quinta-feira, 27 de julho de 2017

LUZIA LUZINDO EM VERSOS


LUZIA LUZINDO EM VERSOS

Luzia Anália é uma educadora caicoense de inegáveis charme e inteligência. Tive o privilégio de conhecê-la e tornar-me seu colega no final de 2015, quando demos início ao mestrado em Literatura e Ensino. Ela sempre deixou claro, nas vezes em que a vimos falando,  ser uma pessoa de grande sensibilidade. Eu insistia para que ela me mostrasse algum texto literário que, com certeza, já teria escrito, mas ela, por timidez, sempre recusou fazer isso. Ontem, porém, ela surpreendeu-me enviando alguns versos para análise. Fiquei muito feliz  e comprovei o que já esperava: qualidade no que ela faz.

ABISMO (De Luzia Anália)

Quem sentir a febre
De um amor sem fim
Venha rápido, 
Corra para mim.

Quem souber andar
Ao sabor do vento,
Conte essas estrelas
Do meu pensamento.

Quem quiser um beijo
Ou um mar de flor,
Corra para o abismo
Deste meu amor.

Mas, não sintam!
Mas, não saibam!
Mas, não queiram!
Fujam!


SOBREVIVO! (De Luzia Anália)

Entre medos e segredos,
Sobrevivo!
Entre sonhos e cuidados,
Esfarrapo-me!
Como num balé de fumaça, 
Despedaço-me!

O fogo queimou o que havia pra queimar
E agora a saudade, em brasas, tripudia do meu pranto, em gargalhadas brutais.

Não sobrevivo mais.
Agora, nem sonhos, nem segredos.


No poema Órion, de Drummond, há um verso que diz: "Luzia na janela do sobradão."
O duplo sentido, quando associado ao título, faz-se evidente. Fico feliz por comprovar que minha amiga, que tanto brilhava na qualidade de aluna e colega, também luze em versos. A Luzia de Drummond limitava-se, talvez, à janela do sobradão, mas está há de sobrar em brilho nas aberturas dos ambientes virtuais. Quem sabe, não venha a espargir raios nas páginas de nossa segunda antologia APOESC em Prosa e Verso!? Assim espero, assim desejo. 

Mostrou-me apenas dois de seus poemas, mas tenho a impressão que há uma botija de versos prestes a ser desenterrada, e eu quero meter a mão nesse tesouro.

-Gilberto Cardoso dos Santos










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