Parabenizamos ao poeta caicoense e membro da ANLiC (Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel) Hélio Alexandre Silveira e Souza pelo 1º Lugar no concurso organizado pela Estação do Cordel relativo ao tema "Ditadura Nunca Mais". Embora o autor tenha se sentido surpreendido pelo resultado, não é a primeira vez que recebe prêmios dessa natureza. Além de exímio poeta, o nobre advogado é um excelente ilustrador.
Em sua página do Instagram
(https://www.instagram.com/no_vai_e_vem_dos_versos/) Hélio Alexandre postou:
"Parabéns a todos os participantes! De tudo, essencialmente, faz-se indispensável lembrar que a simbologia desse evento e de todos os escritos dele originados é, talvez, a conexão do ontem, do hoje e do amanhã. Bem sabemos dos riscos, das intenções e manobras que, sorrateiramente, espreitam a nossa democracia. Assim, espero que todas as vozes caladas em tempos idos de repressão e obscurantismo possam falar hoje através dos nossos atos, nossa consciência e nossos sentimentos."
Varneci Nascimento, Cristine Nobre e Aderaldo Luciano compuseram a Mesa Julgadora que determinou a vitória para Hélio Alexandre (1º lugar), Edson Paiva (2º lugar), e Francisco Gabriel (3º lugar).
Em 1964, ocorreu no Brasil o Golpe Militar, que resultou em um período de ditadura que durou até 1985. Em 2024, no mês em que ocorreu esse concurso, completamos 60 anos desse traumático acontecimento. O Ponto de Memória Estação do Cordel pretende lançar ainda em 2024 uma antologia com 60 cordeis classificados no dito concurso e desenvolver outras ações nesse sentido.
Nando Poeta, principal responsável e idealizador, deve receber nossos aplausos não só pela realização do concurso, mas pela temática escolhida e pela lisura na escolha dos vencedores.
- Gilberto Cardoso dos Santos
VERSOS, LIÇÕES E REVESES DOS ECOS DA REPRESSÃO
Autor Hélio Alexandre (Pseudônimo utilizado no concurso: Clarissa J. Herzog)
Nas sombras da insensatez,
onde o mal firmou raízes,
militares invocaram
as piores diretrizes,
roubando os sonhos que havia,
ceifando a democracia
e deixando as cicatrizes.
Tristes anos que vão longe,
mas com dores tão presentes;
uma ferida profunda
nos corpos, almas e mentes…
Podaram sonhos e vozes,
enquanto os atos atrozes
sufocaram inocentes.
Homens covardes de farda
com base em falsos valores,
sedentos por mais poderes,
desprovidos de pudores,
fizeram, na Ditadura,
um festival de tortura
contra os seus opositores.
No auge do show de horrores
surgem atos mais letais:
como AI-5, entre outros
atos institucionais,
com prisões, mortes sumárias,
perseguições arbitrárias
e repressões ilegais.
Tensos tempos em que livros,
filmes e canções sutis
foram as armas mais fortes
nas mãos dos pobres civis
contra a cruel truculência
e a nefasta violência
dos gatilhos dos fuzis.
As mãos da democracia
não devem baixar a guarda!
A fúria dos opressores
esmorece, mas não tarda;
seguem tramando malfeito
com fanatismo no peito
e sangue manchando a farda.
Guardemos, pois, as lições
desse passado feroz,
que a sanha vil dos golpistas
não suprima a nossa voz;
no futuro e no presente,
que esses ovos da serpente
não germinem entre nós.
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Veja o poema que obteve o 2º Lugar no concurso:
https://apoesc.blogspot.com/2024/04/a-arte-amordacada-edson-de-paiva.html
Poema que obteve o terceiro lugar no 1º Concurso da Estação do Cordel:
https://apoesc.blogspot.com/2024/04/ditadura-nunca-mais-cordel-premiado.html
Nobres poetas da APOESC, meu caro Confrade Gilberto Cardoso, é uma honra participar, mais uma vez, das publicações desse memorável canal e compartilhar com vocês da minha alegria, tanto pela produção poética, quanto pela natureza do tema que nos inspira a refletir como cidadãos. Recebam meu abraço e meus cumprimentos. Salve a democracia e viva a poesia! (Hélio Alexandre)✊🙏
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