sexta-feira, 26 de julho de 2024

HOMENAGENS A J. BORGES (Xilógrafo, Cordelista, Pintor e Entalhador)


(Bezerros, 20 de dezembro de 1935 – Bezerros, 26 de julho de 2024)


UM LOUVOR A J. BORGES (Gilberto Cardoso dos Santos)

 

No ano mil novecentos

E trinta e cinco nasceu,

Na cidade de Bezerros,

Este ser que enriqueceu

A cultura popular

Com seu traço singular

E ao Brasil engrandeceu.

 

Até em solo europeu

Teve reconhecimento.

O grande Papa Francisco

Viu num quadro o seu talento.

O recebeu de presente

De Lula, o então presidente,

Durante importante evento.

 

Fez da arte o seu sustento,

Foi muito bem sucedido.

Também por FHC,

Ele foi reconhecido.

Da UNESCO prêmio ganhou,

Também aulas ministrou

Na Europa e foi aplaudido.

 

Tornou-se muito querido

Por suas xilogravuras

Nas capas de seus cordéis,

Também nas suas pinturas.

Por sua tenacidade,

Dons e criatividade,

Pôde alçar grandes alturas.

 

Ao traçar simples figuras

Com goivas e com pincel,

Exaltou nosso nordeste,

Deu nova vida ao cordel.

Nós jamais o esqueceremos,

Pois gratos reconhecemos

Seu relevante papel.

 

A morte, sempre cruel

Tentou, tentou e o venceu.

Foi no dia dos avós

Que o vovô Borges morreu.

O ilustre pernambucano

Foi se encontrar com Ariano

Que o louvou e enalteceu.

 

Que a vida que ele viveu

Nos sirva de inspiração.

Que seus cordéis possam ser

Lidos por toda a nação.

Que tão belas produções

Encantem mil gerações

Através da educação.


Autor: Gilberto Cardoso dos Santos






VERSOS SOBRE J. BORGES (Samuel de Monteiro) 

J. Borges, nosso mestre
Partiu pra Corte Celeste
Foi encontrar Ariano
Outra figura inconteste
No mundo da poesia
Os dois passaram no teste!

Como ele sempre dizia:
Xilogravura é gravura
Entalhada na madeira
Do sertão, a arte pura
Xilógrafo é o nome
De quem faz xilogravura

Viajou o mundo todo
Levando o nosso Sertão
Da cidade de Bezerros
Encantou toda a Nação
Na arte, a simplicidade
Carregada de emoção

Viveu bem todos os dias
Deixando um grande legado
Seus filhos, netos, sobrinhos
Aprenderam lado a lado
Nena foi porto seguro
Do nosso mestre afamado

Pablo Borges representa
Sua continuidade
Bacaro, filho caçula
Imprimiu modernidade
Outros talentos seguiram
A sua simplicidade

As prosas e o riso solto
As histórias do passado
Borges nos impressionava
Com o pensamento aguçado
Trabalhou até o fim
No seu ofício sagrado

Com seu jeito sertanejo
Representou nossa gente
No seu traço, nos mostrava
Nossa cultura potente
A paisagem nordestina
Sempre estava, ali presente

Agradeço humildemente
Seu carinho e amizade
Nossas prosas e trabalhos
Anos de cumplicidade
Siga em paz, mestre querido
Hoje nós somos saudade!

(Autor: Samuel de Monteiro)












REFLEXÃO SOBRE A PERDA DE  J. BORGES

A vida é rio que corre
Para o mar da eternidade,
O mundo, um vale de lágrimas,
De dor, tristeza e saudade,
É também o grande palco
Onde atua a humanidade.
A vida também é sonho,
O teatro do impossível,
J. Borges, que elevou
A gravura a novo nível,
Em sua arte retratou
O real e o intangível.
O nosso destino aponta
Para o caminho da cova.
Quem é eterno não morre,
Deixa a arte como prova
E, na matéria dos sonhos,
Em seus filhos se renova.










A Chegada do J. Borges no Céu 

(autor desconhecido)


Na manhã de um dia santo,

Num céu de azul claridão,

Chegava J. Borges sereno,

Com o coração na mão.

O poeta da xilogravura,

Vindo da terra, em oração.

 

Lá no alto, Deus aguardava,

Com sorriso de afeição.

"Bem-vindo, mestre dos versos,

Filho dessa nação."

J. Borges olhou encantado,

Sentiu paz no coração.

 

Dom Helder Câmara surgiu,

Com seu olhar de bondade.

“Poeta, tua arte é grande,

Tua luta, liberdade.

Em teus versos, sempre ecoa,

A voz da nossa verdade.”

 

Eis que Lampião aparece,

Com Maria Bonita ao lado,

“Poeta, conta as histórias,

De um sertão sofrido e amado.

Nas tuas linhas e traços,

Nosso destino é contado.”

 

Paulo Freyre, de saber,

Com livros nas mãos surge então,

“Educação é o caminho,

Pra mudar toda a nação.

J. Borges, tua arte é luz,

Na estrada da formação.”

 

Violetta Arrães se aproxima,

Com seu canto a encantar.

“Poeta, tua inspiração,

Nunca deixará de brilhar.

Nas feiras e nas ruas,

Teu nome vão sempre aclamar.”

 

J. Borges, emocionado,

Com lágrimas de gratidão,

Agradece a cada um,

Por tamanha recepção.

E no céu dos grandes mestres,

Encontra a paz no coração.

 

“Deus, te agradeço, ó Pai,

Por me trazer até aqui,

Onde os grandes se reúnem,

E a poesia não tem fim.

Prometo continuar cantando,

Mesmo após o meu fim.”


E assim, J. Borges no céu,

Com sua arte a encantar,

Continua a escrever cordéis,

Para o povo celebrar.

Eternizando em xilogravuras,

Histórias que fazem sonhar.










Panegirico para J. Borges

O cordel era nossa cartilha
informava sobre o mundo
de cangaceiros e guerras
acidentes e desastres
diversão e informação
Foi assim que J. Borges
Desasnou para o mundo
E criou algumas centenas
Desses folhetinhos
Hoje povo não tem tempo
Escreve pouco e sacanagem
J. aprendeu fazer xilos
E espalhou pelo mundo
Ariano ajudou a divulgar
melhor gravador popular
fazia umas figuras feias
O povo gostava de
macacos e diabos
a vida secreta da mulher feia
A mulher e o diabo
A chegada da prostituta ao céu
foi seu maior sucesso no cordel
"depois disso a prostituta
foi fazendo o que bem quis
botou galha em São Pedro
namorou com São Luiz
tirou sarro com São Bento
no beco do chafariz".

João da Mata Costa




sexta-feira, 19 de julho de 2024

A TEOLOGIA, O INFERNO E ALGUMAS QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS - Aécio Cândido

 




O que nos diria a teologia se resolvesse encarar algumas questões contemporâneas?

Aécio Cândido

 

Eu tinha 13 anos quando passei por um problema psíquico, digamos. Meu senso de realidade estava perfeito, meu equilíbrio emocional idem, mas uma questão metafísica me atrapalhava o sono: na hora de dormir, eu começava, invariavelmente, a pensar na imortalidade da alma e na infinitude do tempo. O problema interferiu na minha tranquilidade e no meu sono durante uns dois meses.

Nessa época, eu estudava num colégio interno e, numa dada manhã, aconteceu um assassinato: um funcionário, numa brincadeira envolvendo arma de fogo, matou outro. Eu, adolescente, era bastante ligado a ambos, estivera com eles durante o café da manhã, pouco antes do ocorrido, e essa morte me tocou profundamente. O colégio decretou férias e nos mandou para casa.

Em casa, sem o conforto das conversas no dormitório coletivo, eu custava a adormecer, pensando que um dia iria morrer e que, após a morte, para a alma, que não acompanharia o corpo, o tempo passava, passava, passava... e continuaria a passar indefinidamente. Isso não é, certamente, pensamentos para a cabeça de uma criança e, claro, me causava grande incômodo e o medo de que estivesse ficando louco: era um pensamento obsessivo, que me ocorria com hora marcada – na hora de dormir. Não havia ainda, para mim, a solução dada por Caetano Veloso, e o consolo que ela traz: “E quando eu tiver saído / para fora do teu círculo/ tempo tempo tempo tempo/ não serei nem terás sido”. Depois da morte, não sou mais; nem eu nem o tempo.

O problema foi resolvido quando, de volta ao colégio, eu conseguia adormecer enquanto os colegas conversavam, contavam histórias, sem tempo para o silêncio e o encontro comigo mesmo antes do sono chegar. O pensamento recorrente foi desaparecendo até sumir de vez.

A eternidade é uma categoria teológica, ela é atributo da alma, que “vive” num tempo infinito e absoluto. A ciência, sem nenhuma intenção deliberada, tem criado algumas dificuldades para a teologia, embora os teólogos costumem agir nesses casos como se não tivesse nada a ver com o peixe.

Quando Einstein identifica o tempo associado ao espaço e com uma duração relativa, a teologia deveria responder com alguma acomodação em sua concepção, uma vez que o novo postulado contraria o tempo de Deus, que tem duração absoluta. Mas ela nada disse, que eu saiba.

A teoria da evolução recebeu uma atenção mais decente da teologia, o que eu interpreto, de modo flagrantemente otimista, como uma tentativa de diálogo. Falo de uma teologia mais arejada, não estou falando dessa teologia de botequim, neopentecostal, de fim de semana, em que pastores analfabetos multiplicam entre si e crentes ignorantes a indigência comum de leitura e de pensamento. A teologia arejada não criou nenhuma explicação alternativa melhor, mas pelo menos aplicou algum esforço intelectual à questão, alegando que o surgimento da vida e a diversificação evolucionista das espécies não elimina a presença de Deus na obra da criação, mas apenas O afasta no tempo, porque, no princípio de tudo, está o Onipotente, como motor propulsor.

A tecnologia da informação, hoje, com os supercomputadores e a capacidade infinita de armazenamento de dados na Nuvem, estabeleceu uma Memória Absoluta, aquela que tudo registra e nada esquece, em tudo semelhante à memória de Deus. Foi-nos dito que a onisciência divina armazena em si todos os feitos, de todos os seres humanos, e que no Juízo Final se servirá dela, da onisciência, para estabelecer o merecimento ou desmerecimento de cada um. Parece que a velocidade de processamento, além da capacidade de tudo saber (capacidade de armazenamento), também caracteriza a consciência divina. Ele nos julgará a todos, vivos e mortos, os bilhões de criaturas que povoaram o mundo desde o início dos tempos, em fração de segundos. Os supercomputadores (e o ChatGPT neles instalados) copiaram o modelo; eles processam em segundos quintilhões de dados: identificam, relacionam e sintetizam tudo que desejamos saber.

Há poucos dias, tive que expandir a memória do Google Drive. Ele precisava de mais memória para armazenar TUDO o que faço. Acho um desperdício completo esta necessidade infundada. Eu não preciso, em absoluto, guardar todas as fotos que tiro e as que me enviam nas redes sociais, nem todas as palavras que escrevo, nem os sites que visito e as notícias que leio, mas o Google, como Deus, acha que é necessário não deixar nada de lado, não descartar nada, numa declarada guerra à possibilidade de esquecimento. E assim é.

Em nós mesmos, uma consciência natural absoluta como a de Deus nos sufocaria. Como sufocava Irineu Funes, o memorioso, personagem de Jorge Luís Borges. Uma memória absoluta é incômoda e disfuncional. Seria insuportável. O esquecimento é o contraponto à memória, e se esta é necessária, aquele também o é. Mesmo essa memória adventícia, fora do nosso corpo e alojada no computador, começa a nos incomodar. O cérebro, limitado em sua capacidade de armazenamento, responde com ansiedade e outros percalços psicológicos às pressões da máquina.

Os teólogos nada têm dito a respeito da super consciência recentemente conquistada pelo homem, não disponível organicamente, mas efetivamente colocada à sua disposição pela máquina. Gostaria de ouvi-los. Também sobre o tempo não absoluto. Gosto de apreciar a ginástica mental de que o raciocínio humano é capaz.

Enfim, Deus pode não ser real, mas o crente o é, e sua crença produz boa parte da realidade. Em razão disso, seria interessante que a teologia não se fizesse de muda para os temas desafiadores gerados por outra realidade fora do seu círculo de crenças.







AÉCIO CÂNDIDO

 

Aécio Cândido de Sousa nasceu em Cuité, na Paraíba.

Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (1978), mestrado em Sociologia Rural pela Universidade Federal da Paraíba (1991) e doutorado em Sociologia - Université Laval (1996 - Quebec, Canadá).

É professor adjunto do Departamento de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, aposentado desde 2013.
Tem experiência na área de Sociologia do Desenvolvimento, com ênfase em desenvolvimento local, interessando-se particularmente pelos seguintes temas: sustentabilidade rural, agricultura familiar, cultura política, renda agrícola e não-agrícola.

quarta-feira, 17 de julho de 2024

CANTARES - Jeanne Araújo




CANTARES (Jeanne Araújo) 


I

Porque aqui dentro tudo me cabe

espalho lótus pelos corredores.

Do outro lado da mesa

meu coração amadurece espinhos

e já não sou essa que sou

meu coração está plantando farpas.

O que antes era cortina e aconchego

caiu terrivelmente sobre mim

(sentimento que conheço de antemão).

Antecipo ciúmes e indagações.

A alma lateja, reveste-se de prece

o coração emudece nos corredores da boca.

 

II

Aprendo encantamento

com tuas poucas palavras.

Noites? São muitas

mas tu estendes a vigília no vazio das horas mortas

até configurar-se no amor que me dás

e que não vejo.

Armadilha de pequenos sóis

envoltos em papéis de seda.

Deus está no perigo

na hipótese da seta lançada.

Jamais sairia ilesa

deste teu escuro.

 

III

O anjo que me guarda

acordou cruel demais.

Postou filete de sangue na porta

parte de sua própria carnadura

e me trancou toda por dentro.

Saiu às ruas, em claro testemunho

e escreveu latente no portão: aqui jaz.

Despiu-se da pele de anjo

cortou suas longas asas

e foi morar entre pernas

onde todo perfume é doce.

 

IV

Perco folhas expondo ternura.

Pinto cavernas em transe absoluto.

Me percorri extrema e cuidadosa

para vir do fundo, esquiva e retalhada.

Há mistério de nudez sagrada

na estátua branca de ventre exposto.

Desvendei a secreta passagem

do teu lado esquerdo.

Canto um hino sacro

em volta do oratório herdado.

Queimo minha língua imerecida

no incenso do teu corpo.

Em amor, me refazendo.

 

V

Acredito em tardes e ruínas

e imperfeições não me salvam.

O outro me olha desconfiado

e o que sou eu escurece

enquanto enfia o pé na meia.

Não há palavras para serem ditas

nem silêncios para serem suportados.

As escamas do teu olho

são minha única certeza.

Se partes, eu fico

situada entre artifícios

e asperezas.

 

VI

Sobrevivo às palavras duras

e reinvento o resto da paisagem.

O tempo não é de resguardos

ele exige impetuosidades

e delicadas insinuações.

As mulheres que fui

fundiram-se nos quatro cantos

do teu abraço.

Sou preguiçosa demais para ser vasta.

Não arrebento margens em vão.

 

VII

Por mais que eu te diga concha, água, âncora

não me escutas.

Desmanchada pelos vendavais

contemplo minha herança em sobressalto

e retraio-me ante tanta escuridão.

Depois, há o tempo

refazendo os caminhos

com meus próprios medos.

Cansa-me o gesto repetido

tua canção antiga

e a solidão alheia.

Sou minha própria inquisição.

 

VIII

Quem, senão eu me refazendo extensa

com dentes e pasto e mordeduras

sorvendo as horas que não passam

aprendendo demoras?

Desfio pequenos rosários

e não encontro o mais fundo de ti.

Então escrevo, procuro em vão

minha cálida matéria.

Que eu te leve torto

suspenso, sem qualquer asa

porque a mim importa

a peçonha aveludada

a dor mais funda

quando me percorres.

 

IX

Não te reconheço.

Nem mesmo entendo teus dons

tuas noites queimantes

tuas horas flamejantes

de seculares desejos.

O que é o amor

esse menino que me seca todos os dias?

O que eu busco escondido

nuns olhos claros de água salobra?

Tenho as narinas e as veias estufadas.

Meu verso não suportaria

o peso da palavra não

na tua boca.

 

X

No canto do mundo

há um doce estranhamento.

Minha pouca vestimenta

é uma grande ameaça

para quem não fala

minha estranha língua.

Quem ousa entrar

na casa dos meus ontens

sem nojo do meu grito?

Estou à beira de uma palavra

e nada salva

esta última chama acesa.


Extraído do livro Monte de Vênus (Editora Penalux)

 

terça-feira, 16 de julho de 2024

ZÉ SABEDORIA, LUZ INFINDA! - Marcos Cavalcanti


Zé Sabedoria, Luz Infinda!

Encantou-se ontem, o goiano mais santacruzense que eu conheci. Mas a verdade é que Zé da Luz, por seu imenso raio de extensão, não cabe num gentílico particular. Por quê? Porque não era um Zé qualquer, era um Zé de natureza universal! O poeta José carregou em seu peito, em sua voz, em sua pena, todo o peso do mundo, todas as vicissitudes da humanidade. Com a sua brilhante LUZ, o Zé foi palavra viva, logos e lúmen clareando as veredas mais sombrias, dissipando escuridões, transmutando ignorâncias e convertendo-as em sabedorias. Zé fez florir dos gravetos ressequidos, as mais belas flores do Sertão. José tão útil como um Buriti, frutificava, José tão Alegre, nos alegrava. Buriti Alegre, sua terra natal, hoje estaria muito triste, se bem soubesse da grandeza do filho que gerou. Santa Cruz não lhe foi madrasta, e maternal, chora a dor das duas cidades.
José, o das Maravalhas, é também o das Maravilhas! A erudição não vestia nele o manto da soberba ou da arrogância, ao contrário, com sabedoria o agasalhava, porque sabia que com grande humildade ele ensinava o que aprendia, estando sempre ávido por aprende o que lhe faltava. Tive o privilégio de suas lições, primeiro as da matemática, que ele ministrava sem ter qualquer livro de apoio. Era o giz, o quadro e José e a equação se dava! Depois as lições de Linguística na universidade, no campus em que ele foi aluno, professor e diretor, destacando-se em cada uma destas condições. Novamente José, o quadro, o giz e a lição se consumava em tópicos frasais, nos fonemas, nos lexema e nos dilemas que os seus exemplos sempre ensejavam.
Num de seus aforismos, você escreveu: “É preferível ser o pior entre os bons a ser o melhor entre os maus”. Você foi, José, um dos melhores entre os melhores, daqueles a que Bertolt Brecht chamava de “imprescindíveis”. Excelente marido, bondoso pai, avô apaixonado, filho formidável, irmão solidário e amigo fiel. Deixou marcas na Escola Estadual, no 5° Nure (7ª Direc), nos Campus de Santa Cruz e de Natal. Nos bares celebrou a vida com os amigos e amigas, escreveu poemas, haicais, aforismos, contos e crônicas, e eu como num mantra a lhe cobrar: Zé, você precisa publicar! Publicados estão e muito ainda há por publicar, porque você é fonte perene, luz abundante e infinda, e do que é infindo, há sempre o que reverberar.
Que Santa Cruz honre a tua memória de filho ilustre. Que chore agora a dor sentida da inelutável partida, mas que se alegre pelo filho adotivo que há sempre de recordar. Você dizia e o repito como alento para os seus familiares a quem tanto você amou: Qual aquele, dormindo suave e tranquilamente, quer ser acordado subitamente? Qual aquele, incumbido a combater ao lado dos heróis, deseje o recrutamento no exército dos fracos? Pois, assim é quem ama: lado a lado sonha, Salete, e combate Regina, Isaac e Natalya e partilha Arthur e Lavínia, e vive todo o arrebatamento proporcionado pelo amor”. José, obrigado por tua Luz!
De seu aluno,

Marcos Cavalcanti





Outras homenagens a Zé da Luz:

segunda-feira, 15 de julho de 2024

HOMENAGENS PÓSTUMAS A ZÉ DA LUZ



VERSOS A JOSÉ DA LUZ

 (Gilberto Cardoso dos Santos)

 

Zé da Luz, o educador

Zé da Luz, tão educado

Zé da Luz, bom escritor

Zé da Luz, o iluminado.

 

Zé da Luz tão amigável

Tão amigo do saber

De cultura admirável

Zé da Luz, bondoso ser.

 

Zé da Luz, grande leitor

E que de forma bem prática

Ensinava com amor

Literatura e gramática.

 

Zé da Luz, o aforista

Autor de bons pensamentos

Além disso, bom cronista

Repleto de bons intentos.

 

Zé da Luz que à luz da fé

Sempre deu toda atenção

Deixa-nos a Luz do Zé

Escritor e cidadão.

 

Zé da Luz que iluminou

A vida de tanta gente

Decerto não se apagou:

Ficará na nossa mente.


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Meus sentimentos à família de Zé da Luz pela irreparável perda!

No dia anterior à morte do amigo José da Luz, tive um sonho curioso: uma mulher não identificada me dizia: "Tenho notícias sobre Zé da Luz. Amanhã ele sairá."

E eu ficava surpreso com a informação, feliz, mas me perguntando como é que ele já seria tão rapidamente extubado. Acordei, perguntando-me se não poderia significar outra coisa. No dia seguinte, recebi a notícia de sua triste partida.
De fato, ele saiu, mas não como gostaríamos.

José era um dos colaboradores de nosso blog. Tive a honra de ser seu aluno em um curso de extensão e de entrevistá-lo durante a pandemia. Acompanhei seus textos desde o tempo que os imprimia rudimentarmente e vi a realização de seu sonho através da Editora CJA: dois livros publicados e um em processo de produção.

Da última vez em que aqui esteve, conversamos longamente sobre literatura, política e espiritualidade.

Um abraço carinhoso a todos os familiares e amigos que deram o melhor de si a favor dele e clamaram por sua recuperação.
Gilberto Cardoso



Santa Cruz se despede de um dos seus mais ilustres moradores: José da Luz.

Mestre, você era Luz até no nome e com certeza deixará um pouco de sua luz em cada coração que teve a honra de dividir sua amizade e sorver um pouco do seu vasto conhecimento e da sua simplicidade que ensinava tanto.
Grande Poeta e Professor, Santa Cruz sentirá imensamente sua falta.
Sua poesia ficará ecoando em nossos corações.
Um abraço apertado em sua grande musa Maria Salete , companheira amorosa até o último momento.
Um abraço também em sua irmã Veronica Costa e em todos os familiares e amigos enlutados.
Vai na Luz, Mestre José Luz!

Ileane Cavalcante



Cala a voz de um amigo.            

Vem o sentido da dor.           

Para-se mais um sorriso          

Que o tempo carregou.


Seu olhar não tem resposta.          

A morte abriu as comportas.         

E as águas das deformas.              

O seu corpo derrubou.


Que o majestoso criador do universo o acolha em bom lugar.

Tony Camilo




Zé da Luz vai fazer muita falta. Sua doçura, cordialidade e alegria jamais serão esquecidos. Sem falar na sua inteligência, sagacidade e seu talento literário.

Jamais esquecerei suas aulas e seus ensinamentos. Jamais esquecerei a sua delicadeza no dia em que lancei meu livro. ele esteve rapidamente na Cooperativa Cultural porque estava dando aulas. Foi um gesto tão delicado aquele.

Adeus, querido professor. - Andréia Braz


Com profunda tristeza, prestamos nossas condolências aos familiares e amigos pela partida precoce do nosso amigo, escritor e professor José da Luz @prof.jluz Sua contribuição à literatura será eternamente lembrada.

🕊️📚 Que sua sabedoria e legado continuem a inspirar gerações. Descanse em paz, José da Luz! - Cleudivan Araújo, sócio fundador da Editora CJA.

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Cada um de nós à sua maneira torcemos pela recuperação de nosso querido professor. Não houve um dia sequer que ele não estivesse em meus pensamentos. O Rio Grande do Norte perdeu um mestre, um grande pensador, um sensível poeta. Nós perdemos tudo isso, e sobretudo, um AMIGO. Estou triste! E agora José? Que todos os seus ensinamentos sejam sempre agasalhados em minha gratidão! Para onde você marcha, José? Para o livro da memória dos grandes! – Marcos Cavalcanti

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Nunca vou-me conformar com o desfecho da vida! Todos eles são tristes, quando não trágicos! Nunca vou-me conformar quando um alma boa, um espírito puro deixa seu corpo frágil pra habitar outra dimensão! Cara, isso é muito injusto com os que ficam! Agora choro pela partida de um grande amigo, parente e irmão camarada de tanto tempo! Vá em paz, José da Luz Costa, essa porra aqui está muito poluída pra um ser inteligentíssimo, humilde e tão bom feito você! Vou sentir saudade, cara, de sua sapiência em prosa e verso, de seu sorriso saudável, de sua voz mansa, acolhedora e certeira! Tanta gente ruim neste nosso mundo e logo você é o escolhido da vez! Vá ser feliz onde quer que vá! Adeus, meu amigo! - Nailson Costa

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Referência na Educação de Santa Cruz, professor José da Luz muito inteligente, competente e esforçado. Brilhou na sua missão e vai brilhar ao lado de Deus. Tive a felicidade de desfrutar da sua amizade no NURE e na UFRN. Meus pêsames aos familiares e amigos. - Josirene Olegário

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Um professor, um amigo, um irmão, um tio, um filho, um neto, um esposo, um pai, um avô. Não importa o parentesco. José da Luz da Costa (Zedaluz) será sempre lembrado por ter sido tão determinado. Estudioso e trabalhador. Fiel, esposo e pai. Um provedor. Na sala de aula, me lembro bem, era o início da sua carreira docente, fui sua aluna na antiga CNEC. Era muito jovem e já carregava a essência do profissional responsável. Era um tanto tímido. Sabia dominar com destreza e maestria a sua disciplina. Era disciplinado. Dali pra frente, foi ganhando espaço no território docente no Rio Grande do Norte. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, ganhou todos os títulos referentes ao seu alcance e amor pelo que fazia. Deixa o exemplo para os filhos e netos. Deixa a saudade que jamais será esquecida. Deixa o emblema da paz. Deixa o espaço que jamais alguém preencherá da mesma forma. Cada um tem sua maneira de ser e de ter. Cada um tem uma personalidade, uma educação, um caráter, um coração. Vivamos hoje como se fosse o último dia. A vida é curta demais. Professor Zedaluz era muito ESPECIAL
❤️🙌
Meus sinceros sentimentos à minha amiga Maria Salete . Que Deus console, conforte os vossos corações enlutados. - Bernadete Oliveira

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Zé virou Luz
Fico imaginando uma plêiade
Coordenada por Jesus
Dizendo a um Querubim:
Esse que voce conduz
É poeta e escritor
Entre, grande professor
Se sinta em casa, Zé Daluz!
(Mestre Juarez Queiroz, 15 de Julho de 2024.)

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Santa Cruz de luto, pela partida do seu ilustre filho - José da Luz. Doutor das letras, poeta e professor na UFRN. Atuou em várias escolas e no antigo NURE. Seu legado na educação é vasto, e a saudade já é imensa.
Que Deus conforte minha querida amiga, e companheira de trabalho Veronica Costa Zin, e todos os seus familiares. Força! - Débora Raquiel Lopes

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Grande, imenso, extraordinário Zé da Luz!!! Fonte de saber, de alegria, de simplicidade,...! Botafoguense forte! Orgulho de nossa comunidade! Intelectual e professor como poucos! Conheci você, Zé da Luz, por meio de meu pai, que muito lhe queria bem. Você me contou certa vez que, quando era adolescente, se ofereceu para trabalhar na oficina de papai no bairro Paraíso, o qual lhe disse que ali não era seu lugar, pois você tinha outro perfil profissional (como ele estava certo!). Lembro-me disso com lágrimas nos olhos, especialmente porque você me contou após o falecimento dele.
Quantos papos batemos, Zé da Luz, no sítio de nosso amigo Dinamérico Augusto! Quanta coisa aprendi, ouvindo-o falar com tanta segurança e simplicidade! Deus o abrace forte em Sua Morada Eterna! Suas sementes foram bem plantadas! Até um dia, meu amigo! - Teixeirinha Alves

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O professor e poeta José da Luz viverá na sua poesia e nos seus ensinamentos. O meu sentimento de pesar a toda a família. - Hélio Crisanto


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Hoje nós despedimos de José da Luz. Um homem de uma inteligência admirável e Poeta de grande valor.
Amigo da minha mãe, com quem trabalhou na Escola Cosme Ferreira Marques.
Nos meus 15 anos tive o privilégio de receber um valioso presente, um poema de sua autoria, guardo até hoje colado na capa do álbum de fotografia dos meus quinze anos, uma relíquia.

"QUINZE ANOS

Não és ainda uma felicidade total.
És infância sonhada no presente,
És primavera natural e reluzente,
O caminho da alma serena e imortal.

És o olhar sincero da criança.
És a mulher do próximo amanhecer.
Com harmonia na vida e no saber,
A flor Silvestre da suave esperança.

Hoje, teus olhos vivos e cintilantes
Contemplam uma noite de brilho e alegria,
Que ilumina o teu coração dançante,
No aconchego de amigos e família!

O amor é a lei da mocidade.
A União apaga o fogo da discórdia.
Brindemos, agora, à nossa amizade,
Nestes quinze anos revividos em um dia!"

Autor: zedaluz, 20.08.88

Grande Poeta e Professor, vá em paz, o céu está em festa, recebendo um grande mestre de uma mente brilhante.
Que Deus conforte todos os seus familiares e amigos. - Elizângela Costa

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A felicidade de ter a vida plena e viver o presente com seu real valor fez deste homem uma pessoa muito especial. Chegou o dia do encontro com Nosso Pai celeste.
Descansar meu padrinho! Confortar os familiares pois estais em um bom lugar!
Padrinho dos 3 - Edu, Carol e Vini.
Que O Senhor dê forças a minha madrinha Salete e seus filhos. - Eduardo Vicente

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Conheci Zé da Luz como professor na Escola Estadual Francisco de Assis Dias Ribeiro, naquela época, conhecida simplesmente por Escola Estadual. Jovem professor de matemática, demonstrava felicidade ao transmitir conhecimentos de uma área em que muitos tinham dificuldades, mas que , com ele, parecia bem mais fácil, tamanha a destreza que tinha ao tratar os conteúdos. Anos depois, o vejo como um doutor de línguas , sendo antes , diretor de escola e órgão regional de educação. Recentemente li seus livros. Por onde passou e ocupou espacos, demostrou competência e retidão de caráter. Faltam palavras para expressar tantas qualidades do educador, do escritor, do humanista, do Doutor Zé da Luz. Nossos sentimentos aos familiares e amigos, neste momento tão difícil. João Maria de Medeiros






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Lembraremos com saudade dolorida daquele jovem sonhador e batalhador que vindo de São Bento do Trairi para morar na Av. Paulo Afonso no Paraíso trilhou com sua inteligência e determinação uma jornada vitoriosa. Estudante. Atleta das Artes Marciais - Karatê. Professor secundarista e universitário. Poeta imensurável. Além do legado a sua família deixarás um grande exemplo como profissional e como amigo para aqueles que tiveram o privilégio de conhecer e conviver com "Zezinho de Cabo Veinho" e/ou com Dr. José Da Luz da Costa. Nossos sentimentos de pesar a todos da família. Que Zé da Luz seja acolhido na presença do Pai Criador e que este dê o conforto necessário aos que ficam. - Joseni Santos




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José, um homem que compartilhou seus conhecimentos, deixando frutos por onde passou e que, apesar de ter uma mente grandiosa, nunca perdeu a simplicidade. Um amigo e conterrâneo que nos enchia de orgulho.
- Deusiany Rodrigues

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Morre um Poeta! A morte de um poeta é um incêndio vivo de uma vasta biblioteca Itinerante, a morte de um professor é o apagar das luzes em pleno anoitecer, a morte de um homem é o findar de uma jornada, a morte de um amigo é o breu mais estridente, a morte de um cantante é o desafinar da viola, a morte de um pensante é o fim da peleja incessante, é o choro das letras, é o lacrimejar das rimas, é o estagnar da beleza que saltitou em dezenas e centenas de escritos, os quais tornaram a vida de muitos mais leve, mais tênue, mais vida. Siga em paz, poeta.
Homenagem póstuma ao professor e poeta José da Luz. - Crisanto Dantas.


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TERCETO À PALAVRA                      

ao Professor José da Luz


A palavra é Luz, em profundos azuis.

Coordenada, subordinada, amada,

universo de sintagmas que seduz.


Natal, 15 de julho de 2024

Alexandre Abrantes

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