sexta-feira, 5 de agosto de 2011

REGINALDO ANDRADE (Chagas Lourenço)



Reginaldo Andrade era uma pessoa muito querida em Santa Cruz.
Funcionário público federal, lotado no DNOCS,
vereador, marchante, cozinheiro de mão cheia e boêmio.
Reginaldo, casado com dona Maria, morou durante os últimos
anos de vida, ao lado do açude público de Santa Cruz, em local
chamado Beira-Rio.
Foi durante muito tempo, proprietário de um restaurante, em
um prédio ao lado de sua casa, pertecente ao Major Theodorico
Bezerra.
Nos finais de semana o restaurante ficava lotado de gente, para
saborear a chã-de-fora,assada na brasa, feita por ele.
Vez por outra,Reginaldo chamava o táxi de Luiz Fernando,um opala
72, para ir à feira, comprar uma perua, para preparar em casa e
convidar os amigos para comer,tomando cachaça e cerveja.
Costumava beber com Joaquim Lelê, em um boteco próximo da
casa das bicicletas de Edvaldo Umbelino. Apreciava cachaça e
ultimamente,já sentindo o peso da idade, bebia acrescentando
pimenta no copo,pois segundo ele dizia,era bom pra manter o
tesão.
Um belo dia ele estava com Lelê e apareceram umas meninas de
Maria Gorda no boteco e ficaram bebendo com eles até muito
tarde.
Dona Maria, preocupada com a demora, pergunta a um rapaz que
passava de moto se ele sabia do paradeiro de Reginaldo. O rapaz
informou:
-Ele está num buteco na rua do canjerê, com Lelê e umas três
quengas.
Foi o suficiente pra dona Maria ficar furiosa.
Uma hora depois, chega Reginaldo, no opala de Luiz Fernando,já
embriagado e cansado. Não entrou nem em casa, foi direto pra
uma rede que ficava armada no alpendre,onde descansava ao meio
dia, após o almoço.
Deitou-se,cobriu o rosto com um lençol e antes que pudesse
cochilar, dona Maria apareceu aos gritos:
-Cabra velho sem-vergonha, não tem vergonha na cara, pai de
neto, funcionário público, ex-vereador, sentado num buteco com
aquele outro sem-vergonha do Lelê com uma ruma de rapariga.
Continuou dona Maria,aos berros:
-Você sabia que é corno ? Pois se não sabia, fique sabendo, você é
corno.
Reginaldo calmamente, tirou o lençol do rosto, olhou pra dona
Maria bem calmo e falou:
-Eu num vi, num voga!

Puxou o lençol pra cara e foi dormir.

.

2 comentários:

  1. Parabens pelo texto chagas, cheguei a conhecer a pessoa de Reginaldo andrade.

    ResponderExcluir
  2. Ai meu DEUS! Eu pensava que Chagas Lourenço já tinha morrido...É sério!!!

    ResponderExcluir

Comentários com termos vulgares e palavrões, ofensas, serão excluídos. Não se preocupem com erros de português. Patativa do Assaré disse: "É melhor escrever errado a coisa certa, do que escrever certo a coisa errada”