terça-feira, 26 de outubro de 2021

NAPOLEÃO: EFEITOS COLATERAIS - Diogenes da Cunha Lima

 



NAPOLEÃO: EFEITOS COLATERAIS

 

Diogenes da Cunha Lima

 

          Mesmo nessa época de pandemia, muitos celebram Napoleão Bonaparte nos duzentos anos de sua morte. Ele é uma ilha, no sentido de um ser isolado, misterioso, único. Nasceu na   Córsega, em 1769. Prisioneiro, fugiu da ilha de Elba e morreu na ilha de Santa Helena, em 1821.

          Estrategista genial, conquistou para a França quase toda a Europa. A sua ação multifacetada produziu não apenas efeitos adversos, mas também benéficos.

          A sua vida e obra não são totalmente conhecidas. Goethe havia notado: “A lenda napoleônica é como revelação de São João. Cada qual pressente que há alguma coisa oculta, mas ninguém sabe o quê”. Anotemos efeitos positivos.

O BRASIL - era colônia destinada a enriquecer Portugal, o aliado da Inglaterra. Graças à ameaça de Napoleão de invadir o país, a família real portuguesa fugiu para o Brasil. Salvador e, depois, o Rio de Janeiro passaram a ser a capital do reino. O Brasil ganhou a Escola de Cirurgia, a Imprensa régia, sessenta mil livros para a nossa Biblioteca Nacional, o Jardim Botânico, o Banco do Brasil. Sem contar as novas profissões e nova moda.

OBRA DE ARTE - A cerimonia de coroação do Imperador (1807) foi retratada pelo pintor neoclassicista Jacques-Louis David. É obra-mestra do Museu do Louvre.

CASAR DE BRANCO - O Papa Pio VII celebrou o casamento e a coroação do Imperador na Catedral de Notre-Dame. Napoleão, numa demonstração de poder, coroou a si próprio e a sua esposa Josefina. Ela havia desenhado a roupa branca para o primeiro Consul francês. Até então, não havia cor preferida para as vestes do casamento. A cor branca passou a ser adotada pela maioria dos nubentes.

ARCO DO TRIUNFO - Símbolo imperdível, foi erguido para a memória das batalhas napoleônicas, inscrevendo as batalhas e o nome dos seus generais.

DIREITOS CIVIS - Em sua posse, Napoleão enalteceu as conquistas da Revolução Francesa. O Código Civil napoleônico (1804), tratando das pessoas, bens e propriedades, consagrou a supremacia da lei. Estabeleceu as regras valorizadoras dos direitos civis, influenciando a legislação de muitos países, inclusive do Brasil.

SINFONIA HERÓICA - Napoleão Bonaparte inspirou Beethoven a compor a “Sinfonia Número 3”. A música encanta.

HISTÓRIA ANTIGA - Napoleão levou cientistas e pesquisadores para identificar e sequestrar obras de arte e história do Egito antigo. Um soldado percebeu que havia sinais diferentes ao lado de hieroglifos. Era a Pedra da Roseta que possibilitou a tradução da escrita egípcia. A descoberta iluminou a história mundial.

O HOMEM DO DESTINO - Bernard Shaw, Prêmio Nobel de Literatura, compôs esta comédia, mostrando o domínio da sedução feminina. Assim, a “Dama Misteriosa” venceu a força do vitorioso Napoleão.

Sentimos faltar aqui alguma coisa, mas não sabemos o quê.



Diógenes da Cunha Lima (poeta, prosador e compositor) é advogado e presidente da ANL (Academia Norte-rio-grandense de Letras). Alguns de seus livros: “Câmara Cascudo - Um Brasileiro Feliz”, “Instrumento Dúctil”, “Corpo Breve”, “Os Pássaros da Memória”; “Livro das Respostas” (em face do “Libro de las preguntas”, de Pablo Neruda); “A Memória das Cores”; “Memória das Águas”; “O Magnífico”; “A Avó e o Disco Voador” (infantil). 

Foi Presidente da FJA, Secretário de Estado; Consultor Geral do Estado; Reitor da UFRN; Presidente do CRUB. Atualmente, dirige o seu Escritório de Advocacia e preside a ANL (Academia de Letras). Alguns de seus livros: “Câmara Cascudo - Um Brasileiro Feliz”, “Instrumento Dúctil”, “Corpo Breve”, “Os Pássaros da Memória”; “Livro das Respostas” (em face do “Libro de las preguntas”, de Pablo Neruda); “A Memória das Cores”; “Memória das Águas”; “O Magnífico”; “A Avó e o Disco Voador” (infantil).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários com termos vulgares e palavrões, ofensas, serão excluídos. Não se preocupem com erros de português. Patativa do Assaré disse: "É melhor escrever errado a coisa certa, do que escrever certo a coisa errada”