BANHO
NO BECO
Passando o fim
de semana na cidade santuário, fui visitar meu tio Zuca, mais afetivamente
Zuquinha, barbeiro profissional. Visita breve. Fiz um agrado ao tio. Recebi a bênção.
Meio-dia.
Intenciono ir ao quiosque do Léo, na praça do coreto. Desejo ardente de uma cerveja
geladinha. Pego um atalho e sigo por um beco. Despreocupado, consciência
tranquila. Promessa paga. De repente, na esquina, da varanda do 1º andar, uma
nuvem de água suja desaba sobre mim.
– Misericórdia!
Clama a mulher.
Em seguida, terce
um rosário de desculpas.
– Me perdoe. Me
perdoe. Me perdoe.
Escapei do
banho completo por pouco. Mesmo assim fiquei todo enlameado de água servida.
Restou-me, com a educação que continuava limpa em mim, repreendê-la.
– Isso não se
faz! A senhora está errada! Olhe a rua antes de lançar fora a água de uso.
Na verdade, não
se joga na via pública a água usada na limpeza da casa.
Doravante vou
evitar o atalho dos becos. E espero que ela aprenda a lição.
Caro José da Luz: Lamentável o que lhe ocorreu! Ainda bem que ela aparentou manifestar um genuíno arrependimento. Ela se sentiu em um beco sem saída e vc ficou de alma lavada pela merecida e educada repreensão que lhe deu. Experiências negativamente marcantes como esta também devem ser explorados em belas crônicas e contos para que das maldições resultem bênçãos.
ResponderExcluirPois é, caro poeta, a situação da falta d'água é desesperadora, mas a falta de consciência é, muitas vezes, desastrosa!
ResponderExcluirNo mais, não desejo a você (nem a outrem!) um banho de água suja. Principalmente em via pública.