sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

DE SERTÃO, CURRAL E VIOLÊNCIA - Jair Eloi de Souza

 




DE SERTÃO, CURRAL E VIOLÊNCIA

No Sertão Antigo, de feras como a onça e índios de incursões furtivas, tinha que ser valente e bruto. As primeiras gerações que ocuparam os ermos do Cinzento, dois ofícios teriam que ser exercidos pelo núcleo familiar:
1) Vaqueiro 2) matador de onça.
Depois, com as povoações crescendo, surgiram as figuras do vigário e do "Mestre escola". Nos Sertões do Seridó foi assim, mas já com o acréscimo da figura do matuto comboieiro, encarregado de buscar sal em Macau; milho no Teixeira e farinha e rapadura no Brejo Paraibano ou no Cariri.
No início, a tropa era formada por bestas parideiras, os cavalos eram pro vaquejar. Esqueléticas, pois sem amamentação, eram frágeis para grandes travessias. Surge uma mudança genética, o jumento (asinino) chega aos Sertões no terceiro quartel do Séc. XIX (1860-1870). Cruza com as éguas e sai um híbrido (maninho), o burro mulo, que passa a compor o comboio e a fazer o traquejo do gado e até para ser montaria de Padre no atender às freguesias.
O vaqueiro era o condutor do rebanho para pastagens e aguadas, e quando negociado o gado, levado aos mercados da Paraíba, cariris velhos, pocinhos, até chegar ao Recife.
O matador de onça, era outra fera. De zaguaia e marrão na mão, adentrava na escuridão da furna no penhasco íngreme e pedreguenho, e ia atarraxar a lança no vão do gato feroz.
Nos Sertões do Seridó (Pombal - PB), CAZUZA SÁTIRO fez fama. Era o velho Capitão CAZUZA SÁTIRO, e ainda Miguelão das Marrecas na Serra do Doutor, morador de Joaquim Teles. Nos Sertões do Pajeú, os Valões , homens gigantes, faziam esportes matando onças, que atacavam o rebanho.
É... A conquista dos Sertões foi uma carnificina. O homem se fez bruto e violento, para morar nos currais.
J.E.S.




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