quinta-feira, 30 de outubro de 2014

QUANDO A CABEÇA PINTA... A PINTA BAIXA A CABEÇA



Eu quero dar um recado
pra quem completou sessenta,
que a cabeça está cinzenta
e com motor enguiçado,
do seu tempo de tarado
é bem melhor que se esqueça.
à lei da vida obedeça
que sessenta não é trinta.
E quando a cabeça pinta,
a pinta baixa a cabeça.

Eu com cinquenta de idade,
meu cabelo já pintou
e o que era brabo ficou
manso, demente e covarde.
Trabalha pela metade,
tudo impede que ele cresça.
Sua força está de terça 
e vai findar numa quinta. 
Que quando a cabeça pinta,
a pinta baixa a cabeça.

O Egídio anda sem fé,
pra o  chamego é incapaz
tenta fazer mais não faz
pois,  nada fica de pé.
Sei que homem Egídio é,
mas de ser macho ele esqueça. 
Se conforme e  reconheça
que já inteirou dois trinta.
E quando a cabeça pinta,
a pinta baixa a cabeça.

E o Ivo só diz que é macho
mas nisso eu não acredito,
sua bola está sem pito
e seu pino está pra baixo.
Seu fruto murchou do cacho
e nada faz que ele cresça.
Só falta que ele esclareça,
diga a verdade não minta.
Que quando a cabeça pinta,
a pinta baixa a cabeça.

Me disseram que Zequinha, 
há certo tempo passado,
de galo até foi chamado, 
pela fama que ele tinha.
Hoje vai pra camarinha
e ronca até que amanheça,
daqueles tempos ele esqueça,
somente saudade sinta.
Pois quando a cabeça pinta,
a pinta baixa a cabeça.

Roberto já está pintando,
e isso não é bom sinal.
E garanto que esse mal,
doutor nenhum tá curando.
O cabelo branqueando,
da juventude se esqueça.
A uma escala obedeça,
seja na sexta ou na quinta.
Que quando a cabeça pinta,
a pinta baixa cabeça. 

E aos jovens que aqui estão,
que ficaram me gozando,
vejam se já estão pintando,
se não estão, ficarão.
Cuidado com a gozação,
de orgulho não padeça.
Para que não aconteça,
de pintarem antes dos trinta.
pois quando a cabeça pinta,
a pinta baixa a cabeça.

Autor: Chico Gabriel


Mais versos neste mote:




quarta-feira, 29 de outubro de 2014

O ABOIO DO VAQUEIRO JOÃO PINHEIRO

JOÃO PINHEIRO 
                              Ao Dr. Odorico Ferreira de Souza

Patrão vaimicê se alembra
du nego véi João Pinheiro,
u mió aboiadêro
                     i bóiadô?

Si alembra seu Dôtô
qui quando ele aboiava
as rua regurgitava
                     di gente?

inda trago bem patente
u abôio sintimentá,
aquele abôio sem iguá
                     no Norte...

Guela chêa, peito forte
tipo mermu du vaqueiro,
mi alembro dôtô, mi alembro
du abôio di João Pinhêro...

Autor: Cosme Ferreira Marques, livro Canastra Véia



Fonte: José Fernandes Bezerra, Livro Retalhos do Meu Sertão, pág. 17


terça-feira, 28 de outubro de 2014

POEMA SOBRE JAPI E NOTA DE FALECIMENTO



MINHAS BOBAGENS (FRANCISCA DE OLIVEIRA CONFESSOR)

Japi, velho japi
Reprodutor das cenas
Do caboclo dançarino
Das mais bonitas morenas
Do canário cantador
Das borboletas serenas

Não espero ganhar ponto
Não tenho capacidade
Mil novecentos e vinte e dois
Nove anos minha idade
Meu pai fez a primeira casa
Onde hoje é a cidade.

Japi da pedra do tacho
Com seu mistério divino
Que batendo nela eu acho
Escutar a voz do sino

E a pedra do meio da serra
Onde o caboclo se inspira
E a lua ilumina a terra
Vê a rocha e admira

Japi da pedra da barra
E a serra dos três irmãos
Onde canta a cigarra
Quando muda a estação.

Pedra da negra, letreiro
Que fica na cordilheira
Boqueirão do aguaceiro
Onde forma a cachoeira

Japi das pedras pretas
E do tanque do urubu
Vaca morta em retreta
Onde canta o sanhaçu

Tem a pedra do letreiro
Onde canta a jati
De onde vem o roteiro
Para o nome de japi.

Contemplando o firmamento
Vejo grandeza daqui
A mansa brisa do vento
A beleza de japi

A grande baraúna
Bem pertinho da cidade
Onde cantava a craúna
Hoje só resta saudade.



segunda-feira, 27 de outubro de 2014

No bojo da sepultura todos nós somos iguais

(Marquinhos Freitas, autor)

Dentro do João XXIII
Ou do Izabel Delfino
Será o último destino
Meu e de todos vocês
Que o cemitério é xadrez
Que prende os restos mortais
E o prisioneiro jamais
Arrebenta a fechadura
No bojo da sepultura
todos nós somos iguais

Em novembro quem visita
O cemitério e as covas
vê buquê de flores novas
grinalda e laço de fita
uma mensagem bonita
escrita em um cartaz
e o retrato de quem jaz
desbotado na moldura
No bojo da sepultura
todos nós somos iguais.

A morte é como um castigo
Pra o ser humano entender
Que Deus é quem tem poder
E nos iguala no jazigo
Tanto faz ser um mendigo
Como Hermínio de Moraes
Um vai na frente outro atrás
E a podridão se mistura
No bojo da sepultura
todos nós somos iguais.

No momento que Jesus
Manda chamar a pessoa
Sem asas a alma voa
Quando o espírito é de luz
Enterra o corpo e a cruz
Por ser pequena demais
Só cabe as iniciais
Do nome da criatura
No bojo da sepultura
todos nós somos iguais.

Mata anão, médio e gigante
Rico, pobre, preto e branco
Gordo, magro, fraco e franco
Maltrapilho e elegante
Babá, bebê e gestante
Velho, mocinha e rapaz
Que a morte é bruta e voraz
E com ela a parada é dura
No bojo da sepultura
todos nós somos iguais.

Tem mulher que se orgulha
Usando uma roupa nova
E nem imagina que a cova
E a mortalha lhe embrulha
Num mar de ilusão mergulha
Sonhando alto demais
Quer ser Juliana Paes
No perfil e na altura
No bojo da sepultura
todos nós somos iguais.

A morte mata prefeito
Deputado e presidente
O pai e a mãe da gente
Médico e juiz de direito
Pra que tanto preconceito
E diferenças raciais
Se pra Jesus tanto faz
Pele clara ou pele escura?!
No bojo da sepultura

sábado, 25 de outubro de 2014

DEBATE ELEITORAL - Humorista Márcio Américo

Humorista e escritor pé vermelho, ex-morador da Vila Nova – eterna adversária da Vila Recreio – lança canal no youtube com o nome “Descarga Elétrica”. A parceria é com a produtora Take a Take, de São Paulo. O roteiro é produzido por Américo, que gravou ontem algumas cenas com o tema do momento: debate eleitoral das eleições presidenciais. O tema no canal da internet promete ter muita crítica social e política. - http://blogs.odiario.com/pacocacomcebola/2014/10/14/marcio-americo-lanca-canal-no-youtube/


PAPO CULTURA NA EXPOSIÇÃO DO ARTISTA PLÁSTICO-WILARD MONTEIRO- PARTE- I




sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O POETA MARCIANO MEDEIROS GANHA VIII Prêmio COSERN!


Cordelista Marciano Medeiros fica em 1º lugar na Categoria Livre do VIII Prêmio COSERN de Literatura de Cordel

A Cosern - Grupo Neoenergia e a Comunique Editora anunciam com prazer os nomes dos vencedores e vencedoras do VIII Prêmio Cosern Literatura de Cordel. Com a temática “Comportamento seguro – a vida acima de tudo”, esse ano, o concurso envolveu 46 participantes.
A equipe organizadora por intermédio de Karine Severo, agradeceu a todos que participaram e parabenizou aos que se destacaram com os seus trabalhos! “Reforçamos o nosso encantamento e o nosso reconhecimento pela importância da literatura de cordel. E parabéns aos poetas que vivem e lutam pela cultura popular”, mencionou Karine, após anúncio dos vencedores. O poeta Marciano Medeiros ficou em primeiro lugar na categoria livre.

Vencedores da categoria Ensino Fundamental:

1º lugar: Saulo Gabriel Q. de Souza, com o cordel Vivendo e se libertando.
2º lugar: Isaque Gomes Holanda, com Trânsito consciente, vida segura.
3º lugar: Daniel Garcia Vieira de Freitas, com Um trânsito seguro.

Categoria Ensino Médio:

1º lugar: Ohanna Macena Dezidério, com Todo cuidado é pouco.
2º Jailson Matias Leandro, com O perigo do trânsito, uma reflexão profunda.
3º lugar: Monique Stefhany S. Ferreira, com Cidadão cuidado – Vida segura no trânsito.

Categoria Livre:

1º lugar: Marciano Batista de Medeiros, com Confissões de um sedutor.
2º lugar: Hélio Alexandre Silveira e Souza, com O brando sopro da vida nas armadilhas mundanas.
3º lugar: Hélio Pedro Souza, com Como um bom comportamento pode preservar a vida.

Escolas vencedoras:
Ensino Médio – IFRN – Campus São Gonçalo do Amarante.
Ensino Fundamental: Escola Municipal Rotary (Mossoró)



quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O VOTO OBRIGATÓRIO

Quem concorda?


“Eu sou a favor do voto obrigatório. Por que eu sou a favor do voto obrigatório? Nós temos que entender que a participação política é um dever do cidadão, não é um direito. Nós temos que entender que este dever deve ser, caso não cumprido, sancionado. Nós temos que incutir na pessoa, no cidadão, a ideia de que se ele vive em sociedade e se ele vive em uma nação, ele tem obrigações com essa nação. E a primeira obrigação que ela tem é de não se omitir.” - José Antonio Dias Toffoli




domingo, 19 de outubro de 2014

A DIDÁTICA DO CORDEL



Autores: Arievaldo Viana e Zé Maria de Fortaleza 
(TRECHOS) 

Quando ainda não havia 
O Rádio e a televisão 
E os jornais não chegavam 
Pra toda população 
O folheto de CORDEL 
Era o JORNAL DO SERTÃO 

Lendo folhetos, então 
O nosso povo sabia 
Lenda de rei e princesa 
E fato que acontecia... 
Por ser cultura do povo 
Inda resiste hoje em dia. 

Muita gente o aprecia 
Nas camadas populares 
Porque leva informação 
E divertimento aos lares 
É cultura que resiste, 
Forte, apesar dos pesares. 

Conheço muitos lugares 
Nos cafundós do sertão 
Onde o cordel é usado 
Para a alfabetização 
É o Professor Folheto 
Herói da educação. 

Leandro Gomes, então, 
Foi o grande pioneiro 
Na publicação de versos 
Por este Brasil inteiro. 
Nasceu lá na Paraíba 
Esse vate brasileiro. 

Usando o canto guerreiro 
Da Gesta Medieval, 
Antigas lendas Ibéricas, 
Contos de fada, afinal, 
Foi que Leandro moldou 
Essa arte magistral. 

Deu ao folheto, afinal, 
Um formato brasileiro. 
Revendo o “Ciclo do Gado”, 
Criou o “Boi Mandingueiro”, 
Falou de Antônio Silvino 
Um famoso cangaceiro. 

De títulos quase um milheiro 
Nosso Leandro escreveu. 
Sustentou mulher e filhos 
Com a arte que Deus lhe deu. 
Propagou pelo Nordeste, 
Somente disso viveu. 

Quando Leandro Morreu 
O cordel continuou... 
João Martins de Athayde 
Muito tempo publicou 
Obras de vários poetas 
E assim o consolidou. 

A informática chegou 
Com a globalização 
Com antenas parabólicas 
Espalhadas no sertão 
Mas o folheto garante 
Boa comunicação. 

Agora, na EDUCAÇÃO 
O folheto faz figura. 
As escolas descobriram 
Que o cordel é cultura. 
Meus parabéns para nossa 
Popular literatura.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

“Lindo Amor que Floresceu nas Páginas do Facebook”, é o novo título do cordelista Marciano Medeiros


“Lindo Amor que Floresceu nas Páginas do Facebook”, é o novo título do cordelista Marciano Medeiros

(Da redação)

O autor diz que trabalhou um ano elaborando essa história de ficção e que ambientou tudo em 20010, na cidade de Serra de São Bento/RN. Marciano Medeiros afirmou que procurou unir o clássico ao moderno, elaborando essa moderna e inesquecível história de amor acontecida no Facebook.
Trata-se da vida de João Pereira da Silva, conhecido por João Faxina. O cordelista declarou que este personagem surgiu através de um sonho que teve. Já algumas experiências vivenciadas na internet por ele e amigos, serviram para elaboração do enredo. Medeiros enfatizou que num sítio de Serra de São Bento existia uma menina chamada Jucileide, que era apaixonada por João Faxina, mas a jovem foi rejeitada em suas românticas pretensões amorosas.
Em maio de 2010 o moço João, começa a se interessar pelo Facebook, encontrando na possibilidade uma ferramenta moderna para lhe ajudar a encontrar um grande amor. A trama do cordel aborda problemas de discriminação, mostra as mudanças nos hábitos da sociedade nordestina, os perigos do namoro virtual e apresenta no mínimo três desfechos. O cordel está sendo impresso numa tiragem de mil exemplares e tem o patrocínio do jornalista Joaquim Pinheiro.
O romance é composto de 159 estrofes, diagramadas em 32 páginas. A capa mostra uma xilogravura de Erick Lima e o texto foi elaborado em sextilhas. Marciano Medeiros disse que irá divulgar seu novo cordel em todas as escolas que puder e que ficou muito feliz na criação deste novo e surpreendente romance, que divulgará Serra de São Bento de modo inimaginável por todo o Brasil. Toda a cena vivida pelos personagens principais se passa nas dependências da Escola Estadual Professor Joaquim Torres.

O poeta que integra a Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel é natural de Santo Antônio/RN, porém nunca perdeu o vínculo com Serra de São Bento, cidade onde se encontra todas as origens familiares do autor. 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

RESTAURAÇÃO DO CIRCO DO PALHAÇO PIXILINGA - Epitácio Andrade

Patuenses fazem Campanha para Restaurar o Circo do Palhaço Pixilinga.



Picadeiro do Circo do Palhaço Pixilinga


                 No último dia primeiro de outubro de 2014, uma tempestade destroçou o circo do palhaço Pixilinga, no distrito de Boi selado, na zona rural de Jucurutu, no Seridó potiguar. Pixilinga é o nome artístico do patuense João Maria Macena de Araújo, que desde criança se dedica a arte circense e juntamente com um grupo de artistas têm nesta empresa de produção do riso o seu meio de sobrevivência.



João Maria Macena, pixilinga com uma filha


                Com a fatalidade, a sobrevivência do artista e de outras famílias ficou comprometida.   


Mural da clínica LilianHolanda/Suzete Rovira

               Sensibilizado com a situação um conjunto de patuenses, liderados pela farmacêutica Lilian Holanda resolveu fazer uma campanha de arrecadação de fundos para restaurar o circo de Pixilinga. As doações poderão ser efetuadas na conta exposta no cartaz e outras  informações poderão serem prestadas por meio de contato telefônico com a Clínica da doutora Lilian Holanda/Suzete Rovira. Fone (084) 3206-1418


Cartaz da campanha

                 O engenheiro agrônomo patuense Francisco Rodrigues (Kavei), um dos colaboradores da campanha, lembrou que a arte circense através da figura do palhaço faz parte do universo infantil e este dia 12 de outubro, dia das crianças, seria mais um motivo para que os conterrâneos e apologistas da cultura popular contribuíssem com a campanha.


Engenheiro agrônomo Francisco Rodrigues (Kavei). Colaborador



Público infantil no circo do palhaço Pixilinga

domingo, 12 de outubro de 2014

DESABA... ABAFO?... NÃO! DESABAFO



O meu brado apesar de retumbante
Na verdade, nem sei se foi ouvido
E agora entalado na garganta
Já nem soa de tão enfraquecido
Penso que com o andar da carruagem
Esse povo já tenha esquecido.
Se hoje estou fraco, cansado, abatido
Surrado, oprimido, também na pobreza
bem antes, já fui figura deslumbrante
Isso, meu amigo, digo com certeza
No tempo de moço, eu era um colosso
E já fui gigante pela natureza
Já fui rico e tive liberdade
Consegui conquistá-la à braço forte
Mas, “alguém” veio cortou a minha sorte
Me usurpando à torto e à direito
E uma situação desse jeito
Desafia meu peito a própria morte
Tô deitado no chão eternamente
Meu berço esplêndido se quebrou
E o meu sonho intenso já virou
Pesadelo que hoje me enerva
Raios fúlgidos fugiram dessa terra
Sol da liberdade se apagou
Obscuro é o fim da minha história
Orfandade é o que tenho por herança
Sem a mãe tão gentil que cedo foi
Meu viver é agora insegurança
Sigo cambaleando nessa vida
Agarrado ao pendão da esperança

Autor: ZéFerreira (José Ferreira Santos)

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

PARA O MELHOR PAI DO MUNDO - Débora Fernanda

Minha filha resgatou hoje, dentre papeis esquecidos, versos que fez para mim quando tinha entre 10 e 11 anos. Como não se emocionar com isso?!




segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Vem de lá que eu vou de cá Mostrar quem é cantador.


PELEJA ENTRE JARCONE VITAL X ZÉ FERREIRA



Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Jarcone Vital

Sou um poeta pequeno,
porém não me menospreze,
ajoelhe a Deus e reze,
não provar do meu veneno,
o azêdume é "tereno",
no embate sou terror,
já vi poeta doutor,
me pedindo pra parar,
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

ZéFerreira

Se você se diz pequeno
eu aconselho que cresça
e depois me apareça
fazendo aí um aceno.
Eu te espero, sereno
no peito nenhum temor
só pra Deus Nosso Senhor
é que vou me ajoelhar
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Jarcone Vital

Todo nordeste conhece
aforça do meu repente
se passar na minha frente
ligeiro tu adoece
vai comer pra ver se cresce
magricela sofredor
papagaio falador
aqui não vai se criar
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

ZéFerreira

Já cantei com muita gente,
nunca com contaminado
a dizer que ao seu lado
alguém vai ficar doente.
Porém, preventivamente
tomei imunizador
trouxe um pulverizador
para seu verme matar
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.
Jarcone Vital
Jarcone Vital
 
Se poeta der bobeira,
arranco sua camisa,
lhe dou uma baita pisa,
com um fio de cadeira,
dou cascudo na "moleira",
de tapar o obrador,
eu gosto é de ver a dor,
nesse filho de Imbuá,
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Zé Ferreira

Enfrento qualquer rival
tentando ser compassivo
mas você me dá motivo
para cobri-lo no pau.
Não tenho fama de mau
porém digo sem rancor,
se despertar meu furor
de ti nada vai sobrar,
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Jarcone Vital

Rimador véi sem futuro,
lhe peço não me aborreça,
cobra de duas "cabeça",
fumaceiro de monturo,
mijador de pé de muro,
indigente sofredor,
cria que não teve amor,
nascido para penar,
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Zé Ferreira

Não queira me ver zangado
pois arregaço a munheca
faço de você peteca
jogando pra todo lado.
Vai apanhar um bocado
e não vai achar doutor
que lhe aplaque a dor
na hora de defecar
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Jarcone Vital

De onde saiu esse incréu,
pra querer cantar comigo,
vou arrancar teu umbigo,
e pisar o teu chapéu,
se esqueça logo do céu,
o cão é teu protetor,
só Jesus nosso senhor,
é quem pode te salvar,
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Zé Ferreira

Você só cantou bravata
agora vai levar tombo
e vai aprender no lombo
o ensino da chibata.
Aluno que desacata
seu mestre, seu professor
mostra que não tem valor
só serve para apanhar
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Jarcone Vital

Essa sarna nunca vai,
saí dessa desavença,
hoje voçê pede abença,
me chamando de papai,
a sua casa hoje cai,
junto com o seu fedor,
seu moleque traidor,
aprenda a me respeitar,
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Zé Ferreira

Poetazinho nanico
De repertório barato
dê nessa boca um trato
pois só parece um pinico
vá escovar esse bico
Minimizar o odor
diga algo de valor
que a gente possa escutar
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Jarcone Vital

Poetinha sem futuro!
querendo ser menestrel,
nunca conheceu papel,
cresceu escrevendo em muro,
sempre viveu no escuro,
agora quer ser doutor,
tu és um avoador,
que já cansei de pescar,
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Zé Ferreira

Seu versejar é tacanho
e só dá pra pagar mico
sua idéia é de girico,
a poesia é sem tamanho.
A minha imagem arranho
ao lado dum sem pudor
mas a todo pecador
Vem um cão pra atentar.
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Jarcone Vital

Pego você no repuxo,
tiro sua valentia,
irás parir uma cria,
não serei pai desse bucho,
pra você seria luxo,
um filho do seu mentor,
não farei esse favor,
só não vou lhe emprenhar,
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Zé Ferreir
Tô vendo acabar a pilha
desse poeta fracote
Se não podia com o pote
porque pegou na rodilha?
do arco de tordesilha
pra linha do Equador
nunca vi opositor
que pudesse me alcançar
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Jarcone Vital

Minha pilha vai além,
de âmperes e decibéis,
voçê nasceu pra derréis,
não vai chegar a vintém,
eu estou bem mais além,
do vôo alto do condor,
Honduras e el-Salvador,
é onde eu vou te soltar,
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Zé Ferreira

Conhece logo o fracasso
quem me vem com desaforo
seu cantar se torna choro
na potência do meu braço.
Volta pra casa um bagaço
pior do que já chegou
e diz nunca mais eu vou
a Zé Ferreira afrontar
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Jarcone Vital

Esse poeta aprendiz,
querendo cantar de galo,
arrumou foi um entalo,
porque não sabe o que diz,
mando em tu infeliz!
sou o teu amo e senhor,
não canto com perdedor,
Passa pra não enganchar
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Zé Ferreira

Ainda tá pra nascer
aquele que me derrote
só tenho visto frangote
chegar, apanhar, correr.
Por isso posso dizer:
quem à vida tem amor,
a si faz grande favor
em não me desafiar
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Jarcone Vital

Nascestes pra levar pêia,
seu filho de chocadeira,
tu vai sair na carreira,
quando vir a coisa feia,
dou-te pisa de corrêia,
poeta gaguejador,
já que tu nunca prestou,
nem perdão irás ganhar,
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Zé Ferreira

A macaca do repente
ando com ela ensebada
somente pra dar lapada
em poeta insolente.
Quem pisa no meu batente
em tom desafiador,
me saúda com temor
depois do couro provar,
Vem de lá que eu vou de cá
Mostrar quem é cantador.

Jarcone Vital

Meu menestrel Zé Ferreira,
de ti um fã eu já sou,
porém tudo não passou,
de uma grata brincadeira,
nessa terra Brasileira,
és poeta com louvor,
estou sempre ao seu dispor,
por tanto te admirar,
Dá gosto vê-lo versar,
Mostrar quem é cantador.

Zé Ferreira

Caro Jarcone Vital
pra mim foi grande alegria
fazer essa parceria
com um poeta genial.
Pra você não tem rival
reconheço o seu valor
sou seu admirador
isso não posso negar
Dá gosto vê-lo versar,
Mostrar quem é cantador.