ASSIM NA TERRA COMO NO MAR
As coisas permanecem acontecendo de forma chocante. Ultimamente o que me chamou mais a atenção foi que lobos-marinhos estão fazendo sexo com pinguins. Antes de comê-los, literalmente, fazem sexualmente. Há muitos estudos comprovando que é devido à falta de fêmeas que os machos optaram em descarregar a genética nas simpáticas aves. O mais nojento é que depois do ato, o predador mastiga e engole o cardápio temperado com seu próprio sêmen.
Na comunidade “pinguimzensse,” algumas fofoqueiras comentaram: é o fim do mundo. É a mesma coisa de um homem estuprar galinhas e depois cozinhá-las para um jantar em família. É puro satanás no comando, diria a mais religiosa do polo sul.
O pior é que esses atos obscenos são praticados a céu aberto. Se pelo menos fossem entre “quatro pedras,” tudo bem, mas os tarados ficam fazendo isso em frente às “foquinhas” do jardim de infância. É estupro, e não sei porquê os pinguins ainda não registraram queixa na loca mais próxima.
Depois do celular com câmeras, encontramos de tudo registrado em vídeos: cachorro transando com patos, guinés... Assisti, mês passado, um vídeo de um jumento “mandando ver” em uma porca. A missão foi quase impossível diante dos grunhidos que a bicha deu. Ainda bem que os pinguins não "toparam" com esse jegue por aí.
O maior perigo disso tudo é um desses lobos-marinhos encontrar uma cientista concentrada com seres congelados há milhões de anos e, de repente, “créu.” Já foi! Ela vai ter que levar o bicho depravado para morar juntos.
O seu marido onde está?, pergunta o guarda da alfândega. É este aqui. Mas isto é uma foca. Isso mesmo, nós nos conhecemos no polo sul e foi amor no primeiro créu, diz a bióloga apaixonada. E nesta caixa, o que é que tem nela? É “a pinguim” amante dele.
Amiga!, Eu soube que você está de marido novo?, perguntou uma ao telefone. Pois é, venha conhecê-lo que terei uma grande satisfação em vê-la sentindo o peso ingrato do amor. Muitas amigas foram chegando e organizando fila para experimentar o “maridão-sucesso.” É melhor eu colocar uma focinheira nele, pois há o risco de confundi-la com um pinguim, e ele, além do troço, querer também meter os dentes, alertava a esposa para a amiga vestida de preto e branco.
O lobo-marinho fica pensando: agora estou de boa. Casa, comida e um harém. Se eu já era bastante quente naquele frio, “agora estou no céu," com este clima de quarenta graus.
O casal resolveu usufruir férias nas praias de águas mornas. Lá, o animal encontrou seus "conhecidos ajumentados" e ficaram num "papo legal": eu soube que você agora é o grande pegador de pinguim. É! bem... isso foi lá nas antigas, agora eu subi de nível e estou pegando biólogas, garçonetes, “cachorras funkeiras,” porém jamais pegaria uma leitoa.
Os jumentos se reuniram e chegaram à conclusão que ele estava, além de esnobar, criticando as escolhas sexuais dos seus associados. Sim, porque existe uma associação dos jumentos unidos, jamais serão traídos, e a confederação dos jumentos irados, jamais escravizados. Se um turista passeia montado em um deles, terá que disponibilizar, pelo menos, um quilo de milho.
Depois que "levou uns paus” dos jumentos, o leão-marinho entrou em depressão. A bióloga fez de tudo para que ele desistisse de "pegar" pinguim. Vício é vício. Não teve jeito. A cada dia a tristeza dele aumentava e ela achou por bem divorciar-se. Assinaram um acordo para que ela jamais se casasse com um jumento.
A bióloga nem precisou pagar a passagem de volta, pois seu ex-marido, sem paciência para esperar o voo das cinco, saiu nadando em direção à Antártida sonhando com os pinguins. Mais adiante, encontrou-se com um urso. E aí “brother!?” Como estão as coisas? Continua muito namorador?, perguntou o urso querendo aproximação. Nem tanto, respondeu “focão” com desconfiança. Meu irmão... eu soube de uma conversa e gostaria de saber se é verdade ou não. Bem... sobre o quê? Estão dizendo que você foi estuprado por jumentos porque queria comer uma porca, é verdade? diga logo! Achei que o boato fosse sobre pinguins. Isso também eu já estou até sabendob e quero lhe fazer uma proposta. Deixar de nos caçar?!, perguntou “focão” em tom de reclamação. Não, a minha proposta é que comecemos um troca-troca. O que acha se eu for primeiro?, sorriu o urso se aproximando já querendo aconchego. Fui!, disse o estuprador nadando o mais rápido possível para longe do urso viciado em trocar as partes.
E ainda dizem que os animais só agem por instintos.
Heraldo Lins Marinho Dantas
Natal/RN, 06.04.2023 - 14h05min.
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