sexta-feira, 22 de junho de 2012

Luíza Erundina, Um Orgulho Nacional - Epitácio Andrade



Um Orgulho Nacional
                                    Nascida em 30 de novembro de 1934, no longínquo município sertanejo de Uiraúna, na região fronteiriça com o Rio Grande do Norte, a paraibana Luíza Erundina de Souza ganhou notoriedade nacional depois de vencer as eleições de 1988 para  a prefeitura de São Paulo, capital paulista, vindo a se tornar a primeira prefeita de esquerda da maior cidade da América do Sul.
Uiraúna no sertão da Paraíba

                                      Da infância em Uiraúna, filha de artesão de couro e de dona de casa fabricante de bolos, que eram vendidos pela menina decente para ajudar na renda familiar, até chegar a São Paulo, desenhou uma trajetória de lutas e conquistas só a de alguns poucos comparada.
São Paulo/SP
                                       É, exatamente, no campo da educação que Luíza Erundina vem deixando seu maior legado. Repetiu a 5ª série duas vezes para não parar de estudar, pois na sua terra natal não tinha curso ginasial. Em 1948, migrou para Patos, no sertão central da Paraíba, onde veio estudar na casa de uma tia, e em 1966, concluiu em João Pessoa o curso de serviço social, na Universidade Federal da Paraíba.
Educador Paulo Freire
                                          Militante política, inseriu-se nas lutas sociais e foi agente pró-ativa no enfrentamento a ditadura militar. Em 1971, após concluir mestrado em sociologia e ciência política, migrou definitivamente para São Paulo, e ao assumir a prefeitura da capital paulistana convidou um dos mais notáveis nomes da pedagogia mundial, o filósofo Paulo Freire, patrono da educação nacional, para assumir a secretaria municipal de educação.
Monumento ao holocausto da tortura
                                           Tinha o sonho de se formar médica, mas por vários motivos não conseguiu concretizá-lo. Igual sonho, porém com um destino trágico, teve seu contemporâneo de lutas sociais o estudante de medicina João Roberto Borges de Souza, vice-presidente da União dos Estudantes da Paraíba, que foi sequestrado em 1969, torturado e morto pela ditadura militar, sendo seu corpo encontrado em um açude na zona rural de Catolé do Rocha, no sertão paraibano.
Capa do Dossiê dos Mortos - A partir de1964
                            A luta de Erundina contra a ditadura militar foi implacável. A sua gestão a frente da prefeitura de São Paulo firmou convênio com a UNICAMP para efetivar o projeto "Perus, Campo Grande e Xambioá", que descobriu e identificou vários restos mortais de desaparecidos políticos, enterrados como indigentes em valas comuns dos cemitérios de São Paulo e em Xambioá, no norte do estado de Tocantins, na fronteira com o Pará.
Monumento no cemitério de Perus - São Paulo/SP
                             Entre os restos mortais resgatados estavam os de Emanuel Bezerra dos Santos, poeta e líder estudantil potiguar, nascido em 17 de junho de 1943, na Praia de Caiçara do Norte, e preso, torturado e morto pela ditadura militar em 1973.
               Emanuel Bezerra dos Santos
                                 A gestão de Erundina na Prefeitura de São Paulo foi revolucionária em todos os campos administrativos. Na educação, implantou os MOVAs (Movimentos de alfabetização); na saúde foi vanguarda na implementação do Sistema Único de Saúde (SUS); no setor de habitação, desenvolveu os mutirões participativos, que reduziu o deficit habitacional; na cultura, construiu o Sambódromo do Anhembi; e nos esportes, renovou a auto-estima nacional, trazendo de volta para o Autódromo de Interlagos o circuito mundial de Fórmula 1.
Airton Senna e Erundina em Interlagos
                                  Com uma carreira política vitoriosa, a assistente social paraibana Luíza Erundina de Souza está no quarto mandato de deputada federal. Exemplo de honradez e decência, não poderia deixar de ser considerada "um orgulho nacional".

3 comentários:

  1. ERUNDINA ACABA DE DAR UMA LIÇÃO DE HONRADEZ MUITO GRANDE. JUSTÍSSIMA ESTA HOMENAGEM. PARABÉNS, DR EPITÁCIO.

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  2. GRANDE ERUNDINA. MAS SOU SEM PERSPECTIVA EM RELAÇÃO AO PT,SOU DECEPCIONADO. PRAGAS DE POLÍTICOS QUE SÓ ENXERGAM SEU PRÓPRIO UMBIGO,PROMETEM O CÉU E AS ESTRELAS E QUANDO GANHAM,NEM BANANA DÃO.

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  3. Justíssima tal homenagem do DR. Epitácio a essa exceção de verdadeira representante do povo que é a Erundina. Em tempos em que a Política virou um espaço de discussão de interesses particulares e não coletivos essa Senhora vem e nos mostra que existe sim uma luz no fim do túnel, um modo diferente de se fazer Política que não esse do jogo sujo, da trapaça, do querer se dar bem a todo custo, do poder pelo poder.

    Wilson Filho

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