Em 1985, celebrado pela Igreja Catolica como Ano Internacional da Juventude, Padre Zezinho SJC lançou o álbum de narrações Sinal dos Tempos, veiculado apenas em fita-cassete. Sempre gostei de praticamente tudo que repetidas vezes ouvi naquela fita. Eram pequenas homilias poético filosóficas destinadas aos jovens, consonantes com as ideias do Papa João Paulo II. Em especial, apaixonei-me pela faixa Liberdade sem limites. Por tanto apreciar este monólogo, acabei transcrevendo-o. Publico-o, na esperança de que seja agradável a todos como o foi para mim. - Gilberto Cardoso dos Santos
LIBERDADE SEM LIMITES (autor: Padre Zezinho)
O homem que quer ser feliz
que quer ser feliz a qualquer preço
não sabe o preço da felicidade
não sabe o preço da felicidade
não sabe o preço da felicidade
não sabe o preço da felicidade
aquele que pensa que é livre
só porque faz aquilo que quer
faz o que quer mas não tem liberdade
faz o que quer mas não tem liberdade*
Permaneço livre enquanto fiel a minha escolha, consigo pesar os prós e os contras de toda e qualquer decisão e concluir de maneira serena que não machuque nem sacrifique pessoas inocentes. Toda vez que escolho a mim mesmo, em detrimento das pessoas que eu amo ou que de meu amor dependem, deixo de ser livre.
Preciso entender uma coisa sobre a liberdade: ela não é o direito de fazer tudo que quero, nem de ir aonde desejo, mas sim o direito de tentar de tudo isso sem sacrificar os que estejam no meu caminho. Sou livre quando atravesso a rua, não no momento em que quero e sim quando não há perigo nem para mim nem para o outro.
Sou livre, quando eu entendo que o limite me faz bem porque faz bem ao outro. Sou livre, quando paro no sinal vermelho por mais pressa que tenha, a fim de que o outro que está de sinal verde possa passar primeiro. A liberdade é um bem infinito, mas não é um bem absoluto. Ela nunca deve acabar, mas se quiser continuar Liberdade, precisa aceitar limites. O vermelho que me segura é também a segurança daquele para quem o sinal é verde; e ele só poderá sentir-se livre se puder acreditar que eu aceitarei os limites do meu sinal vermelho. Quando o sinal me abrir passagem, só me sentirei livre se souber que o outro obedecerá os limites do vermelho que agora o retém.
Ninguém é livre para si mesmo. Se não existir o outro para quem e por quem eu me liberto, não vai adiantar a minha liberdade. pouquíssimos homens no mundo aguentariam voluntariamente uma vida como a de Robinson Crusoé. Perder-se numa ilha e aprender a ser feliz, é uma coisa; fugir para uma ilha para evitar as pessoas, é outra coisa. Sou muito mais livre quando aprendo a viver em meio aos outros. Perdoando e sendo perdoado; amando e sendo amado... do que quando me isolo de tudo e de todos.
Quem sabe o homem verdadeiramente seja exatamente aquele que aceita os limites da vida. Não é a grade, nem são as paredes nem os blocos de pedra que me tiram a liberdade. O que me torna prisioneiro é a falta de uma chave. Por maior que seja o muro e por mais pesada que seja a porta, o homem que tem a chave é sempre um homem livre. Basta saber usá-la na hora e no momento certo. Muitos prisioneiros do mundo foram trancados por alguém de fora, mas um grande número trancou-se a si mesmo e a grande maioria não sabe onde pôs a chave.
mas é preciso que a gente o mereça
que não basta ter um coração
o que é preciso é também ter cabeça
aquele que pensa que é bom
que pensa que é bom e não tem defeito
não sabe o quanto está longe de Deus
não sabe o quanto está longe de Deus
aquele que pensa ser mais
que pensa ser mais que seu semelhante
volta pra casa mais sujo que antes
volta pra casa mais sujo que antes
felicidade é um dom
mas é preciso que a gente o mereça
que não basta ter um coração
o que é preciso é também ter cabeça.
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