é tão antigo quanto á própria humanidade. Os gregos fizeram-no famoso na mitologia do Minotauro, criatura meio touro e meio homem, que todo ano, por sorteio, devorava num banquete fantástico sete rapazes e sete moças perdidos nesse labirinto da morte.
Desde a infância dos tempos; de forma descuidada, inocente ou tensa e dolorosa, erguemos dentro de nós as paredes mágicas desse labirinto sem fim.
Nesse labirinto eterno, os dias e as noites se confundem, as idéias se prendem uma as outras em uma cascata infinita de significados que mudam a cada nuance e se deslocam para ser outra coisa que na realidade nunca seriam.
Nesse labirinto não inventaram a palavra, a lógica, nem o enfadonho percurso das causas e efeitos. Nele a razão se dobra como faz a luz diante da gravidade e o tempo torna-se pastoso, elástico e relativo como só Einstein previu. Nesse pântano a nossa lógica cartesiana afunda, a nossa vontade reluta, e as nossas certezas desvanecem - para desespero dos Iluministas, adeptos incondicionais do racionalismo.
Tal labirinto esconde e revela em todos os vãos, percorrido em vão, os nossos ódios e desejos negados, deslocados e adiados pelo peso sagrado e profano da civilização judaico-cristã.
Habitat de monstros épicos: lascivos e profundos como as Sereias, amedrontadores como o Dragões do caos e das trevas, sombrios como as Esfinges do oculto, temerosos como as Harpias da morte e da destruição, cegos e rastejantes como Édipos; esses labirintos são o avesso, do avesso, do avesso.
E os monstros que os habitam são criados no reverso do espelho do pecado, do bom senso, da moral e dos bons costumes. São os anti-narcisos.
E tememos em olhar nos seus olhos, para não ver algo que teimamos em esquecer, negar, sufocar, para continuar a viver a ilusão da vida normal, de um cidadão que aos domingos vai ao zoológico dar pipocas aos macacos e acredita que é um doutor, padre ou policial que está contribuindo com a sua parte para o nosso belo quadro social – como ironizou Raul Seixas.
E sob esse peso ancestral seremos cordiais, sensatos, monogâmicos e pontuais, paramos ao sinal vermelho, decoramos orações para serem repetidas antes de dormir, cortejamos pessoas amadas com flores, vinhos e poesia, erguemos catedrais para os nossos Deuses oniscientes e palácios para nossos Senhores onipotentes, e mandamos correntes pela internet buscando a salvação, o alívio e a cura.
Mas, sob esse tormento, também fabricamos forcas e máquinas de tortura, promovemos massacres, guerras e genocídios, jogamos as Pragas sobre o Egito, rasgamos o mal com Martelo das Bruxas, trucidamos os vestígios do medo pelo giro caleidoscópico da suástica, e propagamos nas redes mensagens obscuras nas quais heróis travestidos de discursos e carapaças aparecem como salvadores do mundo e da vida normal dos homens de bem.
Caetano Veloso cantou: “De perto ninguém é normal”. De perto somos labirintos sem fim, dimensões múltiplas de seres obscuros, fabricados mais pelos delírios do sonho do que pela matéria da realidade. Diante do espelho somos tudo o que continuamos a desconhecer, precisamos desconhecer, rezamos pra desconhecer.
_______________
Ramilton Marinho Costa é Doutor em Sociologia e professor da UFCG
sexta-feira, 15 de setembro de 2017
O que eu faço? - Cecília Nascimento
O que eu faço? O que eu faço? Eu leio? Escrevo? Remeto? Ou desfaço? O que eu faço? Eu falo? Me calo? Entalo? Ou disfarço? O que eu faço? Eu bebo? Eu fumo? Eu como? Ou rechaço? O que eu faço? Eu olho? Cumprimento? Me atormento? Ou perpasso? O que eu faço? Eu digito? Eu apago? Eu envio? Ou estilhaço? Não importa O que eu faça Nada passa Essa vontade De passar Dessa vida... Como faço?

Cecília Nascimento
domingo, 10 de setembro de 2017
sexta-feira, 1 de setembro de 2017
A DIVINA COMÉDIA DE DANTE - Gilberto Cardoso dos Santos
A DIVINA COMÉDIA DE DANTE - Gilberto Cardoso dos Santos
1.Eis a Divina Comédia imponente,
meio arredia à compreensão,
obra importante para o Ocidente.
2. Decerto digna de toda atenção.
Arrepiante, mas fonte de riso
fruto de um tempo de superstição.
3. No Purgatório, Inferno e Paraíso
De tão humana e trágica
odisseia
vemos alguém que usa seu bom siso
4. sem retirar viseiras da ideia.
Ler traduzida traz-nos prejuízo
mas com certeza farta é a colmeia.
Gilberto Cardoso dos Santos
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
CARTAS DE SATANÁS PARA O PRESIDENTE TEMER
A CARTA DE SATANÁS
PARA O PRESIDENTE TEMER
PARA O PRESIDENTE TEMER
Ao chegar à presidência,
Temer se disse moderno,
E prometeu para o povo,
Ser um governo fraterno,
Mas, junto com a sua gang,
Fez do Brasil um inferno.
Temer se disse moderno,
E prometeu para o povo,
Ser um governo fraterno,
Mas, junto com a sua gang,
Fez do Brasil um inferno.
Satanás, sabendo disso,
Ficou de cabeça quente,
Porque não admitia
Ter na terra um concorrente,
Por isso fez uma carta
E mandou pro presidente.
Ficou de cabeça quente,
Porque não admitia
Ter na terra um concorrente,
Por isso fez uma carta
E mandou pro presidente.
Para surpresa de Temer,
O Satanás se zangou,
E, numa carta raivosa,
O bicho desabafou.
Eu vou descrever agora
O que o Satanás falou:
O Satanás se zangou,
E, numa carta raivosa,
O bicho desabafou.
Eu vou descrever agora
O que o Satanás falou:
Meu prezado amigo Temer,
Tô ficando apavorado,
Pois sempre reinei nas trevas,
Sem medo, despreocupado,
Porém tu, meu camarada,
Tás me deixando assustado.
Tô ficando apavorado,
Pois sempre reinei nas trevas,
Sem medo, despreocupado,
Porém tu, meu camarada,
Tás me deixando assustado.
Sou Lúcifer, sou Pai das Trevas,
Rei das fortes tentações,
Sou maligno, sou Satã,
Causador de aberrações,
Mas sou um pobre coitado,
Perto das tuas ações.
Rei das fortes tentações,
Sou maligno, sou Satã,
Causador de aberrações,
Mas sou um pobre coitado,
Perto das tuas ações.
Tu, junto com teus comparsas,
Derrubaste a presidenta,
Porém fazes no governo
Outra gestão fraudulenta,
E fazes tanta maldade
Que o povo já não aguenta.
Derrubaste a presidenta,
Porém fazes no governo
Outra gestão fraudulenta,
E fazes tanta maldade
Que o povo já não aguenta.
Criticaste a honradez
Dos dois governos passados,
Pois lá havia ministros
Que foram denunciados,
Mas no teu, só tem suspeitos
E todos investigados.
Dos dois governos passados,
Pois lá havia ministros
Que foram denunciados,
Mas no teu, só tem suspeitos
E todos investigados.
Tu tens tirado direitos
Do povo trabalhador,
Comprando parlamentares
Pra votar a teu favor,
Só para aumentar o lucro
De quem é empregador.
Do povo trabalhador,
Comprando parlamentares
Pra votar a teu favor,
Só para aumentar o lucro
De quem é empregador.
A bíblia atribui a mim
Os pecados capitais,
Porém, para os brasileiros,
És pior que Satanás,
Diminuindo os recursos
Para as ações sociais.
Os pecados capitais,
Porém, para os brasileiros,
És pior que Satanás,
Diminuindo os recursos
Para as ações sociais.
Até nossa Previdência
Tu mandaste reformar,
Pra fazer com que o povo
Viva só pra trabalhar,
Chegando aos oitenta anos
Sem poder se aposentar.
Tu mandaste reformar,
Pra fazer com que o povo
Viva só pra trabalhar,
Chegando aos oitenta anos
Sem poder se aposentar.
Eu sou o Diabo, Demônio,
Belzebu, Bicho Malvado,
Capeta, Cão, Besta Fera,
Maldito e mais um bocado,
Mas cabra ruim como tu
Eu nunca tinha encontrado.
Belzebu, Bicho Malvado,
Capeta, Cão, Besta Fera,
Maldito e mais um bocado,
Mas cabra ruim como tu
Eu nunca tinha encontrado.
A Reforma trabalhista
Usas pra fazer o mal,
Aumentando a carga horária
De trabalho semanal
E com terceirização
Do negócio principal.
Usas pra fazer o mal,
Aumentando a carga horária
De trabalho semanal
E com terceirização
Do negócio principal.
Teu pacote de maldades
É só pra lascar o povo.
Por isso, aqui no inferno,
Jamais terás meu aprovo,
Pois, se eu não tiver cuidado,
Farás um inferno novo.
É só pra lascar o povo.
Por isso, aqui no inferno,
Jamais terás meu aprovo,
Pois, se eu não tiver cuidado,
Farás um inferno novo.
O rombo da Previdência
Existe há anos atrás,
Mas, pra funcionários públicos,
O desconto aumentarás,
Porém não cortas salários
Dos famosos marajás.
Existe há anos atrás,
Mas, pra funcionários públicos,
O desconto aumentarás,
Porém não cortas salários
Dos famosos marajás.
Tu e todos os políticos,
Com as suas avarezas,
Só querem aumentar impostos,
Mas nunca cortam as despesas,
No afã de sempre aumentar
As suas próprias riquezas.
Com as suas avarezas,
Só querem aumentar impostos,
Mas nunca cortam as despesas,
No afã de sempre aumentar
As suas próprias riquezas.
Não querem diminuir,
Os gastos nas eleições,
Mas todos partidos criam
Institutos, Fundações,
Que não servem para nada,
Só para corrupções.
Os gastos nas eleições,
Mas todos partidos criam
Institutos, Fundações,
Que não servem para nada,
Só para corrupções.
Tu foste denunciado
Por corrupção passiva,
Mas distribuíste verbas,
De forma corporativa,
Para comprar deputados,
Numa gastança abusiva.
Por corrupção passiva,
Mas distribuíste verbas,
De forma corporativa,
Para comprar deputados,
Numa gastança abusiva.
Eu sei que a bíblia revela
Que sou pessoa real
E também sou poderoso
Para praticar o mal,
Porém, comparado a tu,
Perco prestígio e moral.
Que sou pessoa real
E também sou poderoso
Para praticar o mal,
Porém, comparado a tu,
Perco prestígio e moral.
Quem trabalha contra o povo,
Faz isso sem embaraço,
E, no meio dos parceiros,
Tem um que é teu amigaço,
Pois fez uma tatuagem
Com o teu nome no braço.
Faz isso sem embaraço,
E, no meio dos parceiros,
Tem um que é teu amigaço,
Pois fez uma tatuagem
Com o teu nome no braço.
Destruíste, por decreto,
A Reserva Nacional
Do cobre na Amazônia
D’exploração mineral,
Fazendo essa exploração
Deixar de ser estatal.
A Reserva Nacional
Do cobre na Amazônia
D’exploração mineral,
Fazendo essa exploração
Deixar de ser estatal.
Permitirás a empresários
Fazer a mineração,
Que aos poucos vai destruir
Áreas de conservação,
E o próximo passo será
Leiloar a região.
Fazer a mineração,
Que aos poucos vai destruir
Áreas de conservação,
E o próximo passo será
Leiloar a região.
Assim, tu e teus comparsas,
Com essa e outras medidas,
Desprezando a natureza,
Fizeram mais investidas,
Para acabar, no Brasil,
Áreas que são protegidas.
Com essa e outras medidas,
Desprezando a natureza,
Fizeram mais investidas,
Para acabar, no Brasil,
Áreas que são protegidas.
Para vender o país,
Fazes tudo e não te acanhas,
Igual a tantos políticos,
Que só pensam nas barganhas,
Roubando milhões do povo
Pra fazer suas campanhas.
Fazes tudo e não te acanhas,
Igual a tantos políticos,
Que só pensam nas barganhas,
Roubando milhões do povo
Pra fazer suas campanhas.
Dos políticos do Brasil
No inferno eu não aguento,
Tenho alguns conhecidos
Por Anões do Orçamento
E muitos que aqui chegaram
Vieram do parlamento.
No inferno eu não aguento,
Tenho alguns conhecidos
Por Anões do Orçamento
E muitos que aqui chegaram
Vieram do parlamento.
Aqui, já tem deputados,
Prefeitos, vereadores,
Governadores de estados,
Ministros e senadores,
Que viviam no Brasil
Só pra praticar horrores.
Prefeitos, vereadores,
Governadores de estados,
Ministros e senadores,
Que viviam no Brasil
Só pra praticar horrores.
Muitos corruptos daí
Já foram pro caldeirão,
E já tem lugar guardado
Pra todos do Mensalão
E pra muito mais corruptos
Do Governo e oposição.
Já foram pro caldeirão,
E já tem lugar guardado
Pra todos do Mensalão
E pra muito mais corruptos
Do Governo e oposição.
O inferno já está pronto,
Com todo seu aparato.
Tem enxofre e fogo quente,
Eu falo, não é boato,
Só esperando os corruptos
Que estão na Lava Jato.
Com todo seu aparato.
Tem enxofre e fogo quente,
Eu falo, não é boato,
Só esperando os corruptos
Que estão na Lava Jato.
Todo político corrupto
Tem seu lugar no inferno,
E podes te preparar...
Aqui sou eu que governo,
Sendo chefe dos demônios,
O meu poder é eterno.
Tem seu lugar no inferno,
E podes te preparar...
Aqui sou eu que governo,
Sendo chefe dos demônios,
O meu poder é eterno.
Teus atos são diabólicos
E teus anseios, sinistros,
Por toda tua maldade,
Já estás nos meus registros.
O meu caldeirão te espera,
Ao lado dos teus ministros.
E teus anseios, sinistros,
Por toda tua maldade,
Já estás nos meus registros.
O meu caldeirão te espera,
Ao lado dos teus ministros.
Por tudo que tu tens feito,
Quando teu dia chegar,
O teu lugar no inferno
Não será só pra morar,
Tu queres chegar aqui
Pra tomar o meu lugar.
Quando teu dia chegar,
O teu lugar no inferno
Não será só pra morar,
Tu queres chegar aqui
Pra tomar o meu lugar.
Por essa tua intenção,
Num bom castigo eu te encaixo,
Pois meu caldeirão te espera
Com o fogo aceso embaixo.
Aqui, queimarás pra sempre!
E é de cabeça para baixo.
Num bom castigo eu te encaixo,
Pois meu caldeirão te espera
Com o fogo aceso embaixo.
Aqui, queimarás pra sempre!
E é de cabeça para baixo.
Quando tu aqui chegares
E entrares no caldeirão,
Não vou gritar “Fora Temer!”,
Vás queimar feito carvão.
Daí, tu tiraste Dilma;
Daqui, não me tiras, não!!!
E entrares no caldeirão,
Não vou gritar “Fora Temer!”,
Vás queimar feito carvão.
Daí, tu tiraste Dilma;
Daqui, não me tiras, não!!!
Ismael Gaião.
Carta de Satanás a Michel Tremer
Por Adriano Santori
Escrevo essas negras linhas
Pois ando preocupado
Com suas más atitudes
Naquilo que tens tramado,
Pelo que estou sabendo
O senhor anda querendo
Deixar-me um pouco de lado!
Queres me passar pra trás
No quesito da maldade?
Sendo pior do que eu
Fui em toda eternidade?
Vai procurar o seu chão,
Ou a espada do Cão
Lhe corta pela metade!
Sou o Rei da Ruindade,
Mas ando meio tristonho,
Você anda fazendo coisa
Que nem mesmo em sonho
No inferno, eu pensaria
Que alguém me superaria
Com um plano assim tão medonho.
Congelastes por vinte anos
Investimento à nação,
Aumentando combustível,
Matando Educação...
Tirando de onde é preciso,
Causando mais prejuízo,
Que o cangaço fez no sertão.
Queres ver o pobre faminto,
Cortar a aposentadoria
De quem perdeu tanto tempo
Enricando quem não queria...
E hoje morre esquecido,
Transformado em bandido
O trabalhador de outro dia.
Mas um negócio o qual
Tem me causado insônia,
É a sua proposta vil
De desmatar a Amazônia...
Num outro golpe ligeiro
Entregá-la ao estrangeiro
Sem nem fazer cerimônia.
Destá, viu, coleguinha,
Um dia você me aparece!
Seu canto está ajeitado
Do jeito que o nobre merece.
Venha, não demore mais...
Assina aqui: Satanás,
Adeus! Abraço e se aveche!
* * *
terça-feira, 29 de agosto de 2017
segunda-feira, 28 de agosto de 2017
CADA PRÉDIO EM SÃO PAULO CONSTRUIDO TEM O SAL DO SUOR DO NORDESTINO - HÉLIO CRISANTO
CADA PRÉDIO EM SÃO PAULO
CONSTRUÍDO
TEM O SAL DO SUOR DO
NORDESTINO
MOTE: Andorinha
Se um cassaco viaja pro
sudeste
A procura de pão pra sua
gente,
É taxado de pobre e
penitente,
Como muitos que vem lá do
nordeste.
Ao chegar, de pedreiro faz
um teste
Pega um prumo, enfrenta o
sol a pino
Ergue fábricas, faz casa
de grã-fino
Mesmo assim nunca é
reconhecido
Cada prédio em São Paulo
construído
Tem o sal do suor do
nordestino
Sem dinheiro no bolso e
sem mobília
Pega um ônibus pra terra
da garoa
Dá um beijo na testa da
patroa
Se despede do lar e da
família
Na estrada, três noites de
vigília
Com três dias alcança o
seu destino
Pra juntar-se com João e
Severino
Num barraco que há pouco
foi erguido
Cada prédio em São Paulo
construído
Tem o sal do suor do
nordestino
Diversão para ele é coisa
rara
Quando a grana recebe vem
mirrada
No canteiro de obras faz
morada
Pois se aluga uma casa é
muito cara
O seu chefe briguento nem
repara
As agruras do pobre
peregrino
Que suado parece um
clandestino
Sem história, cansado e esquecido
Cada prédio em São Paulo
construído
Tem o sal do suor do
nordestino
Se depois do almoço ele
descansa
Adormece num banco de
concreto
Sem diploma, esse pobre
analfabeto
Já não acha na vida uma esperança.
A saudade maltrata, o
tempo avança
A distância lhe deixa em
desatino
Só lhe resta pedir ao Deus
divino
Que a miséria não o deixe
aborrecido
Cada prédio em São Paulo
construído
Tem o sal do suor do
nordestino
São coisas do meu sertão - Hélio Crisanto
Na sombra da oiticica
Uma jumenta viçando
Gavião se peneirando
Esperando uma peitica
Um moleque maluvido
Imzambuado e perdido
No meio da procissão
Foguetão dando pipoco
Galinha tirando xôco
São coisas do meu sertão
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