sábado, 2 de fevereiro de 2013

O grilo - Zenóbio Oliveira



Caí logo na rede, estropiado,
Em busca do repouso mais tranquilo,
Mas ao primeiro esboço de cochilo,
Despertei com um ruído estridulado.

Levantei-me inda meio atordoado,
Procurando a origem do sibilo,
E descobri tão logo que era um grilo,
Num oco de parede camuflado.

Aí eu dei de garra de um cavaco,
E cutuquei buraco por buraco,
Na ânsia de abafar tão rude trilo,

Mas neca de sucesso em meu intento,
E para resumir meu sofrimento,
Perdi o sono e não achei o grilo.

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