quinta-feira, 30 de junho de 2011
FRASEOLOGIA DA CRISE - J. Luz
CADÊ A HISTÓRIA? - Professor Ribeiro
quarta-feira, 29 de junho de 2011
ENTREVISTA COM HÉLIO - sobre o Forraço 2011
GILBERTO: Que palavras tem a dizer a todos que torceram por você nessa fase de expectativas?
terça-feira, 28 de junho de 2011
O LENHADOR, O GATO E O TÉDIO - Marcelo Pinheiro
Sobre O GRANDE ENCONTRO DO CANGACEIRO JESUINO BRILHANTE COM O CABO PRETO LIMÃO - Dr Epitácio Andrade
CANGAÇO E NEGRITUDE
Depois de fantásticas incursões cordelísticas pelo universo do cangaço, com a publicação de “O Delegado que Virou Cangaceiro”, em março de 2008, e “Jesuíno, o cangaceiro Brilhante”, em maio de 2009, o Poeta Paraibano Gil Hollanda lança “O Grande Encontro do Cangaceiro Jesuíno Brilhante com o Cabo Preto Limão”, que tematiza a interface do fenômeno do cangaço com o resgate histórico da negritude sertaneja.
Com leveza e firmeza, com suavidade e argúcia, a genialidade poética de Gil Hollanda vai construindo, em sextilhas de cordel, esse “Grande Encontro” que corresponde ao maior conflito cangaceiro já ocorrido no Oeste do Rio Grande do Norte e fronteira paraibana, envolvendo o bando de Jesuíno Brilhante e o segmento étnico representado pela família Limão.
Minimizada nas abordagens da literatura sobre a história do cangaço, o presente cordel contribui para reparar hiatos presentes na descrição da negritude do sertão, quando afirma sua resistência ao recrutamento forçado para a Guerra do Paraguai (1865-70), a participação na Insurreição dos Quebra-quilos (1874-75) e o enfrentamento ao cangaço de Jesuíno Brilhante (1871-79).
A epopéia Brilhantes versus Limões, ocorrida nos territórios feudais sertanejos do Brasil imperial, está sintetizada nos versos do “Grande Encontro”, de Gil Hollanda. Deliciemo-nos, pois, com sua leitura.
O GRANDE ENCONTRO DO CANGACEIRO JESUINO BRILHANTE COM O CABO PRETO LIMÃO - autor: Gil Hollanda
Pra quem estuda o cangaço
Agora eu vou contar
Em sextilhas de cordel
Um encontro de lascar
Que aconteceu no sertão
Do Oeste potiguar.
Foi no tempo do império
Bem antes de Virgulino
Em dezoito e sete e nove
Que o cangaço nordestino
Tem datado em sua história
Esse confronto assassino.
Trata-se do grande encontro
Do Cabo Preto Limão
Com Jesuíno Brilhante:
Um herói, outro vilão
Ou um vilão, outro herói?
Eis a tal da discussão.
JESUINO BRILHANTE
Meu nome é Jesuino
Sou Brilhante, sim senhor!
Conhecido no sertão
Como um nobre vingador
Que assim como Robin Hood
Do pobre sou defensor.
PRETO LIMÃO
Esta é sua versão
Seu ‘amarelo assassino’
Pra querer ser um herói
Mas agora eu lhe ensino
O bê-á-bá dos limões
Que aprendi desde menino.
Nem se apresenta sequer
E quer logo entrar na história
Só falando o que bem quer
Diga primeiro quem é
Pois eu não sou um qualquer.
PRETO LIMÃO
Eu sou o Cabo José
O Cabo Preto Limão
Sento praça na polícia
Com esta arma na mão
Sou a vingança e a justiça
Dos negros deste sertão.
JESUINO BRILHANTE
É somente um pau mandado
A serviço do poder
Conservador deste Estado
Justiça aqui não existe
A não ser do meu ‘bargado’.
PRETO LIMÃO
Este sertão não é seu
Aqui a lei é do cão
Não se esqueça que sou livre
Mesmo em plena escravidão
Estou aqui pra vingar
A morte de mais um irmão.
JESUINO BRILHANTE
Por vingança aos limões
No cangaço eu entrei
O seu irmão Honorato
Fui eu mesmo que matei
Mas por suas desavenças
Fiz valer a minha lei.
PRETO LIMÃO
Que lei é essa, seu cabra?!
A lei de um cangaceiro
Foragido da polícia
Que se diz ser justiceiro?
Vou lhe mostrar agora
Quem manda neste terreiro
segunda-feira, 27 de junho de 2011
JOÃO TRABALHADOR (Hugo Tavares Dutra)
3 Cantadores e Uma Viola
Beijo Roubado - Alessandro Nóbrega
domingo, 26 de junho de 2011
Homenagens a Hélio Crisanto
Mais uma vez no Forraço
Tu procurastes vencer
Com seu talento e canto
Sua música é um encanto
Que dar um grande prazer.
Mas não é só de prazer
Pois emite uma tristeza
Toda aquela melodia
Com a sua sutileza
Triste e muito revoltada
Que já se mostra cansada
É nossa mãe natureza.
Se nossa Terra afundar
Afundaremos também
Não sei como o ser humano
Trata mal e sente bem
Maltratar a mãe natura
Não é uma boa aventura
Que a ser nenhum convém.
João Maria de Medeiros - o Poeta Cidadão