sábado, 4 de fevereiro de 2023

A ACAUÃ, A SERPENTE E O MISTÉRIO DA FÉCULA AMARELA - Jair Elói de Souza

 




HISTÓRIAS CONTADAS PELOS NOSSOS ANCESTRAIS.

A ACAUÃ, A SERPENTE E O MISTÉRIO DA FÉCULA AMARELA.

A arena silvestre guarda seus mistérios. Na luta da acauã com a serpente, eis um deles. O escudo da valente acauã são suas asas. A exemplo dos gladiadores da Roma dos Césares, que utilizavam o escudo como instrumento de defesa, a acauã ao provocar a serpente, estende-lhe uma das asas com fito de tomar a visão do inimigo mortal.
Mas, uma vez picada pela serpente, a ave símbolo penitente na seca, e para muitos de mau agouro, quanto às chuvas no Nordeste, esmorece. A salvação está na solidariedade de sua parceira, que assiste o duelo aparentemente indiferente.
Mas, ao perceber instintivamente que sua parceira ou parceiro foi picada, em socorro lhe traz uma fécula amarela, deposita no seu bico. De repente a ave ferida, retempera o ânimo e recomeça a luta até matar com suas garras e bico afiados a serpente.
Eis o mistério! Até hoje, não se descobriu de onde a acauã colhe aquele antídoto. Mas, é uma cena presenciada e contada pelos nossos ancestrais, nos ermos do Sertão.
Um outro fato que chama a atenção, é o local que o lagarto (tejuaçu) escolhe para atacar a serpente. Embora o réptil esteja no seu raio de ação, mas, ele só inicia a luta quando verifica que naquelas cercanias, pode contar com o pião da caatinga, pois, todas as vezes que é picado, acorre até este arbustivo e o morde tantas vezes, quanto necessárias para nulificar o efeito do veneno mortífero.
J.E.S.





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