Gilberto: Fale-nos um pouco sobre suas origens, família, e nome
completo.
Carlos: Sou Francisco das Chagas Carlos de Sales. Nasci em João
Câmara, filho de José Leonardo de Sales e Virgínia Ferreira
da Silva. Família humilde, meu pai faleceu no ano de 1975, deixando oito filhos,
fui trabalhar em um bar onde morei 16 anos com essa família.
Gilberto: Como e em que série aprendeu a ler? Qual foi sua
experiência enquanto
estudante?
Carlos: Terceira série (quatro anos). Aprendi a ler com minhas
professoras dos anos inicias e também o que ajudou muito
foi a literatura de cordel , quando eu ia à feira ouvia aquelas pessoas cantando, achava muito
bonito e comprava. Os leitores chamavam de versos.
Gilberto: Que professores foram marcantes em sua formação e quando
decidiu que se dedicaria à Educação?
Carlos: Todos foram importantes, principalmente Marlene Farias. Desde o momento que recebi o convite no ano de
1987.
Gilberto: Qual sua formação e em que áreas é especializado?
Carlos: Pedagogia e Matemática. Especialista em Psicopedagogia e
Gestão Escolar.
Gilberto: Qual a importância da Escola e da Educação para você?
Carlos: A escola é uma parte do meu viver, porque adoro minha profissão.
Quanto à Educação, sinto-me feliz por fazer
parte de um contexto tão importante e fundamental no desenvolvimento de uma Nação.
Gilberto: O que falta na educação brasileira e, em especial, na do
Rio Grande do Norte?
Carlos: Compromisso e respeito por parte dos governantes. Pessoas
que priorizem a educação como base de tudo.
Gilberto: O que significa ser um diretor de escola? Acha demasiado
espinhosa essa missão?
Carlos: Alguém responsável e comprometido com as ações administrativas,
financeiras e principalmente a pedagógica
da escola. Ser gestor é muita responsabilidade, mas quando gostamos se torna mais
suave.
Gilberto: Cite características indispensáveis a um bom gestor
escolar.
Carlos: Tem que ter compromisso, responsabilidade transparente e ser
um leitor das leis.
Gilberto: Que compensações podem ter um diretor? Do ponto de vista
financeiro vale a pena?
Carlos: Se alguém pensar em estar gestor pela gratificação ele não
fará uma boa gestão, sofre muito. Ser gesto
é gostar do que faz.
Gilberto: Você se notabilizou em suas gestões como aquele que faz
mais do que parece possível com os
recursos públicos. Qual o segredo para tal eficiência? Os recursos disponíveis são
suficientes para que se faça um trabalho bem feito?
Carlos: Sabemos que os recursos não atendem a todas as prioridades.
Mas o pouco que a escola recebe sendo aplicado
com responsabilidade e transparência dá para manter a escola com o básico e
funcionar bem.
Gilberto: É possível a um diretor trabalhar democraticamente em
consonância com o Conselho Escolar e fazer uma
boa gestão? Ou é necessário, acima de tudo, ter pulso firme na tomada de decisões?
Carlos: Dentro de uma gestão democrática não podemos deixar a
comunidade de fora das tomadas de decisão.
Sabemos que é possível e importante a participação da comunidade escolar nas
dimensões administrativa, financeira e principalmente a pedagógica. O gestor tem que
estar preparado para trabalhar de maneira eficiente e eficaz, visando uma gestão
democrática dentro da legalidade.
Gilberto: Apesar de ter ocupado cargos de chefia diversas vezes,
financeiramente você não parece ter crescido muito.
Vemos muitos que, com um currículo em tal área bem menor que o seu, mostraram-se
eficientes no crescimento do próprio patrimônio. Dá para ser diretor de escola e
melhorar financeiramente?
Carlos : Melhora um pouco o bem estar, mas o patrimônio não, pois a gratificação é pouca.
Gilberto: Como você deixou a Escola Cosme Marques em sua última
gestão?
Carlos: Graças a Deus ficou bem estruturada de equipamentos ,
matérial de limpeza e expediente.
Gilberto: Em que escolas você já atuou como gestor ou nalguma
função pedagógica que não a de professor e quais
foram os resultados? Cite o ponto alto de suas atuações no campo educacional.
Carlos: Nos vinte e cinco anos que trabalho na área de Educação, passei
treze na docência (sala de aula) e o
restante como gestor nas escolas Aluízio Bezerra, Paulo Venâncio, Cosme Marques e
Miguel Lula.
Gilberto: Por duas vezes, basicamente, você foi citado em blogs por
supostos erros que cometeu. O que teria a
dizer sobre as acusações feitas e por que não recorreu aos mesmos espaços pedindo direito
de resposta? Não estaria seu silêncio favorecendo os que o acusam?
Carlos : As duas vezes que fui citado pelos blogueiros, acredito
que foi por engano ou falta de informações corretas. Por último
foi sobre livros didáticos antigos que estavam amontoados, que vêm sobrando
de vários anos e foi para reciclagem, como a lei determina.
Gilberto: Pareceu-me louvável a atitude do prefeito Péricles
quando, apesar de possíveis divergências
partidárias, o chamou para gerir a Escola Miguel Lula. Por que, pensa você, foi chamado para
cumprir tal missão e como tem sido esse início de experiência?
Carlos: Com certeza o prefeito tem uma visão bem acentuada sobre
educação, Ele conhece o meu trabalho, meu
nome foi mencionado e ele aceitou. Estou gostando.
Gilberto: Qual sua avaliação do trabalho desenvolvido na educação
pela secretária municipal?
Carlos: Muito bom, ela tem desempenhado um grande trabalho.
Gilberto: Faça uma comparação entre as condições de trabalho e
situação salarial dos professores municipais de
Santa Cruz e os estaduais.
Carlos : Hoje, acredito que no Estado do Rio Grande do Norte um dos
melhores salários é do município de Santa Cruz .
Gilberto: Gostaria que dissesse suas palavras finais aos pais,
alunos, professores e diretores que leem este blog e
nos deixasse algum pensamento para reflexão.
Carlos : A transformação ocorre quando a busca de segurança abre
espaço para confiança. Os Dâmocles, que passaram a
vida fugindo do perigo, começam a perceber que a maioria daquelas ameaças é
fruto de sua imaginação. Nesse processo de mudança é muito importante contar com a
ajuda de um orientador, de alguém em quem se confie. Um amigo, cônjuge, sacerdote
ou terapeuta. Um forte abraço para todos.
Finalizo com um provérbio árabe que diz o seguinte: "Sonhar é de graça, mas realizá-lo custa
muito".
fusquinha é gente boa!
ResponderExcluircaba humilde é outra coisa,parabéns pela entrevista fusquinha!
ResponderExcluirInteressante a entrevista com o Professor Carlos, de certa forma conhecemos um pouco da sua trajetória pessoal e profissional, em alguns momentos de sua entrevista, diga-se de passagem inteligente e concisa, Eu me encontro em suas respostas, talvez por pensar também que para ser Gestor Escolar se faz necessário ter a humildade para aceitar os desafios que nos cerca e a inteligência para superá-los, concordo também que os recursos financeiros são poucos e não abrange a dimensão da necessidade da escola, no entanto, quando eles são devidamente aplicados e dentro dos princípios legais que regem a legislação brasileira no tocante aos gastos públicos dar para sanar a maioria dos problemas existentes na escola. Na Escola em desenvolvo o papel de gestor também respeito e convoco a participação de todos aqueles que fazem parte da comunidade escolar por acreditar que desta forma teremos uma educação pública e de qualidade acessível àqueles que dela precisam.
ResponderExcluirFrancisca Joseni dos Santos - Professora - Gestora da E. M. Professor Eudo José Alves - Natal - RN
Carlos "Fusca" é um dos gestores mais vocacionados que conheci. Gerir unidades de ensino é sua marca maior! Sempre foi destaque em todas as escolas por onde passou!
ResponderExcluirMuito sucesso ao nosso amigo!
Carlos "Fusca" é um dos gestores mais vocacionados que conheci. Gerir unidades de ensino é sua marca maior! Sempre foi destaque em todas as escolas por onde passou!
ResponderExcluirMuito sucesso ao nosso amigo!
Gilberto,
ResponderExcluirMais uma grande entrevista deste blog!
Carlos “Fusca” é um dos mais vocacionados para a gestão escolar que já conheci! Comprometido e presente em todos os momentos da “vida da escola”.
Sucesso a ele e a todos os seus “comandados”!