Zé da Luz
A CONFISSÃO DOS CABOCLOS ZÉ DA LUZ E DE LUZIA - Gilberto Cardoso dos Santos
Zé da Luz, grande poeta,
nasceu em Itabaiana
mil novecentos e quatro
trouxe para a raça humana
esse ser iluminado
talvez o mais inspirado
da terra paraibana
Tem por nome de batismo
Severino de Andrade
mas se tornou conhecido
com muita propriedade
pelo nome Zé da Luz
pois decerto ele conduz
muita luminosidade.
Em 29 de março
do ano acima citado
deu o seu primeiro berro
e quando foi batizado
Se louvou a São José
colocando mais um Zé
nesse nordeste explorado.
Zé que veio pra sofrer
como seus progenitores
mas no roçado da mente
iria cultivar flores
e com muita maestria
seus poemas comporia
expressando nossas dores
Numa linguagem matuta
costumava se expressar
a voz do povo se ouvia
no seu modo de falar
sua bela poesia
com certeza refletia
a cultura popular
Alguns poemas que fez
fazem chorar o leitor
já outros são engraçados
possuem doce sabor
mas tudo ao povo remete
e certamente reflete
o nordeste sofredor
Mas vou falar de outro Zé
que lá em Cuité havia
Esse era Zé da Luz
e o outro Zé de Luzia
dois nomes bem parecidos
de dois José conhecidos
através da poesia.
Zé de Luzia era dono
de espantosa memória
e também possuidor
de agradável oratória
nos eventos que havia
declamava poesia
recebendo certa glória.
Tudo quanto ele lia
Bem depressa decorava
e eu às vezes assistia
quando ele declamava
via a plateia calada
totalmente emocionada
com o que ele falava.
Entre ele e Zé da Luz
grande diferença havia
O Zé de minha cidade
nunca escreveu poesia
ele apenas decorava
e nos emocionava
com o que o outro dizia.
Pra eventos do Mobral
Ele era convidado
e Cunfissão de Cabôco
sempre era declamado
porque o povo pedia
então José de Luzia
Luzia emocionado.
Ao escutar tal poema
eu ficava comovido
eu era então um garoto
mas percebia o sentido
graças a Zé de Luzia
o amor à poesia
ali foi desenvolvido.
Havia um outro poema
que era muito engraçado:
"As Frô de Puxinanã"
bastante solicitado
pela plateia local
o aplauso era geral
quando era declamado.
Zé de Luzia chegou
A uma avançada idade
Com a fabulosa memória
Que teve na mocidade
Graças a Zé de Luzia
Pôde a luz da poesia
Iluminar a cidade.
No ano 65
em 12 de fevereiro
José da Luz faleceu
lá no Rio de Janeiro
E é preciso divulgar
a obra espetacular
desse vate brasileiro!
Das muitas coisas que fez
Nenhum livro nos deixou
Porém na boca de outros
Seu nome se propagou
E a sublime poesia
Que criou com maestria
Na voz do povo ecoou.
Infelizmente na vida
tudo tudo é passageiro
Em 2016
19 de janeiro
Cuité se entristeceu
quando soube que perdeu
seu valioso guerreiro.
Morreu com quase cem anos
Lúcido, muito contente
Com fama de homem sábio
declamador eloquente
exemplo de ser humano
que no céu paraibano
brilhará eternamente.
Dois Zé de grande importância
Zé da Luz, Zé de Luzia
Confessando para o mundo
Dramas que a mente cria
Levando a gente a dizer:
Que crime não saber ler
Nem gostar de poesia!
Autor: Gilberto Cardoso dos Santos
OUTRAS MERECIDAS HOMENAGENS:
Poesia em Homenagem a um dos maiores declamadores de poesia do Estado da Paraíba, e o maior de Cuité, o meu amigo Zé de Luzia falecido hoje ( 19/01/2016 em Cuité, PB.)
Poesia fica sentida,
Com a Morte de Zé Luzia.
Ser um bom declamador,
Tem que ser vocacionado,
Não é só ter decorado,
Os versos sem ter amor,
É voar como um condor,
Nos céus da fantasia.
É buscar na poesia.
O belo, a arte, a vida,
Poesia fica sentida,
Com a morte de Zé Luzia.
Aristóteles Pessoa
Cuité, PB, 19 de janeiro de 2016
Na Rua Caetano Dantas e na XV de Novembro,
Faz muito tempo, mas eu me lembro...
Morei perto de Zé de Luzia!
Uma pessoa bem informada, que por todos era amada,
Um grande Mestre da poesia!
Deus lhe deu longevidade; partiu deixando saudade,
Ficou marcado esse dia!
Patrimônio da Cidade, um poeta abençoado!
Descansou o velho guerreiro, nos honrou com seu legado!
(Ubirajara Rocha)
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