quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

LIVRO DO ANO - Lindonete Câmara


O velho ano foi lido Nas páginas, bem consciente Ou quem sabe, estará esquecido Nas linhas do inconsciente. O novo ano virá encanto Com folhas preenchidas Ou sobre espaços em brancos Numa vida com ou sem medidas. O livro da vida em anos Para alguns, tem sentido Para outros, desengano Porém, todos aguerridos. Os anos vão sendo escritos No livro livre da vida Com mudanças auto prescritas Ou com frases desprovidas. Que haja nova leitura Nos anos de tal livro Com inúmeras releituras E novos sonhos destemidos.

ZACK MAGIEZI - 20 poemas





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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

RETROSPECTIVA 2015 - Professor Ismael André


RETROSPECTIVA 2015
Professor Ismael André
Há quem já filosofou
Que a vida é um livro aberto
Que o futuro é incerto
O presente é o senhor
O passado registrou
Não competem indagações
De rever situações
Que nos tornem irresolutos
Mais tudo isso são frutos
Das nossas aspirações.


Dois mil e quinze foi o ano
Que fatos marcaram a história
Muitos não saem da memória
Das atitudes do humano
Trágico, frio e desumano
Causando constrangimento
Matando o discernimento
Com extrema severidade
Do idoso ao menor de idade
Não teve empoderamento.


Paris, capital da França
Foi vítima de atentados
De radicais refutados
Buscando pura vingança
Maomé e Alá sem bonança
Foram matéria de jornais
Satirizados e tidos anormais
Por falta de consciência
A Al Quaeda sem clemência
Matou 12 como animais.


Potências com puro medo
Viram num olhar panorâmico
Al Qaeda e Estado Islâmico
Num gosto amargo e azedo
Fazer poderosos brinquedos
Derrubando aviões
Matando populações
Que do contexto eram inocentes
De preceitos divergentes
De ideais e opiniões.

Em meio a tanta desordem
Alastrada pelo o mundo
Presenciamos a fundo
A morte de um negro jovem
Freddie Gray se envolve
Num cerco policial
E por não ser de pele igual
Tem a vida exterminada
Por ser pobre e ter causada
A desordem social.


Conflitos, guerras e mazelas
Acontecimentos midiáticos
Nepal, país asiático
Viveu e não foram balelas
Uma catástrofe daquelas
Num terremoto brutal
Violento, feroz e fatal
Deixando povoados tortos
Oito mil e quinhentos mortos
Foi seu resultado letal.


Na Síria uma guerra sem fim
São quatro anos arruinados
Quatro milhões de refugiados
A ditadura é o estopim
De um poder que enfim
200 mil foram matados
Milhares marginalizados
Vítima de um poder tirano
Que sacrifica o humano
E faz poucos glorificados.


Na Argentina o Kirchnerismo
Por Macri foi derrotado
Novo olhar político instaurado
Derrubando o populismo
Na Venezuela o Chavismo
Fugiu das expectativas
Nas eleições legislativas
Viu a oposição crescer
Seu potencial ceder
Nas políticas paliativas.

Para acabar com a discórdia
De quem mais são poluentes
As nações em atos eficientes
Assinaram uma concórdia
Um ato de misericórdia
Na COP 21
E num acordo comum
Prometeram a emissão frear
O efeito estufa minimizar
Extirpando o incomum.


Nossa retrospectiva
No Brasil vamos chegar
Não falta o que registrar
Pois o país é uma bagunça
A política uma furdunça
Se gasta mais do que tem
Não sobrou nenhum vintém
Os ajustes foram negados
Ficamos como lesados
Num estigmatizado desdém.


A briga pelo poder
Fez-se um recinto hostil
Sem serenidade, sem aspecto gentil
De Dilma, Renan e Cunha
Qualquer coisa se opunha
Porém são bem parecidos
Na Lava Jato enaltecidos
São tremendos salafrários
Ideais conjuntos e contrários
De querer bem definidos


Dilma negou pedaladas
Para cobrir o populismo
Cunha num tremendo cinismo
Negou as contas exteriorizadas
Renan, das Alagoas postuladas
Jamais causou influência
O povo na penitência
Pagou o maior pecado
Viu o emprego mortificado
Sem pagar a indulgência.


O dólar sempre a emergir
Ajustes não foram feitos
Ministros, pobres sujeitos
Só fazem por reluzir
Prometeram o PIB subir
O descaso foi maior
Encolheu que causou dó.
3,5 para baixo
Levy, pobre e cabisbaixo
Ficou de mal a pior.


Já não podemos ouvir
As palavras: inflação
Aumento, corrupção
Tudo estão a servir
A desgraça está porvir
Disso tenhamos certeza
Impeachment para a realeza
Teria que ser geral
Pois ratazanas em coqueiral
Só arrancando com proeza.


Para aumentar o lamaçal
E para nossa indignação
Presenciamos então
O maior desastre ambiental
A quem diga que acidental
Outros preferem outros meios
Para responder aos anseios
De Mariana destruída
Uma bacia hidrográfica poluída
Quinze mil pessoas aos alheios.














Os Germanos - Rosemilton Silva


Os Germanos



Outro dia, num post do Facebook onde fazia um passeio por algumas ruas de Santa Cruz, ciceroneado por minha comadre Maria Gorda, Chagas Lourenço me fez lembrar a rua Ferreira Itajubá que começa na esquina onde foi o Mercado Municipal pra quem está olhando para o Sul e com a casa de jogo de Zé Galego, onde fazíamos a fé no bicho ou os mais adultos jogavam baralho.
No encontro com a Travessa Aurora e rua Camilo José da Rocha, o mercado terminava e na outra esquina estava a bodega de José Abdias. Atravessando a travessa, havia os “quartos dos mangaeiros” nos dois lados mas no esquerdo, logo no início, estava a sapataria de Chicó Flor que depois veio a ser a bodega de Talau, cujos quartos deste lado davam  na esquina com o Beco do Sol que, por sua vez, deixava aberto o canal para o sol entrar na casa de sobrado dos meus pais.
Nosso vizinho era Dona Sinhazinha, costureira e casada com Zé de Chana, que tinha como vizinho o meu compadre, marceneiro Arnaldo Moreira irmão do padre Moreira e, aí, chegamos a lembrança de Chagas Lourenço: a casa dos Germanos, parede e meia com a bodega de dona Chiu. Do lado esquerdo, mais quartos onde, quando e vez que o circo de Djalma Boranhem chegava a cidade servia para hospedar artistas e trabalhadores já que eram bem maiores e onde, depois de algum tempo, veio morar Nair, mãe de Beta Preta e do excelente artista plástico Nivaldo Vale.
Para finalizar a rua, vamos lembrar que logo após a bodega de dona Chiu começava a rua Frei Miguelinho, onde na esquina do lado esquerdo estava a bodega de dona Maria do Carmo, mãe de Genialda e Everaldo, excelente músico como acordeonista e trombonista, dono de parque de diversão, e na outra esquina se podia ouvir o trombone de outro grande músico, João Leão pai do padre Inácio Henrique.
Pois bem! Vamos nos ater a lembrança de Chagas Lourenço. Os Germanos vinham do Rio de Janeiro em dois momentos: nas festas de fim de ano e da nossa padroeira, Santa Rita de Cássia. Músicos respeitados na capital federal e apadrinhados por Luiz Gonzaga. Chiquinha, que começou a vida como cantora do Trio Irmãs Ferreira formado pelas outras duas irmãs Dea e Frassinete, as franciscas Canindéia e Francineide, respectivamente, filhas do compositor e sanfoneiro, Zé de Elias, ganhou de Luiz Gonzaga o apelido de Chiquinha do Acordeon. Dea, casou com o também compositor e excelente violinista, Chico Elion e tiveram um filho chamado Kiko Chagas, guitarrista e compositor mais requisitados pelos grupos baianos de axé.
Chiquinha do Acordeon casou com Zito Borborema em 1956 e algum tempo depois vieram morar em Santa Cruz onde estava Branca, filha de Zé de Elias, que era cantora mas sem muita projeção, casando com Jandir Cruz, locutor de rádio de projeção nacional, indo os dois, depois de algum tempo, morar no Rio de Janeiro onde ela integrou o coral da Globo e, separada de Jandir, casou com um diretor da TV de Roberto Marinho.
Diferentemente do que se pensa, Mané e Zé de Elias não nasceram em Santa Cruz e sim em Currais Novos, mas vieram meninos ainda para a cidade trazidos pelo pai, Elias Germano, tocador de fole de 8 baixos e que ensinou os três irmãos - havia Sebastião de Elias Germano Sobrinho -, nome completo dos três. Sebastião Germano não se dedicou a música, preferiu ficar em Santa Cruz, tinha um caminhão e ganhava a vida fazendo frete, mas quando os irmãos chegavam, participava da “farra” já que, eles gostavam de dizer que a banda de música da cidade era formada apenas pelos dois: Mané e Zé de Elias. Uma brincadeira, porque havia sim a banda de música, na época dirigida pelo maestro Oscar e sediada no prédio da Paz e União na então Rua Daniel – o prédio ainda existe embora em estado deplorável – hoje denominada Augusto Severo até a ponte por onde passava o riacho do Pecado e, logo após, nominada como Rua Mossoró.
Chiquinha do Acordeon, o pai Zé de Elias e o tio Mané de Elias- Manoel de Elias Germano Sobrinho -, fizeram nome no cenário nacional ao lado de Zé do Côco, filho de Zé de Elias – José Germano Sobrinho - e que hoje é radialista, produtor musical, jornalista em São Paulo, além de compositor, conhecido como Germanno Junior. Foi Zé do Côco que me apresentou uma forma nova de gravar forró que hoje se canta e decanta como se fosse algo novo. Nos festejos de maio, em 1979, Zé do Côco me apresentou a fita do elepê que seria gravado até o final do ano pelo pai. Era uma forma nova agregando ao trio formado pela sanfona ou fole, zabumba e triângulo a bateria, a guitarra e o contrabaixo, mas mantendo fiel as raízes da estruturação musical do forró na composição, nos arranjos e na batida.
Interessante porque o período de maior sucesso de Zito Borborema e Chiquinha do Acordeon com a música Sá Chiquinha, foi na época em que eles estavam morando em Santa Cruz onde faziam um programa semanal, aos sábados por volta das 9 horas da manhã, na difusora municipal que vinha a ser uma rádio pirata em AM, certamente a primeira do Rio Grande do Norte e que tinha como locutores Jandir Cruz, João Leite, Manu e, como controlista, este que vos fala. E foi exatamente em um sábado de 64 que a emissora, funcionando nos fundos do prédio da prefeitura, foi lacrada mas ninguém preso, embora o “ribuliço” tenha sido grande.
Com Branca, Zito e Chiquinha tive muito aproximação, principalmente com “Chica” que durante muito tempo lutou para que eu aprendesse acordeon e Mané da Viúva, incentivado por ela, até comprou uma sanfona, mas não eu quis aprender o instrumento embora ainda tenha chegado a tocar. O meu negócio era clarinete, sax e bateria e, hoje, eu me arrependo de não ter aprendido aquele instrumento, belo no som, harmonioso no ouvir e espetacular quando bem tocado. Ah, estou aprendendo – não sei se consigo – com meu amigo Wiclife lá no Museu do Vaqueiro contando com a benevolência e paciência dele e do também amigo, Marcos Lopes e, resolvi assim porque vem a ser a minha principal frustação.
Chiquinha, quando ainda não era casada com Zito, ia para o quintal da casa dos Germanos, abriu o fole e sapecava um acorde. Era a senha para que eu corresse, largasse o que estivesse fazendo, e fosse direto para a cozinha de dona Rosa ver quais panelas e caçarolas estavam sem uso para montar a minha bateria –coisa de seis anos de idade. E aí, perdíamos a hora. Chica se divertia e eu acreditava ser a glória. Certa vez, entrevistando Chiquinha em um programa que eu apresentava na TV U, o de “Bach em Bar” que depois virou o “Choro da Sexta”, ela lembrou aqueles tempos e me emocionou. Recordo bem do que ela disse: “Você me fez chorar, cabra de Rosa e Mané, mas eu me vinguei”, choramos os dois.
Acho que consegui traduzir o sentimento que tenho sobre minha rua preferida, a casa onde morei por muitos anos e onde hoje reside minha prima por parte de mãe, Maria Venceslau. Depois, meu pai comprou a casa que foi de Arnaldo Moreira e ficamos alí por outros longos anos. Quando nos mudamos, eu até chorei porque perdi o “meu sobrado” de onde eu podia ver movimentos com a invasão dos “quartos” dos mangaeiros pelos agricultores capitaneados por Severino Bezerra, o maior líder dos agricultores de Santa Cruz que eu conheci. Mas não só por isso, porque de lá eu podia ver o Paraíso, a sua feira, a festa de São João Batista, a cheia do Trairí, ou trabalhar em paz na câmera escura revelando filmes e fotografias que foram perdidas no tempo e que eu nunca consegui recuperá-las.

E para não cometer injustiças, algumas informações me chegaram há algum tempo atrás pelo livro escrito pela pesquisadora Leide Câmara no seu Dicionário da Música do Rio Grande do Norte.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

PARTICIPE DE NOSSA ANTOLOGIA

Nós, da APOESC (Associação de Poetas e Escritores de Santa Cruz), pretendemos lançar uma antologia de prosadores e poetas  nordestinos. A publicação será feita por uma editora com quem já entramos em negociação.
A ideia é dividirmos as despesas de publicação entre os participantes, de maneira que fique um valor relativamente baixo para todos e que possibilite a cada um receber determinado número de exemplares.

Caso tenha interesse em participar, entre em contato conosco pelo (84) 999017248, via e-mail gcarsantos@gmail.com ou pelo Facebook.




A Antologia em prosa e verso da APOESC dará o direito mínimo de duas páginas a cada autor. Valor de participação: 100 reais.  

A VIDA É UM ECO! - Marcelo Pinheiro


“A vida é um eco. Se você não gosta do que está recebendo, preste atenção no que está emitindo para o mundo”. Terminou de ler aquela frase e colocou o livro de volta sobre o criado mudo, na cabeceira da cama. Desde que perdera o emprego, há pouco mais de um mês, Matheus adotara o hábito de ler um provérbio antes de se levantar da cama. Até ali, o novo costume não se mostrara muito eficiente em combater o tédio que lentamente dominava sua vida. O mundo se tornava cada vez mais cinzento e as poucas cores que ainda conseguia perceber, rápido perdiam o brilho. Naquele dia, porém, a frase lida não se deixava intimidar e mesmo depois de o jovem regar o pequeno jardim e tomar café, como de costume, ela continuava lá, gritando, impávida, sobre o silêncio emudecido em sua cabeça. Depois de um dia inteiro de tortura, no intuito de aplacar a fúria da voz que sobre sua mente ecoava, Matheus pegou uma trilha estreita, atrás de sua casa, que seguia para o oeste, e foi assistir ao pôr do sol. No alto da colina, sentou-se sobre um tufo de grama seca e passou a contemplar o espetáculo de luzes e sombras que bailavam no horizonte. - Não! – gritou em repreensão à voz que pela milésima vez se repetia em sua mente. - Não, não, não, não... – repetiu o eco no fundo vale. Ele franziu a testa e em quatro segundos bradou: - Sim! - Sim, sim, sim, sim... – voltou o eco a repetir. Por muitos minutos Matheus brincou com palavras e frases. Quanto mais gritava, mais entendia verdadeiro sentido do provérbio lido na alvorada. Percebeu que seria uma tolice esperar do mundo algo diferente daquilo que ele mesmo transmitia. Assim, despediu-se do sol que se ia e desceu da colina disposto a ser, ele próprio, a força criadora de sua vida.

domingo, 27 de dezembro de 2015

Flores de minhas dores - Cecília Nascimento

Quando a vida me arranca o menor suspiro
E, à noite, o sono foge desta cama
Sei bem que estás por vir-me ao encontro
Capaz de me extrair o melhor canto
Exalado na expressividade de uma lágrima
Então, apesar da agressividade do contexto
Mesmo sem pauta alguma para meu texto
Alegro-me, pois, depois de tantos anos
Ainda extraio das minhas dores
Não cardos, flores.
Ainda que sem nenhuma cor...
Cecília Nascimento
(17/08/2015).

sábado, 26 de dezembro de 2015

PROJETO PÔR DO SOL NO SANTUÁRIO

Bela performance da dupla Alex Araújo (sax) e Joelson Vences (piano), dando início ao projeto Pôr do Sol no Santuário, idealizado pelo maestro Camilo Henrique, em 26.12.2015. 
O belo projeto, inicialmente, ocorrerá a cada 15 dias. Mas a ideia é transformá-lo num evento semanal.
Parabéns, à Secretaria de Turismo pelo apoio prometido e aos principais envolvidos: Camilo, Alex, Joelson, Sueney e Washington.





POEMAS PARA ANGÉLICA - Irani Medeiros

Os poemas para Angélica
transpiram grande paixão
falam naquele idioma
próprio para o coração
Pintam um quadro impressivo
lembram o famoso livro
Cantares de Salomão

(Gilberto Cardoso dos Santos)




Para Angélica com afeto.
Irani Medeiros

Nos cadernos de ontem
anotei os diários da paixão
e nas manhãs de sábado
o tempo do tempo
do beijo dos pássaros
na tua boca.

O sonho de amar
é uma ribalta de flores alucinadas
no alarido dos Anjos!


Para Angélica com afeto!
Amor,
nesta densa tarde de segunda-feira
rabisco no muro
com giz de saudade
O amor que sinto por você.
Outras tardes virão
e com elas os coágulos
da minha paixão!
08.02.2016.
Irani Medeiros.
Para Angélica com amor!
08.02.2016.
Irani Medeiros
O amor
põe panos quentes
e metáforas nas lápides da noite
é um sumo sacerdote
tocando as Liras de Orfeu.
Pinta o crepúsculo
com as tintas de Van Gogh
e passa verniz no mármore dos dias!
Para Angélica com amor!
João Pessoa, 06.02.2016.
Irani Medeiros
Amor,
ensine-me o caminho do meio
antes que a breve idade das flores
leve o canto dos pássaros
e que a gente se perca
pelas sombras que desfiam os dias.

Meu coração tem dobradiças
de folhas onde é mais
transparente meu jardim imaginário!


Para Angélica com afeto!
Antes que as andorinhas
adormeçam
me abrigo do vento.

Tenho uma rosa na mão
e sonhos no bolso.

Tenho a chuva escondida
atrás da porta.

Subo a escada das nuvens
trago os cometas 
atrás dos olhos.

E com asas de voo
beijo tua boca!

Irani Medeiros
João Pessoa, 25.01.16.
Para Angélica.
Te encontrei
no sangue dos pássaros.

Te encontrei
na fina flor dos afagos!

Te encontrei
nas correntezas do Rio
e na gravidez das pedras.

Te encontrei
em alto mar
e suas ocultas caravelas.

Te encontrei
no inverno e fora
de minhas águas.

Te encontrei
no cais, no porto
e nos navios que nunca partiram
além das espumas
e dos arrecifes da minha paixão!

Irani Medeiros
14.01.2016.

Para Angélica
Um passarinho fez ninhos
na escuridão das minhas noites.
sonhei com você

e o cheiro das manhãs

tangendo os peixes para o mar.

Que nosso amor
envelheça como o vinho
e os pássaros façam pouso
na tarde azul
emoldurando a paisagem
no teu olhar.

João Pessoa, 11.01.2016.
Irani Medeiros
Para Angélica
Te convido amor
para um banquete
no trono de Vênus.

Te convido amor
para ler a poesia de Baudelaire
E seus spleens de Paris.

Te convido amor
para sentar-se no púlpito das flores
e repartir com beijos pão e cama.

Irani Medeiros.
Para Angélica
Amanhã cantarei adágios
ao teu nome
bordando sonhos

pelas calçadas da paixão.

Só amanhã anotarei
nos cadernos do silêncio
uma canção para louvar-te
a nudez e o amor
nos altares dos lajedos!

Irani Medeiros
09.01.2016.
Para angélica
Minha amada
tem lábios de fogo
que acendem a aurora

no pulmão dos pássaros.

Minha amada
tem o bálsamo da noite
na flor do "pecado"
e um trovão nas pro(celas) dos beijos!

Minha amada
tem loucos rubis nos seios
e anjos dialéticos
nas lições de amar!

Para Angélica.
Guardarei
os rios e fontes
no olhar da amada.

Guardarei
a ciência exata do amor
no sorriso da amada.

Guardarei
os rigores do inverno
no corpo da amada.

Guardarei
a chuva e a diáspora das borboletas
no ventre da amada.

Guardarei
os dias e os vestígios da noite
nos murmúrios da amada.

Guardarei
nas gavetas do tempo
lavras e sentenças do amor
da mulher que amo!

Irani Medeiros
João Pessoa, 31.12.2015.


Para Angélica.

No azul do teu vestido atravesso o Eufrates
E toda paisagem é uma vista
Do meu mar de dentro.

Sou uma canção
No advento das flores
Cultivadas nos hectares do teu corpo!



29.12.2015
Irani Medeiros

Para Angélica com amor!

Amor,
Teu corpo
É como um sereno desafio

Entre o rio e suas margens.

O remanso das águas
Espalha os minerais da paixão
Nas suas anáguas!


24.12.2015.


Para Angélica com afeto.


Uns dias a mais

Seremos amantes.

Dias a(menos)

Seremos cúmplices!

23.12.2015.

A ventania nos teus cabelos
Lembra-me trigais maduros
Adubados nas várzeas do teu corpo.

Na tua boca papoulas vermelhas, fogueiras e os gumes da paixão.
No teu ventre
Sinto a curvatura da lua
As cores da madrugada
Acendendo os candeeiros do nosso amor!

23.12.2015.



Os espelhos da noite

São divinos

Na tela silenciosa

Do teu sorriso.

No mármore do tempo

Não há tempo

Nas estrofes do nosso amor!

22.12.2015.




Lavro no espírito

as sentenças do amor.

No dorso das aves

sigo o caminho da vida

e não deixo o amor no prelo.

Angélica é a lucidez da minha loucura

e um mandado de soltura!


Para Angélica com amor!