segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

CORDEL DE ANO NOVO - Antônio José da Costa


O ano está se findando
Vai embora de repente
O novo ano desponta
De um jeito diferente.
Com ele a esperança,
Do adulto e da criança,
Num mundo mais decente.
Mundo sem violência,
Sem guerra, sem horror,
Sem corrupção, sem mágoa,
Sem fome, sem opressor.
Mundo com cidadania,
Dignidade, alegria,
Justiça, paz e amor.
Esse mundo tão sonhado
Parece ser fantasia
Há aqueles que dizem
Não passa de utopia.
Mas há um raio de luz
Anunciado por Jesus
Nascido numa estrebaria.
A criança do futuro
Educada no presente
Com valores humanos
Por adulto consciente.
Difícil de se encontrar,
Mas há em algum lugar,
Um só remanescente.
É com esse pensamento
Que espero o novo ano.
Não devo esperar derrota,
Nem tampouco desengano.
O mundo nós construímos,
E nós mesmos o destruímos,
Com atos tão levianos.
Mas que essas atitudes
Que destroem o nosso irmão
Sejam sepultadas já
E fiquem na escuridão.
Que o novo seja o lema,
De uma vida sem algema,
Para o bem de uma nação.
Que a vida seja celebrada
Em todos os ambientes.
Que o homem respeite o próximo
E conviva com o diferente.
Que ninguém seja mesquinho,
Mas ajude o seu vizinho,
Sem que se diga carente.
Comemore o novo ano
Com imensa gratidão.
Agradecendo a deus,
Pois dele é a permissão,
De conceder mais um ano,
Para todo ser humano,
No calendário cristão.
E aqui vou encerrar
O meu cordel de ano novo.
Felicidades a toda gente,
Sucesso a todo povo.
O poeta vai embora,
Voltará a qualquer hora,
Anunciando renovo.

domingo, 30 de dezembro de 2012

ÍNDIOS E SUSTENTABILIDADE NA ESCOLA JOSÉ BEZERRA CAVALCANTI - Gilberto Cardoso dos Santos



Em 12 de dezembro de 2012, houve uma feira de ciências na Escola José Bezerra Cavalcanti. Belíssima feira que teve como tema a Sustentabilidade. As salas, muito bem ornamentadas, representavam aspectos da vida na Terra que precisam de nossa atenção.

20121212_p23.jpg

Inspirados no drama ora vivido pelos índios Guarani Kaiwoá, eu e meus alunos formamos uma tribo e construímos uma oca no pátio da escola.

Além disso, pusemos painéis com fotos de diversas tribos brasileiras e com poesias que falam sobre o estado caótico em que se encontra o meio-ambiente.
O senhor Edson Wildt, grande conhecedor da cultura indígena, esteve conosco a convite, como uma espécie de pajé e enriqueceu bastante o nosso projeto.

Meus profundos agradecimentos aos alunos que se sensibilizaram com a causa dos índios que nos restam e tiveram a coragem de vestir a camisa ou melhor, tirá-la, em solidariedade.

A construção da oca, a dificuldade de conseguir material suficiente e adequado, a preocupação com os enfeites e a correria contra o tempo certamente lhe deixaram lições bem mais profundas que  muitas aulas expositivas poderiam dar.

Lembro-me da agonia deles e preocupação em permanecer na escola os 3 turnos a fim de impedir que alguém viesse e destruísse sua oca. Sem querer, a empatia tomou conta deles.
Até beiju foi servido!
Comprovamos na prática que o trabalho com projetos rende muitos e valiosos frutos!



Solange, João Bezerra, Gorete, Edson Wildt, Grêmio Estudantil e toda a equipe pedagógica estão de parabéns pela contribuição que deram!
20121212_p7.jpg

VEJAM MAIS FOTOS DO EVENTO EM http://my.opera.com/lexfoto/albums/show.dml?id=13227922



Recitando o Sertão no José Bezerra



A convite do diretor João Bezerra, nos apresentamos por ocasião do encerramento da feira de ciências que ocorreu agora em dezembro e que teve como tema o meio-ambiente.
Eu, Hélio e José Paulo fomos muito bem recebidos e aplaudidos.
Foi nosso último evento em 2012.

PATATIVA DO ASSARÉ - Otacílio Batista


O famoso Patativa
poeta do pé da serra,
vive de mãos calejadas
colhendo os frutos da terra,
da enxada pra caneta
com tinta vermelha ou preta
pinta seus versos com fé;
num quadro expansivo e novo
simples poeta do povo:
Patativa do Assaré.

sábado, 29 de dezembro de 2012

RECEITA DE UMA CEIA SAUDÁVEL



RECEITA DE UMA CEIA SAUDÁVEL

Acrescente em sua ceia
Dois pacotes de carinho
Bote compaixão no vinho
Coloque uma taça e meia
Exponha uma mesa cheia
De amor e lealdade
Ponha fé e humildade
Pra completar a mistura
E bote como cobertura
Dois quilos de caridade


Hélio Crisanto

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

falta - Theo Alves


Theo Alves

falta

acreditei 
carregar o 
seridó em 
mim, 
filho pretensioso: 

pele 
veias 
músculos
ossos
intestinos.

mas

se o seridó
sou eu,
por que
me faço tanta falta
agora?

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

JOANITA VILLAR - Aldenir Dantas

JOANITA VILLAR

Joanita Villar
Uma Ladyl!
Morena, alta, esbelta, cabelos curtos e irisados...
Não seria difícil lhe supor detentora de uma árvore genealógica
enraizada nos altos píncaros da aristocracia.

Joanita Villar
Saias longas, sapatos e cintos coloridos, pantalonas,
cacharréis, brincos, colares, pulseiras...
Vestia-se, sentava-se e movia-se
com a graça e a leveza de uma nobre dama.
Seu nome preencheria, por si só,
qualquer coluna social.
Sua imagem, dispensava aparates para personificar
uma das misteriosas damas de Hitchcoock.
Joanita na cor, na leveza e no jeito calliente
de ser e viver.
Villar na postura altaneira, elegância, nobreza...

Joanita Villar
que, por um descuido, ou mero acaso do destino,
não valsou ao som de grandes orquestras
nos históricos salões europeus.
Nem assitiu a Shakespeare
numa noite de estreia no Municipal.
Não foi, portanto, assediada por Ibrahim Sued,
nem inspirou superproduções internacionais.

Joanita Villar
não voou os cinco continentes
porque foi pássaro de asas quebradas,
que jamais conseguiu ir além do Cabaré de Pedrinho,
na rua Sílvio Bezerra de Melo, em Currais Novos,
por onde se deixou ultrajar
para assegurar uma sobrevivência mesquinha.

Joanita Villar
em vez de caviar, comia um pão com um ovo dentro
e fumava um cigarro Belmont,
nas madrugadas frias,
enquanto cochilava nas filas do INSS,
nos seus 70 anos mal vividos.
Mas que jamais abriu mão de ser:
a lady, a colunável que o destino desviou da rota.

RECORDAÇÃO DE SANTA CRUZ - Zé Ivalter


Quanta beleza este meu peito encerra,
No grande amor que tenho à minha terra,
... Berço sublime que me viu nascer
Torrão que me foi tudo na infância,
Da minha adolescência, a importância
Da paz que necessito pra viver.

Da minha juventude, uma saudade eterna
De uma época, para mim, mais do que terna,
De um longo tempo em que amei demais...
À minha terra, tenho a alma presa
Nesta saudade que não é surpresa,
De um tempo bom que não verei jamais.

Esta saudade a cinzas me reduz,
Ao recordar a minha SANTA CRUZ,
No alvorecer de uma longínqua aurora...
É quando ressuscito em versos d’alma,
Sinto da terra, a sua imensa calma
E amo de novo, como amei outrora

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

MENDIGOS



O mendigo que sofre só reclama
pede a bênção de Deus, nossa senhora
quando entra na loja vão embora
quando passa na rua ninguém chama,
uma calça que veste é cor de lama
a camisa que usa é cor do chão,
ele é mais humilhado que um cão
sem família, sem pão e sem abrigo;
nos fiapos das roupas do mendigo
tem visíveis sinais de humilhação.

Nonato Costa

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A CANÇÃO WHITE CHRISTMAS - Gilberto Cardoso dos Santos


Por que amo esta canção?
Pela bela melodia
Também pela poesia
Que fala a meu coração
É linda a interpretação
Meus olhos se umedecem
e se lágrimas não descem
é que busco segurar
A vontade de chorar
Mas as notas me enternecem.

Fala-nos de um belo sonho
De utopias natalinas
São notas quase divinas
Sobre este mundo tristonho
Feito criança me ponho
Desejando adormecer
Nesta Matrix viver
Em um eterno natal
Naquele estágio final
Da evolução do meu ser.

Otis Redding partiu
E seu sonho nos deixou
Só depois que expirou
Esta música se ouviu
De firulas a cobriu
Antes de silenciar
Com sua voz singular
Deixou pra posteridade
Algo que à humanidade
faria bem escutar.

MENSAGEM NATALINA - Renan Pinheiro

Renan Pinheiro
Mais uma vez chegou a época do Natal. Como vocês sabem, minhas mensagens não são exatamente convencionais, e dessa vez optei por mandar a tradução de uma canção muito bonita, "Color esperanza", do cantor argentino Diego Torres, que fala exatamente sobre o aspecto mais bonito das festas de Ano Novo, que é a esperança de que no ano seguinte tudo se renove da melhor forma possível. Caso alguém esteja cabisbaixo ou se sinta triste, escute essa linda canção (também estou enviando um link com um vídeo onde o cantor a interpreta também numa versão em português com percussão de crianças brasileiras) e saiba que se pode, queira que se possa, esqueça seus medos, jogue-os fora, pinte sua cara com a cor da Esperança, tente o futuro com o coração. Nunca se deixe contaminar com o pessimismo, ninguém tem o direito de nos dizer como será nosso futuro exceto nós mesmos. Feliz Natal e que Deus proteja a todos!

Color esperanza (Diego Torres)

Sei o que há em teus olhos, com um só olhar,
Que está cansado de andar e andar,
E caminhar rodando sempre em um lugar

Sei que as janelas podem se abrir,
Mudar o ar, depende de ti,
Te ajudará,a valer a pena uma vez mais...

Saber que se pode, querer que se possa,
Esquecer os medos, joga-los pra fora,
Pintar sua cara da cor da ESPERANÇA,
Tentar o futuro com o coração.

É melhor perde-se que nunca se achar,
Melhor tentar,que deixar de tentar,
Embora que você veja, que não e fácil começar

Sei que o impossível se pode alcançar,
E que a tristeza um dia irá,
E assim será, a vida muda e mudará.

Sentirás que tua alma voa,
Por cantar uma vez mais:

Saber que se pode, querer que se possa
Esquecer os medos, joga-los pra fora,
Pintar sua cara da cor da esperança
Tentar o futuro com o coração

Vale mais poder brilhar
Que só buscar ver o sol

http://www.youtube.com/watch?v=mFE1UoammlE

ESTROFES NATALINAS


Já não vejo tanto brilho
Quando o natal se aproxima
Confesso perder o clima
Quando vejo um maltrapilho
A mãe olhando pro filho
Sem pão, sem leite, sem lar
Sem ninguém pra lhe ajudar
Só orando eu me convenço
São nessas coisas que penso
Quando me ponho a rezar

(Hélio Crisanto)
Já não vejo tanto brilho
Quando o natal se aproxima
Confesso perder  o clima
Quando vejo um maltrapilho
A mãe olhando pro filho
Sem pão, sem leite, sem lar
Sem ninguém pra lhe ajudar
Só orando eu me convenço
São nessas coisas que penso
Quando me ponho a rezar
(Hélio Crisanto)

Quando o filho do carpinteiro 
Nessa terra aqui voltar 
E o joio for separar 
Do trigo do mundo inteiro 
Nem mil sacos de dinheiro 
Vai servir para comprar 
Só o amor irá salvar 
É preciso estar atento 
São nessas coisas que penso 
Quando me vejo a rezar 

(Kiko Alves)

UM NATAL DIFERENTE


Bom seria se o Natal,
fosse um natal diferente;
não fosse somente luz,
papai Noel e presente;
mas a estrela da bondade,
mandasse a felicidade,
para o lar de toda gente.
/\
Luiz Dutra

domingo, 23 de dezembro de 2012

São nessas coisas que penso quando me vejo a rezar



Se o filho do carpinteiro
E da pobre moça Maria
Voltasse à terra hoje em dia
Qual seria o seu roteiro?
Em qual cocheira ou chiqueiro
Maria ia descansar?
Qual Gaspar, qual Baltazar
Lhe davam mirra e incenso?
São nessas coisas que penso
Quando me vejo a rezar.

Autor desconhecido


O NATAL DO SERTÃO - Hegos

Hélio Gomes Soares
I
Minha gente nordestina
Com licença pra eu falar
Dessa festa natalina
Inventada pra lembrar
Do Senhor Jesus menino
Que nasceu pra nos salvar 

II
O festejo é cristão
De origem estrangeira 
E conserva a tradição
Que não é bem brasileira
Pois no conto de natal
Tem trenó, rena e geleira

III
Pois conforme a tradição
Nessa noite de Natal
Aparece um véi barbudo
Do espaço sideral 
De cabelo mei comprido
Bem branquin da cor de cal

IV
Traz um saco sobre os ombros
De bascui bem carregado
Com uma touca na cabeça
E vestido de encarnado
Com um sino balançando
Só tu vendo o arrumado

V
Também fala a tradição
Que esse véi dá de presente
Brinquedos pra molecada
Para rico e pra carente
E que vem realizar
Os sonhos de muita gente

VI
Chama-se Papai Noé
O barbudo de encarnado
Que é um velhinho muito bom
Um mito que foi inventado
Pra cultura do consumo
E dar lucro ao mercado

VII
Mas o povo do Sertão
Do Nordeste brasileiro
Não tem tempo pra sonhar 
Pois só quer comer primeiro
Que a chuva caia sempre
Pra molhar o seu terreiro

VIII
Que as crianças do Sertão
Sejam todas assistidas
De que valem esses presentes
Se elas vivem desnutridas? 
É o mesmo que ter pratos
Mas vazios, sem comidas

IX
Que esse tal Papai Noé
Disso fique consciente
Se ele quer presentear 
Esse povo que é carente
Atenda as necessidades
Do Sertão urgentemente

X
Que não deixe de trazer
A justiça social
Pra o Sertão ser mais humano
Onde o bem supere o mal
Pois o pobre é também gente
Que merece trato igual

XI
Pra o matuto do Sertão
Digo pra o Papai Noé
Dê-lhe a chuva de presente
Já que o peste bota fé
Noutro cabra lá de riba
Que é santo São José

XII
Pras mulheres sertanejas
Bote nelas mais juízo
Evitando ter mais bucho
Mais menino e prejuízo
Pro Sertão que tem miséria
Onde o povo vive liso

XIII
Tire a terra da ganância 
Das mãos dos assassinos
Que expulsam agricultores
As mulheres e meninos
Pois enquanto há latifúndio
Ficam os pobres sem destinos

XIX
Dê aos homens do governo
Mais vergonha e vontade
Política pra resolver
Sem favor nem falsidade 
Os problemas do Sertão
Pela santa caridade

XX
Que o Senhor, Papai Noé
Venha logo preparado
Pra agüentar insolação
Secura pra todo lado
E beber água barrenta
De um pote todo enlodado

XXI
Não se espante com a comida
Pois farinha é um bom sustento
Misturada com feijão
Só tem isso de alimento
Vez por outra uma batata
Pra peidar bem fedorento

XXII
Se o Senhor for ruim do bucho
Não se esqueça do doutor
Pois Sertão tem rezadeira 
E um chazin pra toda dor
Se o problema é caganeira
Lá no mato é o cagador

XXIII
É o retrato do Sertão
Que o Senhor deve saber
Mas por certo não se importa
Nem procura se meter
Com a miséria desse povo
Que não tem o que comer

XIV
Mas gostar de gente pobre
Né vergonha não senhor
Pois Jesus nunca foi nobre
E tornou-se o Salvador
Hoje é Rei da humanidade
Seu presente foi amor

XV
E assim pra terminar
Pense nisso com razão 
Que natal pra nordestino
Tem respeito à tradição
Mas também quer ver o povo 
Ser feliz lá no Sertão