A MÁQUINA DE COSTURAR INFÂNCIA
Hadoock de Aninha
Cada segundo que passa
Passa um pedaço da vida
Rodando um filme da gente
Com nossa história vivida
Despedaçando no tempo
Deixando a vida partida.
E foi num segundo desses
Dentro do carro da mente
Que juntei pedaços velhos
Da minha infância carente
Na casinha onde morava
Com a família da gente.
Congelei meu pensamento
Vi meu velho pai sorrir
Abrindo a porta contente
Me chamando pra seguir
Quando passei pela porta
Vi meu passado surgir.
Vi na sala da casinha
Minha mãe ali sentada
E perto dela havia
Uma máquina encostada
De tanto costurar tempo
Já estava enferrujada.
No pé da máquina estava
A minha infância brincando
Bem sentada no pedal
Com as duas mãos pegando
Na roda do pé da máquina
No pensamento viajando.
Era bonito de ver
Minha infância feliz
Brincando naquela máquina
Querendo ser aprendiz
Fazendo da sua mente
Tudo que sempre quis.
Tinha momentos que a máquina
Era uma nave espacial
Viajava por planetas
Por este universo astral
Conhecendo as galáxias
No espaço sideral.
Quando a infância pousava
De novo na realidade
A nave virava carro
Em toda velocidade
Andava por todo o mundo
Fazendo nova amizade.
Dividia o pé da máquina
Às vezes com um irmão
Cada um querendo ver
Quem pegava a direção
A disputa se acabava
Quase sempre em confusão.
Olhando pra minha infância
Vi a minha humildade
Brincando de ser feliz
Nas asas da liberdade
Pra gente faltava tudo
Mas tinha felicidade!
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