CHUVAS DE JANEIRO - Zenóbio Oliveira
Chove chuva bendita de janeiro,
Verte aqui nuvens de promissão,
Para regar a fé deste roceiro,
Para afogar as penas do sertão.
Despeja sobre mim teu aguaceiro,
Encha rio, açude, encharca o chão,
Bota a poça de lama em meu terreiro,
Traz fartura brotando em cada grão.
Que eu já vou ali cavar as covas,
Vou semeá-las e ver as plantas novas,
Rasgando a tez da terra virginal...
Depois lá do batente da janela,
Vou espiar o verde de aquarela,
Derramando a beleza em meu quintal.
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