terça-feira, 17 de dezembro de 2013

RETRATO SERTANEJO - Hélio Crisanto



Certo dia eu sai pra viajar
Encontrei uma casa abandonada
Roupas velhas no aceiro da estrada
Solidão traz um grande desespero
Os sapatos rasgados de um vaqueiro
Eu fiquei muito triste e descontente
Um gatinho deitado no batente
Pastorando as rolinhas no terreiro

O espinho sodoro corta a minha alma
Quando as cinzas de agosto bafejam o verão
Meus olhos parecem cacimba sem água
Suplicando a chuva que molha o torrão

Anunciando o lamento sertanejo
Ouvi o canto agourento do carão
E uma voz que dizia num clarão
Como vento que sopra do além
Folhas secas voando no moquém
Como cartas que traz informação
De saudade, de amor e de paixão
De um mundo distante e diferente
Um teiú engolindo uma serpente
Isso é copia fiel do meu sertão

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