quarta-feira, 2 de setembro de 2015

A CRISE É NOSSA TAMBÉM - Mariana Teles


A CRISE É NOSSA TAMBÉM!
Enquanto o ouro envaidece
Os palácios de metais
Mais de um sonho falece
No leito dos hospitais.
Uma justiça calada,
Rendida, inerte e comprada
Além do preço das leis
Repousa quase sem vida
Numa balança despida
De voz, de verdade e vez.
O Direito é produzido
Nas mãos de um sistema posto
Feito de sonho vendido
Por um parlamento imposto.
As cadeiras leiloadas
As tribunas ocupadas
Por discursos sem verdade
Em um parlamento algoz
A igualdade sem voz
Nem vez pra sociedade.
Os fazedores das leis
Representam sem razão
As empreiteiras da vez
Do voto e da eleição.
Licitações desviadas,
Todas direcionadas
Pra garantir eleições
E a máquina pública comprada,
Inerte e aparelhada
Pra compensar "doações".
Nos pleitos sem paridade
A república sofre abuso
Enquanto a sociedade
Não goza o mínimo do uso.
Em cada instituição
Marcas de corrupção,
Descaso com a coisa pública,
O país aparelhado
E o nosso sonho de Estado
Morrendo aos pés da República.
São mais de quinhentos anos
Que o povo é quem paga a conta
Surgem partidos e planos
Mas são problema a ponta,
Cada partido um esquema,
Alimentando o sistema
Escasso de homens sérios,
Dividindo as comissões,
Calando investigações,
Leiloando ministérios.
A reforma de postura
Que o Brasil tanto espera
Só começa se a cultura
Calar a máfia que impera.
Se quem devia falar,
Defender, representar
É quem cala sem motivo,
Com parlamento rachado
Não pode existir estado
Nem força no executivo.
Se nós somos o congresso
Na casa alta e na baixa
Há de existir um acesso
Aonde o povo se encaixa.
Nós somos a melhor forma
De começar a reforma
Com eficácia incomum,
Calando qualquer desculpa,
Assumindo toda culpa
Pra reformar cada cada um.
Ter consciência que o voto
Não se entrega a candidato
Que passa entregando foto
Com um número no retrato.
Votar com mais competência
E entender que a presidência
Tem erros de todos nós
E em cada um deputado
Dorme um eleitor calado
Pedindo um pouco de voz.
O Brasil não é um trono
De uma corte real
O povo é o único dono
Legitimado por tal.
Cadê nosso brado forte,
Calando a marca do corte
Que a ditadura deixou?
- A crise é nossa também
Mas pouca gente é que vem
Assumindo aonde errou.
Somos a matéria prima
De um Brasil reformado
Vamos superar o clima
De falência do estado!
Recuperar confiança,
Ascender a esperança
Da bandeira cor de anil
Caminhar de um jeito novo
E plantar na alma do povo
A voz de um novo Brasil.
Mariana Teles

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