ASSIM VIVE O MEU HERÓI
O meu herói não se esconde
Por detrás de um terno caro
Vive calejando as mãos
Com tamanho despreparo
Semeando o pão da vida
Sem direito e sem amparo
O meu herói vive triste
Distante da realeza
Onde a mosca da miséria
Sobrevoa a sua mesa
E o sol da desigualdade
Queima o lombo da pobreza
Esse herói tão invisível
Não está entre os políticos
Sofre pelos hospitais
Dando amor aos paralíticos
Arriscando a própria vida
Cuidando dos sifilíticos
Está na sala de aula
Cuidando da educação
Vive combatendo o crime
Correndo atrás de ladrão
Sendo guardião do povo
Auxiliando a nação
Meu herói vive na estrada
Transportando o alimento
Enfrentando até a morte
Tempestade, sol e vento
Longe dos familiares
Pra tirar o seu sustento
Meu herói acorda cedo
Segue firme pra labuta
Num “busão” abarrotado
De benesse não desfruta
Mesmo com tanto atropelo
Na desanima na luta
Ele não vive escondido
Nas mesas dos tribunais
Condenando os inocentes
Libertando marginais
Vive limpando as sarjetas
Sem ser visto nos jornais
O meu herói verdadeiro
Veste perneira e gibão
Está pelos cemitérios
Em meio a putrefação
Tirando os restos mortais
Entre as flores de um caixão
(Hélio Crisanto)
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