AS BIQUEIRAS FAZEM ZOADA NO SERTÃO.
Tarde chuvosa, ensopando as maravalhas e cactos do meu Sertão. Grotas esboroando para os córregos e riachos, numa confluência destinada a matar a sede do velho açude do Maracujá. Isso mesmo!... quem pensar que as estorricadas cacimbas e lagoas não sentem sede, é perder tempo, ou não querer se compadecer da lama rachada, ou da solidão da vacância da vida. É... das aves que se foram, da asa branca que não tem outra morada, senão o Sertão.
Hoje, já vi, e fazia tempo, casal de gavião vermelho. Uma das aves mais bonitas e de porte exuberante que havia arribado do cinzento. Acauãs enxovalhadas, tirando a poeira de sua penugem, mas numa mudez sepulcral, pois tivera o seu agouro vencido pelas chuvas do verão.
Parece que a coisa mudou nesses trópicos sertanejos. Depois, de muitas e muitas tardes frustrantes, em alpendres de Eugênio Pacelli*, a crônica que denunciava cacimbas no fundão, arco-iris multicores “secando os nimbos”, ou “levando as chuvas pro mar*, dá lugar a notícias de muita água nesses grotões do Sertão de meu Deus.
*Eugênio Pacelli: O cego de Lica. No seu pluviômetro as chuvas de janeiro e esse primeiro dia de fevereiro, está cruzando a linha de duas centenas milímetros lineares. Isso é bom.
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