terça-feira, 5 de janeiro de 2021

O QUE VI E APRENDI NO ANO 2020 - Poema de José Acaci

 

 


O QUE VI E APRENDI NO ANO 2020


Essa tal de pandemia

destruiu a alegria

e afastou as pessoas,

trouxe muita coisa ruim,

mas confesso que para mim

também trouxe coisas boas.

 

Confesso com alegria

que durante a pandemia

fiquei mais perto dos meus

e tive oportunidade

de ter mais serenidade

e refletir sobre Deus.

 

Senti imenso carinho

Quando um lindo passarinho

Numa paisagem singela,

Numa beleza sem fim,

Veio cantar para mim

Pousado em minha janela.

 

Encontrei inspiração

Nas belezas do sertão

E na força do amor.

Cutuquei minha memória

e escrevi a história:

Saga de Um Cantador.

 

Quando veio a eleição

senti indignação

com tanta gente a roubar,

e escrevi a poesia:

Em Tempos de Pandemia,

Tenha Cuidado ao Votar.

 

Fazia mais de dois anos

que estava nos meus planos

me aposentar pelo Estado.

A data agora relembro:

dia cinco de dezembro

eu estava aposentado.

 

Juntei tintas e pincéis

e pintei lindos painéis

com retratos do sertão;

paisagens iluminadas

que sempre estarão guardadas

dentro do meu coração.

 

O caos dessa pandemia

trouxe dor e agonia

que fez a gente sofrer,

Procurei tirar lições

porque nas desilusões

também se deve prender.


Aprendi que um ser humano

Confinado é desumano;

quebra sua fortaleza

e libera seus monstrengos;

suas malícias; seus dengos

e a sua natureza.

 

Nas pessoas confinadas

Vi que foram realçadas

as potencialidades.

Os bons ficaram melhores

e os maus ficaram piores

no jogo das vaidades.

 

Vi um pastor do cinismo

Praticar charlatanismo

E enganar seu irmão.

Prometeu saúde e paz

A quem pagar mil reais

Num caroço de feijão.

 

Aprendi que tem pessoas

que são justas e são boas

e são como um livro aberto,

não seguem religião,

mas têm no seu coração

que o certo é fazer o certo.

 

E que tem certos viventes

beatos e eloquentes,

que, nesse tempo moderno,

têm sempre uma bíblia aberta,

mas só fazem a coisa certa

porque têm medo do inferno.

 

Quem gostava de pensar

resolveu se dedicar

a ter mais conhecimento,

e quem não ama estudar

ficou voando no ar

que nem confete no vento.

 

O fato é que as pessoas,

sejam más ou sejam boas,

querem viver e sonhar.

E nesse mundão além,

feliz é aquele que tem

um Deus para acreditar.

 

No início da pandemia

senti aquela agonia

de perder a liberdade.

porque o confinamento

traz depressão, sofrimento,

tristeza e ansiedade.

 

Notei que certas pessoas

com saúdes muito boas

foram ficando precárias,

depois foram percebendo

que estavam desenvolvendo

doenças imaginárias.

 

Passei um tempo estressado

com o país desgovernado

e as ações do presidente,

mas vi que não me servia,

pois quanto mais eu sabia,

mais eu ficava doente.

 

Vi notícias nos jornais

sobre caos nos hospitais,

tanta dor, tanto caixão.

Quanto mais vi mais sofri,

pra não sofrer decidi

não ver mais televisão.

 

A ciência nos ensina

Que manter uma rotina

Mantêm a serenidade:

Comer, dormir, trabalhar,

Ler e se exercitar

Diminui a ansiedade.

 

Para voltar a sorrir

Resolvi diminuir

A minha autocobrança.

Resolvi ter paciência

E esperar que a ciência

Nos traga uma esperança.

 

O fato é que nossa vida

existe para ser vivida,

só tem uma e não tem bis.

E vamos seguindo em frente

Porque todos somos gente,

E gente é pra ser feliz.

 

Que a paz de Deus nos envolva

E a vacina nos devolva

À nossa vida comum.

Sonhando tempos mais lindos

Sejamos todos bem vindos

A dois mil e vinte e um.

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