sexta-feira, 3 de maio de 2024

OS VERSOS DA RESISTÊNCIA NO TEMPO DA DITADURA (Gilberto Cardoso dos Santos)

A Ditadura Militar no Brasil, que começou com o golpe de 31 de março de 1964, durou 21 anos. Este período foi marcado por prisões arbitrárias, torturas, assassinatos e desaparecimentos de opositores, praticados por funcionários a serviço do Estado brasileiro.

O Ponto de Memória Estação do Cordel promoveu um concurso de poemas a respeito do tema. Como em 2024 completamos sessenta anos desse fatídico acontecimento, 60 cordéis foram escolhidos para compor a antologia Ditadura Nunca Mais. O meu obteve a 12ª colocação.




OS VERSOS DA RESISTÊNCIA NO TEMPO DA DITADURA

(Gilberto Cardoso dos Santos)


No ano 64,

O gigante adormecido

Despertou acorrentado

Pelo golpe instituído.

A jovem democracia

Viu, naquela covardia,

Seu futuro destruído.

 

Os poderosos cortaram

As asas da liberdade,

Mas os jovens protestaram

Contra aquela insanidade,

Sofreram perseguição.

Na terrível repressão,

Houve muita atrocidade.

 

A todos que padeciam,

Os artistas deram voz

E, no poder estatal,

Tiveram cruel algoz.

Muitos foram exilados

E alguns deles torturados

Da maneira mais feroz.

 

Jornalistas corajosos

Também sofreram pressão.

Militantes sucumbiram

À ideológica opressão.

Apesar da violência,

Espantosa resistência

Se viu em toda a nação.

 

Qual ostras que fazem pérolas

Ao enfrentar parasitas,

Os artistas nos brindaram

Com composições bonitas.

Por sua arte atuante,

Tiveram papel brilhante

Contra as repressões malditas.

 

Graças ao poder da música,

Da prosa e da poesia,

Como Fênix, das cinzas,

Reergueu-se a democracia.

Naquela injusta disputa,

A parte frágil na luta

Teve que ter ousadia.

 

Foram muitos os estragos

E efeitos colaterais

Que atravancaram por décadas

Os avanços sociais.

Precisamos refletir

Dia a dia e repetir:

Ditadura Nunca Mais!


Meus livros, adquiríveis pelo 84 999017248, pelo gcarsantos@gmail.com ou 

por @gcarsantos (Instagram)



VEJA TAMBÉM: 

1º lugar no  Concurso da Estação do Cordel:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/versos-licoes-e-reveses-dos-ecos-da.html


2º Lugar no concurso da Estação do Cordel:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/a-arte-amordacada-edson-de-paiva.html


3º lugar no  Concurso da Estação do Cordel:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/ditadura-nunca-mais-cordel-premiado.html


Poema que obteve a 4ª colocação no  Concurso da Estação do Cordel:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/dos-rincoes-aos-litorais-ditadura-nunca.html


7º lugar: Do Golpe às Diretas Já - Marciano Medeiros

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/do-golpe-as-diretas-ja-cordel-de.html


1964 - Cordel de Edcarlos Medeiros

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/1964-cordel-de-edcarlos-medeiros.html


Cordel EM GRAVES E AGUDOS TONS - de Romildo Alves

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/em-graves-e-agudos-tons-romildo-alves.html


"DEMOCRACIA, PRESENTE!" - De Manoel Cavalcante

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/democracia-presente-manoel-cavalcante.html

 

3 comentários:

  1. A poesia de Gilberto Cardoso nos encanta com sua síntese e incisividade. Parabéns, poeta! - Nelson Almeida

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  2. Parabéns Gilberto! Versos necessários, viva a democracia, ditadura nunca mais. 👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽
    Goretti Borges

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  3. Criatividade, conhecimento visceral sobre o assunto, facilidade com a rima, respeito com a verdade, talento... ... ... - Cláudio Azevedo

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