domingo, 26 de junho de 2011

DESENGANO - Marcos Cavalcanti


(ao poeta Borginho)

O poeta parte deixando saudades
A poesia sangra o verde dos mares
Os versos se encantam pelos ares
Chorando

O poeta se despede dos amigos,
A poesia despe seus inimigos,
Os versos não encontram abrigo,
Cantando.

O poeta desiste da existência,
Poesias de décadas em decadência,
Nos versos sem mais resistência,
Sofrendo.

O poeta definha num canto
Com a poesia, seu encanto,
E os versos versando o pranto,
Morrendo.

4 comentários:

  1. Que bela homenagem Marcos, a esse grande poeta e mestre Antonio Borges.

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  2. Marcos,

    Poema maravilhoso!
    Uma profunda reflexão sobre a relação poeta/poesia/sentido da vida (chorando,cantando, sofrendo, morrendo).

    Parabéns!

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  3. Parabéns Marcos pelo poema, que na minha interpretação retrata o poeta quando na maioria das vezes está sentindo-se no fim da vida e que prefere manter-se oculto naquele pouco tempo que ainda lhe resta.

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  4. Você sabe quanto sou apaixonada por sua poesia Marquinho ..... Mais uma vez sou encantada !!!

    Parabens !!!

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